Arthur Virgílio diz que oposição não vota sem regulamentação de CPIs
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), disse que os líderes dos partidos de oposição decidiram "não colaborar com qualquer votação" enquanto não for marcada data para ser votado o projeto de resolução do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que obriga o presidente do Senado a indicar os membros de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) cujo requerimento para sua criação tenha o mínimo de assinaturas de senadores necessário.
De acordo com o líder, a oposição não quer "criar embaraços à governabilidade", mas a marcação da data para a votação do "projeto que restabelece o direito das minorias de criar uma CPI" é pré-requisito para que os parlamentares oposicionistas participem de votações. Além dele, participaram da decisão os líderes do PFL, José Agripino (RN), e do PDT, Jefferson Péres (AM).
O representante do Amazonas disse ainda ser possível que Waldomiro Diniz - ex-chefe para Assuntos Parlamentares da Casa Civil da Presidência da República, exonerado após ser flagrado em filmagem pedindo propina - não conheça mesmo o ex-secretário da prefeitura de Ribeirão Preto (SP), Rogério Buratti, demitido em 1994 pelo então prefeito, e hoje ministro da Fazenda, Antonio Palocci, por suspeita de corrupção. As acusações não foram comprovadas.
Buratti foi citado no depoimento de dirigentes da empresa Gtech como o consultor que pedia R$ 20 milhões para supervisionar o contrato entre a Gtech e a Caixa Econômica Federal, contrato este que estaria sendo intermediado por Waldomiro. Segundo Arthur Virgílio, ele também afirmou não conhecer Waldomiro.
Para o líder do PSDB, a hipótese de eles estarem falando a verdade "é tétrica", pois significa que havia mais alguém que dava cobertura, segurança e prestígio político aos dois. Para o senador amazonense, quanto mais se debate a denúncia contra Waldomiro, mais se complica a situação do governo.
16/03/2004
Agência Senado
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