Arthur Virgílio considera matéria de jornal norte-americano uma grosseria



"Uma grosseria. Um artigo ofensivo à dignidade do país e à do presidente da República. Merece a minha repulsa." Foi desta forma que o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) classificou o texto publicado na edição deste domingo (9) do The New York Times, escrito pelo correspondente do jornal no Brasil, Larry Rohter, segundo o qual o consumo de bebida alcoólica pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva se transformou em preocupação nacional.

O senador pelo PSDB, um dos líderes da oposição, sugeriu que o Congresso se levante de forma unânime para condenar a atitude do New York Times e do jornalista Larry Rohter. Por outro lado, ele considerou excessiva a reação do Palácio do Planalto, que "patrocinou um bate-boca" sobre o assunto. Na sua avaliação, o embaixador em Washington deveria ser acionado para exigir uma retratação do jornal. Caso não fosse atendido, aí sim caberia ao governo processar o repórter e o órgão de comunicação.

- Conheço Lula há muitos anos e nunca vi nada que cheirasse a descontrole nesse campo de comportamento. Em sua passagem pelo sindicato, ele acertou e errou muito. Ocorreu o mesmo como deputado e na sua marcante vida pública. Mas em nenhum momento se pode dizer que alguma derrota tenha sido causada pelo excesso etílico - afirmou Arthur Virgílio.

Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) opinou que Lula é uma pessoa de muitas qualidades e alguns equívocos, e que o problema com a bebida não é um deles. Já o senador Tião Viana (PT-AC) comentou que ninguém pode fazer juízo de valor ou desonrar alguém a partir de informações de uma fonte. Para o senador Geraldo Mesquita Júnior (PSB-AC), o jornalista norte-americano deveria se ocupar "em comentar os atos bárbaros e levianos perpetrados por militares cheiradores de cocaína que estão violentando e seviciando presos iraquianos".

Por sua vez, o senador Roberto Saturnino (PT-RJ) declarou não acreditar que houve leviandade por parte do New York Times na publicação do artigo. Ele sugeriu que a intenção era atingir a imagem "de um presidente que vem ganhando certo destaque nos fóruns internacionais e vai incomodando o capital americano". O senador Cristovam Buarque (PT-DF) lamentou que o assunto tenha sido supervalorizado pelos brasileiros e disse que a matéria não deveria extrapolar o seu verdadeiro tamanho, o de uma matéria de jornal. Último a apartear, o senador Edison Lobão (PFL-MA) falou sobre a importância da figura da Presidência da República ser preservada como um símbolo do país.



10/05/2004

Agência Senado


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