Arthur Virgílio critica demora do governo em reagir à crise financeira mundial



Embora agradecendo elogios que lhe dirigiu o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em comício em Natal, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse que não poderia deixar de fazer algumas críticas ao presidente, principalmente ao fato de este estar pedindo votos para os candidatos apoiados pelo governo quando deveria estar preocupado com a crise financeira mundial - "e com mais nada", destacou.

Arthur Virgílio afirmou que o governo brasileiro inicialmente apenas "contemplou a crise", tendo o presidente dito que o Brasil não seria abalado.

- Foi uma bela lição de como funciona a economia dos mercados globalizados - disse o senador, chamando a atenção para a necessidade de o país se precaver para o momento do retorno da crise.

Arthur Virgílio salientou que o Brasil não terá commodities com preços tão valorizados como antes da crise e alertou, ainda, para a possibilidade de uma crise fiscal caso o governo não reduza seus gastos. Para ele, não será possível sustentar o equilíbrio da economia brasileira se os gastos correntes continuarem crescendo acima do crescimento do Produto Interno Bruto.

- Não podemos sustentar equilíbrio fiscal à base de expectativa de aumento de receita tributária, porque um dia a casa cai - alertou.

Arthur Virgílio apontou ainda para a maxidesvalorização do real, a crise de crédito e o corte de financiamento às exportações - problemas todos, afirmou, que devem ser resolvidos com criatividade e união nacional.

O senador citou as medidas adotadas pelos governos das economias mais fortes do mundo para enfrentar a crise e disse lamentar que o presidente Lula e seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, não tivessem percebido, ou não soubessem que a crise do mercado hipotecário nos Estados Unidos levaria o mundo ao atual estado de coisas.

- É lamentável essa tendência à fuga da realidade, a venda de ilusões, a negação da verdade, da própria realidade - disse.

O senador também disse que o "pacote de socorro aos bancos baixado pelo presidente da República", a MP 442/08, é um "programa parecido" com o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer), porém "disfarçado e envergonhado".

Campanha eleitoral de São Paulo

Em aparte a Arthur Virgílio, o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) criticou o teor da campanha política da candidata Marta Suplicy, com ataques à vida pessoal ao candidato do seu partido a prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

- Diante de um quadro adverso de pesquisas, o PT incorre em uma ação frontalmente antidemocrática, desrespeitosa, autoritária, precária, primitiva, desrespeitosa, reacionária, e, na falta de argumentos, vem com acusações pessoais, levianas, contra homens públicos brasileiros que disputam legitimamente, de forma tranqüila, uma eleição de prefeito em São Paulo. Não podemos admitir esse baixo nível. Essa é uma ação preconceituosa. É uma desmoralização para a democracia brasileira - desabafou Sérgio Guerra.

Também em apartes, os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Alvaro Dias (PSDB-PR) comentaram os ataques ao candidato Kassab.



14/10/2008

Agência Senado


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