Arthur Virgílio diz que oposição reconhece derrota e alerta para a necessidade de reformas



O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), reconheceu a derrota da oposição nas eleições presidenciais, em discurso nesta segunda-feira (30) e fez questão de afirmar que o PSDB não vai "lutar por um terceiro turno". Para ele, o eleitor deu um recado na urnas que não deve ser esquecido nem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem pela oposição.

- Isto me diz que não é democrático lutar por um terceiro ou quarto turno - disse, refutando eventuais tentativas de desestabilizar o governo.

Isso não quer dizer, no entanto, observou o senador, que as comissões parlamentares de inquérito devam cessar ou ser abafadas, ou que delitos devam ser esquecidos. Ele cobrou do presidente Lula respeito à ética e afirmou que a oposição continuará a exercer o seu papel de fiscalizar o governo de forma "dura e indormida", enquanto ao presidente cabe governar o país "de maneira aperfeiçoada", em alusão à necessidade de o governo punir os culpados e evitar que surjam novos focos de corrupção.

- O presidente Lula precisa tomar medidas graves e compor um Ministério de alto nível. Precisa falar a verdade à Nação. Não pode permitir que pratiquem corrupção em seu governo nem apadrinhar aqueles que cometem deslizes, e nunca mais repetir que não sabe o que ocorre em seu governo - advertiu o parlamentar.

Arthur Virgílio declarou que a oposição está aberta ao diálogo para a realização das necessárias reformas que possibilitem o crescimento sustentável do país, desde que o governo diga claramente o que pretende fazer.

Cobrou de Lula a redução de gastos públicos, a realização de reformas estruturais e a manutenção do controle da inflação, entre outras medidas, para garantir um crescimento de 5% ao ano. Ele ressaltou que é preciso fazer cortes no custeio para sobrar recursos para investimentos, sugeriu duração limitada para programas assistenciais e investimento maciço em saúde e na melhoria do ensino fundamental.

Arthur Virgílio também defendeu as reformas política, tributária, trabalhista e previdenciária.

O senador foi aparteado pelos petistas Tião Viana (PT-AC) e Eduardo Suplicy (PT-SP) que elogiaram seu discurso por um maior entendimento entre o Executivo e o Congresso Nacional.

30/10/2006

Agência Senado


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