Arthur Virgílio defende Aloizio Mercadante de insinuações feitas por Vedoin



O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) afirmou nesta sexta-feira (4), em Plenário, que não acredita que Aloizio Mercadante (PT-SP) seja o quarto senador envolvido na liberação de recursos orçamentários para a compra superfaturada de ambulância, como teria sugerido o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin - apontado como um dos principais organizadores do esquema fraudulento -, em depoimento prestado no dia 3 à comissão, na Polícia Federal, em Brasília.

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- Não estou sendo falso e hipócrita, mas ao longo do tempo em que convivi com Mercadante nunca ouvi dele nada de diferente que não fosse associado à preocupação pública. A tropa de choque que acompanhou o depoimento queria que o empresário citasse o nome de Serra, mas os paus-mandados levaram na cara. Vedoin inocentou Serra e acusou gente ligada ao PT, como o ex-ministro da Saúde Humberto Costa e o José Airton Cirilo - disse Virgílio, referindo-se ao candidato a deputado federal pelo PT do Ceará.

No depoimento prestado na Polícia Federal, Vedoin teria isentado a participação dos senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e Eduardo Suplicy (PT-SP), mas teria dado a entender que um representante de São Paulo no Senado participaria do esquema fraudulento de aquisição de ambulâncias a preços superfaturados, adquiridas a partir da apresentação de emendas parlamentares ao Orçamento da União. Cada estado brasileiro conta com apenas três representantes no Senado.

Arthur Virgílio disse que não acompanhou o depoimento de Vedoin, mas que ficou sabendo das acusações a Mercadante a partir de notícias publicadas pela imprensa. Em aparte, o senador Magno Malta (PL-ES) elogiou a postura de Arthur Virgílio em defender o senador pelo PT de São Paulo e voltou a assegurar que não participou do esquema fraudulento de aquisição de ambulâncias, conforme Vedoin teria afirmado em depoimento anterior à Justiça.

- Eu nunca apresentei emenda para a compra de ambulâncias, nem como deputado federal. Eu nunca tratei nada com ele - ressaltou Magno Malta, referindo-se ao empresário dono da Planam, empresa que é acusada de comandar o esquema de fraude na venda das ambulâncias a prefeituras municipais.

O senador Paulo Paim também defendeu o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) das acusações do empresário Luiz Antônio Vedoin.

- O líder Mercadante tem uma história bonita no campo da ética, que orgulha toda a nossa gente, e essa insinuação é indevida - disse Paim.

Soldadinhos

Arthur Virgílio também criticou parlamentares da base governista que, segundo ele, tentam associar autoridades do governo passado, como o ministro José Serra, ao esquema fraudulento de aquisição de ambulâncias por prefeituras municipais.

- É preciso que os soldadinhos de chumbo de quinto escalão se manquem e tenham dignidade. O ministro Tarso Genro [da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República] que mande parar com essa bobagem, que puna o ladrão. Não adianta tentar criar ladrão falso em governos passados, isso é típico de governo covarde, de duas caras - avaliou o senador pelo PSDB amazonense.

De acordo com Arthur Virgílio, a bancada oposicionista vem aprovando matérias de interesse do governo, como as indicações presidenciais com nomes para assumirem cargos nas agências reguladoras, enquanto o governo atual procura responsabilizar autoridades do governo Fernando Henrique no esquema irregular de aquisição de ambulâncias.

- Votamos matérias claras e, em troca, recebemos essa demonstração pequena de baixo nível. O PT é um partido baixo, reles, do chão, que não quer outra coisa que não o poder, o poder pelo poder a qualquer preço. Isso gerou oito mortes em Santo André. Eles desmoralizaram até o santo. Ninguém diz mais "valei-me Santo André"- disse Virgílio, referindo ao assassinato do então prefeito de Santo André, em janeiro de 2002, e à morte de outras pessoas que teriam ligação com o episódio.

Televisão

Em seu discurso, Arthur Virgílio também criticou "manobras de bastidores" que, segundo ele, visam à retirada dos incentivos exclusivos concedidos ao Pólo Industrial de Manaus para a fabricação de equipamentos de tevê digital.

- Com a definição do sistema de tevê digital que será adotado pelo Brasil, surge uma espúria orquestração paraque Manaus produza apenas tevê analógica, enquanto outras áreas do País ganhariam direito de produzir tevê digital.O mesmo ocorre com o conversor de sinais que, acoplado à tevê analógico, permite a captação do sinal digital. Querem dar uma nova denominação ao equipamento para que ele não seja produzido exclusivamente no pólo industrial - denunciou Arthur Virgílio.



04/08/2006

Agência Senado


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