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No discurso, entre outras afirmações contundentes, Busato criticou indiretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presente à cerimônia, ao afirmar que a República "sofre a pior das crises - a de credibilidade e de confiança; e que o comportamento indecoroso de alguns agentes públicos expôs ao desgaste as instituições do Estado".

- Busato agiu como presidente da OAB, na melhor tradição. O presidente precisa mesmo assimilar o que ele disse e reconhecer seu direito de dizer. Lula não pôde falar nada - comentou, classificando como brilhante o discurso de Busato.

Outro ponto do pronunciamento salientado por Arthur Virgílio foi quando Busato disse que a crise de confiança leva ao aparecimento da "serpente do autoritarismo". O parlamentar fezreferência às conseqüências desastrosas da liderança de Hitler na Alemanha e em outras partes do mundo, mas salientou que as instituições democráticas estão fortes no Brasil e que a prova disso seria a liberdade que o presidente da OAB teve de pronunciar seu discurso e de o presidente Lula tê-lo ouvido.

Como deputado e líder do governo Fernando Henrique Cardoso, Arthur Virgílio disse ter ouvido discurso semelhante, proferido "em termos duros", do antecessor de Busato e ter estranhado o fato de o presidente da República não ter direito de resposta. Afirmou, no entanto, ter recebido, naquela oportunidade, uma lição de democracia de uma advogada presente ao evento, quando esta ponderou que, enquanto o presidente tem a sua disposição a televisão e outros meios para expressar sua opinião, a sociedade, por sua vez, só teria a OAB para representá-la em uma única ocasião.

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