Arthur Virgílio diz que se governo não negociar, PSDB votará contra CPMF
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), defendeu a negociação do seu partido com o governo em torno da proposta de emenda à Constituição (PEC 89/2007) que prorroga até 2011 a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ele relatou em Plenário como havia sido a reunião ocorrida no começo da tarde com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, da qual ele participou ao lado dos senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Sérgio Guerra (PSDB-SE), Romero Jucá (PMDB-RO) e Aloizio Mercadante (PT-AC).Na reunião foram expostas ao governo as condições do PSDB para aprovar a CPMF.
- Não vi reação negativa do ministro Mantega, mas se amanhã a resposta do ministro não for aceitável, factível e justa, tomaremos uma decisão em comum acordo com os deputados da nossa bancada. O impasse significaria rejeitarmos integralmente a CPMF e apoiarmos o parecer da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) - assinalou.
De acordo com o senador, o PSDB apoiará a prorrogação da CPMF se o governo concordar em se enquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal; investir mais recursos da CPMF na saúde; reduzir os gastos públicos em custeio em 0,2% ao ano; desonerar um ou mais tributos; reduzir imediatamente a alíquota da CPMF; e aprovar em 12 meses uma verdadeira reforma tributária. Ele assinalou que os índices e parâmetros finais ainda estão sendo negociados.
- A nossa visão do que é melhor para o país nos levou a negociar. A conversa não foi ruim. Seria fácil imitarmos o PT do passado e simplesmente não negociarmos, em detrimento do que é melhor para o Brasil. Entendo que vale a pena investir no diálogo - afirmou o líder do PSDB.
Arthur Virgílio negou que o arquivamento da denúncia de utilização do "valerioduto" pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) em campanha eleitoral, tenha sido parte da negociação sobre a prorrogação da CPMF. Ele classificou a denúncia do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) como "tola e frágil" e como "desrespeitoso" o que a imprensa tem escrito a respeito da negociação entre o PSDB e o governo.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) destacou, em aparte, a responsabilidade e a maturidade da proposta do PSDB ao governo. Ele disse que a proposta aponta caminhos para resolver o problema das contas públicas. O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que o pronunciamento de Arthur Virgílio acaba com qualquer dúvida sobre as intenções do PSDB ao negociar com o governo. O senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que o Brasil nunca teve um governo tão irresponsável e que Arthur Virgílio é o general da resistência oposicionista, mas que não tem como saber se o governo vai cumprir o acordo para destinar mais recursos à saúde.
25/10/2007
Agência Senado
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