Arthur Virgílio quer estímulo ao crescimento com redução nos juros



Em vez de viver apregoando a queda do chamado risco Brasil, indicador do nível de confiabilidade da economia brasileira no plano internacional, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) recomendou ao governo Luiz Inácio Lula da Silva tratar de baixar o "risco do brasileiro", com a adoção de taxas de juros mais reduzidas para o capital de giro. A sugestão do parlamentar foi inspirada em artigo do empresário paulista Heitor Mello Peixoto Filho, publicado pelo jornal Gazeta Mercantil.

De acordo com Virgílio, Mello Peixoto não verbalizou apenas o desabafo da categoria contra a afirmação do presidente Lula, na Índia, de que "os empresários brasileiros precisam parar de chorar e vender mais".

- O empresário deu o troco e fez ponderações sensatas, para dizer que, mais do que vontade política, os empreendedores brasileiros precisam mesmo é de ações concretas, de lucidez e pragmatismo daqueles que propuseram gerar 10 milhões de empregos - assinalou.

Se o governo petista insiste em continuar de ouvidos fechados às ponderações do povo, conforme disse o senador, não deveria desconsiderar recomendação do economista Roberto Macedo, professor da Universidade Mackenzie (SP), a respeito da troca da aeronave presidencial.

Em matéria do jornal O Estado de S. Paulo, Macedo sugere ao presidente Lula trocar o luxuoso Airbus de quase R$ 200 milhões por um avião da Embraer, como o Embraer 190, com capacidade para 108 passageiros e que custa quase metade do Airbus.

- O avião da Embraer é perfeito para cortar todo o território da América do Sul, sem escalas, a partir de Brasília - afirmou o senador, propondo que, nas viagens de longa distância, o governo alugue aeronaves comerciais.

O último assunto comentado por Virgílio foi o artigo "Nacionalismo: as duas faces", de autoria do ex-senador Jarbas Passarinho, que analisa aspectos da gestão empresarial da Petrobras. O cerne da análise é a construção da plataforma P-52, que, depois de o então candidato a presidente Lula afirmar a viabilidade de sua construção no país, será apenas montada no Brasil. Na sua opinião, o tempo perdido com essa discussão "pode ser medido em prejuízos à empresa e, quem sabe, até mesmo para o cronograma previsto para a auto-suficiência do país na produção de petróleo".



12/02/2004

Agência Senado


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