Arthur Virgílio critica recusa do governo em isentar inativos acima de 75



Nas idas e vindas das negociações entre governistas e oposicionistas em torno da proposta de reforma da Previdência, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto, relatou em Plenário, nesta quarta-feira (3), um episódio que pode se constituir em mais um obstáculo na busca de consenso sobre a matéria. Trata-se da recusa do governo em aceitar a proposta de entidades dos servidores públicos de isentar trabalhadores com mais de 75 anos da contribuição dos inativos.

O pleito do funcionalismo público foi encaminhado pelo líder do PFL no Senado, José Agripino, e a negativa do Poder Executivo levou Arthur Virgílio a identificar -uma crueldade mais generalizada- no tratamento dispensado aos idosos pelo ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini.

- Quero que minha tia Lindalva Cruz, de 95 anos, saiba que ele (Berzoini) também não simpatiza com pessoas de 75 anos em diante - comentou.

Para o líder tucano, essa era a hora de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizar um gesto do ministro Ricardo Berzoini em prol dos idosos, mesmo que com algum prejuízo à implantação dos projetos do governo. Conforme sustentou, a implementação da medida teria um -impacto mínimo- sobre as contas públicas.

Licitação

Outro assunto abordado pelo representante do Amazonas foi a liminar concedida pelo juiz substituto da 10ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, Cloves Barbosa, suspendendo o pregão para a compra dos tênis incluídos no kit de uniformes escolares a serem adquiridos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). De acordo com reportagem do Jornal de Brasília, a ação foi movida pela empresa Coman, que participa da licitação e levanta suspeitas de que as especificações técnicas exigidas para a confecção dos solados dos tênis possam favorecer um concorrente específico.

Embora não haja comprovação de desvios no processo licitatório, Arthur Virgílio disse que era seu dever, como oposição ao atual governo, trazer o assunto para discussão no Senado e defender uma investigação séria e profunda sobre a denúncia.

- Sou um oposicionista vigilante a todo e qualquer ato do governo - declarou.



03/12/2003

Agência Senado


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