Arthur Virgílio exige explicações do governo sobre denúncias da revista "Época"
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), exigiu explicações do governo sobre denúncias de corrupção envolvendo assessor do ministro José Dirceu, que trabalha no 4º andar do Palácio do Planalto. Segundo ele, o governo precisa enviar um interlocutor sério ao Senado para se defender das denúncias publicadas na revista Época.
- Sempre fiz oposição leal ao governo Lula, porque acreditava estar apontando erros de um governo inexperiente, mas que mantinha padrões de ética. Essa conversa não pode ser desmentida, porque está gravada em vídeo, mas o governo precisa provar que essa podridão está no Planalto mas não envolve o núcleo central do governo, senão perderá as condições morais para governar - disse.
Arthur Virgílio manifestou sua indignação com o que chamou de promiscuidade entre Waldomiro Diniz, quadro importante do PT, que até esteve cotado para presidir a Caixa Econômica Federal, com o crime organizado e o jogo do bicho pedindo, e recebendo, propinas para as campanhas eleitorais do PT no Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
O líder - que leu trechos inteiros da reportagem no Plenário - se disse escandalizado com a intimidade da conversa entre Waldomiro e "Cachoeira", banqueiro do bicho, falando sobre contribuições para as campanhas eleitorais de Geraldo Magela (DF), Rosinha Matheus (RJ) e Benedita da Silva (RJ). Segundo ele, pareciam dois empresários discutindo cotas de exportação de calçados para o Mercosul, e até houve um aperto de mãos para selar o acordo, ressaltou.
Arthur Virgílio disse que, diante de acusações tão graves, o governo não pode tergiversar, é preciso responder claramente às denúncias de injeção de dinheiro nas campanhas e tráfico de influência. "O tempo das bazófias e brincadeiras de Lula já acabou", concluiu.
13/02/2004
Agência Senado
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