Arthur Virgílio critica doação de US$ 55 mil para Fundo Mundial de Combate à Fome
Em comunicação de liderança, em nome da Minoria, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM) criticou nesta sexta-feira (26) a doação de US$ 55 mil feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Fundo Mundial de Combate à Fome. Segundo o senador, o presidente Lula da Silva -e seu governo petista- estão muito parecidos com o velho estilo que prevalecia no Brasil nos tempos do ex-governador Adhemar de Barros, de São Paulo - um governo que deixava a impressão de riqueza e fausto.
- País rico é assim mesmo. Afinal, no Brasil, não há ninguém passando fome e, por isso, podemos ir distribuindo dinheiro também à miséria global - observou.
Arthur Virgílio referiu-se ainda ao fato de, -na área da propaganda e do marketing-, a Radiobrás ter veiculado notícia segundo a qual Lula havia dito ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que o Brasil não quer tratamento de segunda classe, mas sim ser tratado de igual para igual ao negociar com aquele país na área comercial.
- Seria recomendável que o presidente petista não se deixasse empolgar nesses seus périplos e em suas práticas de globetrotter . Devagar com o andor, que o santo é de barro - acrescentou o senador, para afirmar em seguida que quer preservar o presidente de fazer o papel de Odorico Paraguaçu, personagem de Dias Gomes da novela O Bem Amado.
O líder acrescentou que -essa propaganda- de nada vale lá fora, e, internamente, -no máximo vai tapeando-. Ele relatou ter buscado notícias sobre o presidente brasileiro nos três grandes jornais norte-americanos - The New York Times, Washington Post e USA-Today - e não ter visto sequer o nome de Lula nas edições desses periódicos.
Arthur Virgílio questionou o governo sobre quando começará a agir, criticou o estado em que se encontram as rodovias brasileiras, disse que queria saber qual a situação atual do Programa Fome Zero e pediu a transcrição, nos Anais do Senado, de duas matérias: -Dificuldades dentro do próprio país- e -Desemprego sobe e CUT pede frentes de trabalho-, ambas publicadas no jornal Correio Braziliense .
Sobre o aumento da taxa de desemprego, o líder registrou que é uma resposta clara à política recessiva do governo.
- É bom o governo parar com o espetáculo da fantasia e começar com o espetáculo da realidade. O presidente faz média lá fora, com a doação de cinqüenta e cinco mil dólares, e aqui dentro desativa, praticamente, o programa Fome Zero - disse.
26/09/2003
Agência Senado
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