Arthur Virgílio oferece solidariedade ao governo na defesa da paz
Autor do requerimento que solicitou a presença do chanceler Celso Amorim no Senado, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), sustentou nesta quinta-feira (27), em Plenário, que, diante da ameaça de uma guerra entre Estados Unidos e Iraque, o momento pede a unidade nacional. Assim, o senador afirmou que o seu partido se solidariza com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com os diplomatas do Itamaraty na condução dos diálogos junto aos governos de outros países e junto à Organização das Nações Unidas (ONU).
- A posição do PSDB é a de confiar em que o governo será firme e hábil ao mesmo tempo. Firme na defesa da paz e hábil no diálogo, como um parceiro importante dos Estados Unidos. Como oposição, queremos dar toda a legitimidade para que, de maneira profissional e incisiva, o governo não perca o caminho do diálogo. Queremos dar uma contribuição para que o Brasil seja um país de posições permanentes e não de veleidades provisórias - afirmou o senador, registrando que a guerra deve ampliar a turbulência na economia nacional.
Em defesa da ONU e dos contatos multilaterais, Arthur Virgílio condenou o unilateralismo nas relações internacionais. O senador lembrou a rejeição demonstrada pelo governo passado ao terrorismo, mas observou que uma decisão dos Estados Unidos de atacar o Iraque sem respaldo internacional pode ser repetida, mais tarde, por qualquer país incomodado por um vizinho.
- O unilateralismo é a barbárie. Eu prefiro o sistema de Bretton Woods, mesmo capenga, a não termos nenhum sistema de representação internacional. Prefiro as decisões da ONU às decisões tomadas pela maior potência mundial. A tensão mundial não é boa para a paz e para o crescimento sustentável da economia mundial - afirmou Arthur Virgílio, citando os acordos firmados após a II Guerra Mundial para garantir a estabilidade internacional.
O líder do PSDB destacou que iniciativas do governo anterior de importar petróleo da Argentina e de quebrar o monopólio estatal sobre o petróleo permitirão ao Brasil ultrapassar a crise no Golfo Pérsico sem se desviar de seu caminho estratégico.
Da mesma maneira como se posicionou com relação à guerra, Arthur Virgílio sugeriu que o país deve buscar unidade na abordagem de assuntos como a Amazônia e a integração do país à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), para participar de maneira mais incisiva dos debates internacionais.
Em resposta, Celso Amorim ressaltou a importância do apoio da oposição ao governo no momento atual. Ele disse concordar com o senador em que as iniciativas do país devam ser, ao mesmo tempo, hábeis e corajosas. O chanceler observou que, nesse sentido, mantém bom diálogo com os EUA e com a Inglaterra, entendendo que as preocupações não envolvem apenas a paz e o multilateralismo, mas também aspectos econômico-financeiros.
- Mantive recentemente longa conversa com Colin Powell (secretário de Estado dos EUA) para evitar equívocos de interpretações. Não há, em nossas declarações, qualquer resquício de anti-americanismo. Os interesses dos dois lados estão caminhando inclusive na Alca. Nossas posições não estão presas a preconceitos - disse Amorim.
27/02/2003
Agência Senado
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