Arthur Virgílio diz que país vive "oito meses de marasmo"



O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), fez nesta quinta-feira (14) duras críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o país vive -oito meses de marasmo e incompetência-. O senador reconheceu que o governo tem sido sério, -mas equivocado na sua política macroeconômica, pouco lúcido na sua política microeconômica e inexistente na hora de governar-.

Arthur Virgílio manifestou o seu temor da fuga dos investimentos estrangeiros do Brasil, que este ano não devem chegar a US$ 7 bilhões, contra US$ 14 bilhões no ano passado, que, segundo disse, já foi -um patamar medíocre-. Isso, ressaltou, anula os esforços para a obtenção de superávit na balança comercial.

O senador também lamentou a pequena queda da taxa Selic, num primeiro momento de 26% para 25,5%, e, num segundo momento, em apenas 1,5%, quando o mercado pedia uma queda de 2% e os setores produtivos, 3% a 4%.

Virgílio também acusou o governo de -açoitar as agências reguladoras, querendo se sobrepor aos interesses do Estado-. Isto, disse o senador, está levando a -um processo de desinvestimento-, com empresas se deslocando do país -devido à incerteza quanto ao marco regulatório estabelecido-.

O senador apontou ainda o crescimento -da desordem no campo e nas cidades-. Ele afirmou que a ação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desestimula investimentos na agricultura, o que resultará em problemas na balança comercial e no conjunto da economia, que depende basicamente da agricultura.

O líder do PSDB ressaltou que o governo tem que -mostrar pulso e lucidez para impulsionar o crescimento econômico, reduzindo a taxa Selic em pelo menos três pontos, e energia para conter o MST, que ameaça desestabilizar o campo-. Ele também enumerou a inércia administrativa e a superposição de funções no atual governo, dizendo que -tem muita gente fazendo nada na área social-.



14/08/2003

Agência Senado


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