Arthur Virgílio condena escândalos envolvendo a ONG Ágora



O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) comentou matérias publicadas em todos os jornais do país e também na revista Veja, no último final de semana, sobre o que ele chamou de mais um "escândalo envolvendo amigos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva". Desta vez, observou, o alvo das matérias é o dono da organização não-governamental (ONG) Ágora, Mauro Farias Dutra, que teria desviado recursos públicos do Ministério do Trabalho, em contrato de prestação de serviços de treinamento de trabalhadores. O ex-sócio de Dutra, Swedenberg Barbosa, é atualmente assessor imediato do ministro da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu, informou o parlamentar.

Arthur Virgílio destacou o editorial do jornal O Estado de S. Paulo intitulado "O governo e a ONG amiga", publicado no último dia 25. O texto divulgou alguns fatos que levariam a crer que a Ágora possa, de alguma forma, ter sido privilegiada pelo Planalto. De acordo com o editorial, citado pelo senador, um dos fatos é a descoberta pelo Ministério Público do DF de que, entre 1999 e 2002, a ONG pagou 54 notas fiscais frias emitidas por 33 empresas fantasmas.

Essa prática, afirma o jornal, é utilizada habitualmente em diversos esquemas de fraudes e burlas. Consta ainda a apuração de uma remuneração com dinheiro público, entre 1997 e 1998, por parte da Ágora a seus dirigentes, quase todos petistas, o que é proibido por lei. Essas verbas, diz o jornal, teriam sido desviadas para pagar uma viagem à Europa e uma festa de funcionários públicos.

O editorial levanta ainda um acontecimento estranho, conforme frisou o senador: o convênio pelo qual o Ministério do Trabalho transferiu à ONG no ano passado R$ 7,5 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Segundo o jornal, "a estranheza é dupla". Primeiro porque uma auditoria anterior do Tribunal de Contas da União (TCU) havia concluído que a Ágora, ao contrário do que informou, não poderia ser ignorada pelo ministério. Em segundo lugar porque, apenas um dia depois da assinatura do convênio, em 26 de novembro de 2003, todo o valor foi liberado, o que para o periódico é um acontecimento "excepcional" na gestão financeira do Executivo.

26/05/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


Arthur Virgílio propõe convocação de Palocci para explicar denúncias envolvendo Receita Federal

Jefferson Péres diz que escândalos envolvendo os três poderes 'são deprimentes'

Arthur Virgílio diz que governo 'fez gastança' e agora quer aumentar impostos

Arthur Virgílio: eventuais crimes alheios não absolvem os cometidos agora

Arthur Virgílio condena declarações de Lula

Arthur Virgílio condena comportamento de deputada do PT