Arthur Virgílio lista ações negativas de governo Lula



Gastos com viagens oficiais, nomeações de candidatos derrotados nas últimas eleições e a proposta de reforma tributária encaminhada ao Congresso pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram alvos de críticas do líder do PSDB, senador Arthur Virgílio, em discurso nesta sexta-feira (26) no Plenário.

Ele disse que deplorava a atitude da ministra da Assistência e Promoção Social, Benedita da Silva, de realizar viagem ao exterior, para Buenos Aires, às custas de recursos públicos, -para orar-. Segundo afirmou, foi elaborada uma agenda de atividades de Benedita na capital argentina, mas o verdadeiro motivo da viagem seria religioso.

- Eu sempre orei de graça. Desde que me reconverti ao catolicismo eu oro, mas faço isso sempre de graça. Agora que o programa Fome Zero está desativado eu fico pensando quantas pessoas poderiam ser alimentadas com o dinheiro gasto nesta viagem - protestou o senador.

O senador disse que não aceita comparações com as autoridades do governo Fernando Henrique Cardoso que também viajaram com recursos públicos sem motivação. -Que se punam os que erraram e parem de copiar até o que não prestou no governo de FHC-, enfatizou.

Em aparte, Alvaro Dias (PSDB-PR) lamentou que isso esteja se tornando uma prática na administração pública e criticou o fato de o governador do Paraná, Roberto Requião, ter viajado recentemente à Espanha acompanhado de vinte pessoas.

O líder tucano também condenou a nomeação para ministérios e secretarias do governo federal de pessoas que, conforme acentuou, foram derrotadas nas urnas, citando o caso da própria Benedita da Silva, que perdeu as eleições ao governo do Rio de Janeiro e de Olívio Dutra, ministro das Cidades, derrotado para o governo do Rio Grande do Sul.

Ainda em sinal de protesto, Arthur Virgílio desvalorizou a proposta de reforma tributária do governo aprovada pela Câmara e agora em tramitação no Senado. Para ele, a proposta não chega a ser uma reforma pois não é eficaz no combate aos pontos que considera fundamentais para uma reforma dessa natureza: a redução do número de impostos e o combate à sonegação e às desigualdades regionais.

- Senão houver diálogo, vai ser difícil o governo conseguir o que ele quer, pois o projeto (de reforma tributária) que saiu da Câmara é ruim e até o governo sabe disso.

Elogio a Tasso

O senador leu documento que trata da classificação do Brasil quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), em que está destacado o programa de saúde do Ceará, criado pelo ex-governador e atual senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). O programa, informou ele, conseguiu reduzir significativamente a taxa de mortalidade infantil do estado. Alvaro Dias e Mão Santa (PMDB-PI) destacaram, em aparte, a administração de Tasso Jereissati no Ceará.



26/09/2003

Agência Senado


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