Arthur Virgílio destaca projeto de Euclides da Cunha de livro sobre a Amazônia



Ao discursar na sessão de homenagem ao escritor Euclides da Cunha, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) recordou, "com orgulho de amazonense e amazônida", projeto do autor de Os Sertões de escrever um livro denunciando o quadro de crueldade que se criava na Amazônia, no final do século 19, com a escravidão de seringueiros pelos grupos que exploravam a borracha.

O livro, apenas ideado por Euclides da Cunha - que deveria receber o título de Um Paraíso Perdido - teve, de acordo com Arthur Virgílio, o mérito de despertar a atenção para a Amazônia, apontando a relevância da região tanto para o Brasil quanto para toda a Humanidade.

Referindo-se ao período em que Euclides da Cunha conheceu a Amazônia, durante levantamento hidrográfico do Rio Purus visando a demarcação da fronteira entre Peru e Brasil, Arthur Virgílio considerou a possibilidade de que o livro sobre a Amazônia, planejado por ele, pudesse se tornar uma "vigorosa arma para defesa da região", em razão do conhecimento in loco sobre a floresta adquirido por Euclides.

Enaltecendo o conhecimento concreto de Euclides da Cunha sobre a Amazônia, Arthur Virgílio alertou para a necessidade de um diagnóstico preciso sobre a região, o qual, em sua opinão, além da participação de cientistas e pesquisadores, levasse em conta a experiência do homem da Amazônia.

- Se materializado, o texto [de Euclides] certamente seria mais que perfeito, em dimensão e estrutura linguística, em beleza literária e em precisão descritiva. Enfocaria a Amazônia como todos gostaríamos de lê-la, mas como resultado da presença física; não se limitaria a uma repetição de frases surradas como as que amiúde e à exaustão são proclamadas e publicadas, inclusive pelos que jamais pisaram a terra das águas e do verde - disse.

No início de seu pronunciamento, Arthur Virgílio teceu comentários sobre a grande obra de Euclides da Cunha - Os Sertões - produzida, entre 1898 e 1901, a partir de reportagens acerca do movimento rebelde chefiado por Antônio Conselheiro, em Canudos, no Sertão da Bahia.



18/08/2009

Agência Senado


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