Arthur Virgílio elogia editorial de "O Estado de S. Paulo" com críticas a Lula
Editorial do jornal
O Estado de S. Paulo criticando a falta de ação do governo e o -tom preocupante- dos discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi elogiado em discurso do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). O parlamentar lembrou as várias vezes que já foi à tribuna externar o que chamou de -grande preocupação que vai se tornando crônica entre os brasileiros: quando o governo vai começar a transformar em realizações o que vive apregoando, inclusive num palavreado pouco recomendável?-. O representante amazonense destacou um trecho do editorial, cuja íntegra foi anexada a seu discurso: -O problema é que o tempo passa e o governo continua se exprimindo muito menos por gestos, atos concretos, do que pelos discursos praticamente diários de seu chefe. E esses discursos têm assumido um tom cada vez mais preocupante-, citou Arthur Virgílio. O editorial critica a insistência com que o presidente diz -que ele, à diferença de qualquer outro, não pode errar-, insistência que, para o jornal, parece abrigar -um sentimento entre a soberba e a megalomania-. Mas a principal carga vem contra o pronunciamento do presidente durante cerimônia na última terça-feira (24) na Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na ocasião, Lula colocou o Congresso Nacional e o Poder Judiciário ao lado de vários desastres climáticos e naturais para dizer que nenhum deles poderia impedi-lo de fazer o Brasil -ocupar o lugar de destaque que ele nunca deveria ter deixado de ocupar-. Somente Deus, ressalvou o presidente, seria capaz dessa interdição.
O jornal classificou a fala como -prepotência- e comparou o presidente com o rei francês Luis XIV, considerado a personificação do absolutismo. -Se até agora não cometeu algum erro administrativo, a declaração prepotente de público é um enorme erro político, visto que se Deus, certamente, não cogita de impedir o seu êxito, suas criaturas brasileiras que se esforçam para isso estão agradecendo a munição que lhes fornece-, disse o editorial.
27/06/2003
Agência Senado
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