Arthur Virgílio critica governo pelo excesso de acúmulo de reservas
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio Neto (AM), ao comentar a marca histórica atingida pelo Brasil de acúmulo de divisas internacionais de US$ 100 bilhões, criticou a política adotada pelo governo, que, segundo ele, provoca a "mais alta taxa de juros do mundo" e agrava o quadro fiscal brasileiro.
- Acumular reservas é necessário até certo limite; a partir daí é pobre financiando rico - criticou o parlamentar, que exigiu do governo que saia da inércia e busque solução para o que considera um grave problema econômico, sob pena de perda de competitividade.
De acordo com o senador, o jornal O Globo, em sua edição do último domingo (25), publicou que o custo dessas operações estaria em R$ 8,3 bilhões por ano, valor que Arthur Virgílio comparou aos percentuais aplicados ao Programa Bolsa-Família do governo em 2006.
- Há quem estime que 0,7% do PIB [Produto Interno Bruto] seja consumido por essa despesa financeira, neutralizando, por exemplo, investimentos previstos no Plano Plurianual de Investimentos - disse o senador, para quem o país estaria gastando mais com a compra de reservas que com investimentos produtivos.
O parlamentar comentou opinião do jornalista Ribamar Oliveira, de O Estado de S. Paulo, para quem o governo terá menos orçamento para investimentos em infra-estrutura que os previstos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), devido à maior compra de dólares para aumento das reservas cambiais.
Soluções
Entre as sugestões apresentadas pelos analistas para "conter a armadilha cambial", Arthur Virgílio mostrou-se favorável à ampliação do limite de recursos que exportadores podem deixar no exterior sem prazo para repatriamento, de 30% para 100%, o que, segundo ele, reduziria "a enxurrada de dólares" decorrentes do fluxo comercial.
Outra medida proposta, que julgou inadequada, seria rever a isenção do Imposto de Renda dada a investidores estrangeiros nas aplicações em títulos públicos federais.
26/02/2007
Agência Senado
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