Arthur Virgílio recomenda guerra contra o crime organizado



O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) apresentou nesta segunda-feira (17) requerimento pedindo uma sessão destinada a fazer o Congresso -declarar guerra ao crime organizado-. Em sua opinião, já que o país está diante de uma guerra, o que compete a quem tem razões e causas é guerrear.

- Seria imperdoável não discutirmos a partir de hoje esse tema que avassala a consciência nacional, que tem aviltado a nossa perspectiva de soberania, que é o drama da insegurança - argumentou o parlamentar.

Arthur Virgílio pediu a transcrição, nos Anais do Senado, de editoriais publicados no último domingo (16) pelos jornais O Globo e Jornal do Brasil, comparando a violência enfrentada pelo Brasil à enfrentada pela Colômbia.

- O perigo de -colombianização- do Brasil é evidente e pode ser um caminho do qual nos arrependeremos muito amargamente no momento em que tivermos instalado, entre nós, um verdadeiro Estado dentro do Estado - disse o senador.

Arthur Virgílio afirmou que já funciona um -subestado- no Brasil, pertencente ao crime organizado, com leis próprias e critérios de justiça exemplificados em situações segundo as quais quem rouba o traficante perde a mão e quem vê o que não deveria ter visto tem o olho vazado.

Sustentando que algo de urgente e inadiável precisa ser feito, o senador sugeriu que o Brasil se una em torno de uma luta por soluções. Ele explicou que, dentro dos limites da Constituição, -o governo brasileiro deve entender que estamos de fato enfrentando uma guerra, uma guerra que só pode terminar com um vencido e esse vencido tem que ser o crime organizado-.

O senador considerou grave que um criminoso como Luiz Fernando da Costa (Fernandinho Beira-Mar), atualmente preso em Presidente Bernardes (SP), seja capaz de incomodar governadores, a ponto de eles se negarem a colocá-lo em seus presídios, como se ele pairasse acima do sistema penitenciário brasileiro. Ainda na análise de Arthur Virgílio, a imagem pública de Beira-Mar, descendo de carros como se fosse um pop star, deve estar mexendo com o imaginário de milhões de brasileiros pobres, como se fosse um modelo a ser seguido e um modelo que tem muito a ver com a impunidade de quem infunde medo em carcereiros e intranqüilidade em governantes eleitos.

Para Arthur Virgílio, essa sessão especial deveria ter como objetivo menos chorar o assassinato do juiz Antonio José Machado Dias, morto na última sexta-feira (14) em Presidente Prudente (SP), e mais a uma tomada de posição do parlamento em relação ao crime organizado.

Os senadores Mão Santa (PMDB-PI), Pedro Simon (PMDB-RS), Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e Eduardo Suplicy (PT-SP) apartearam para também se mostrar preocupados com o crescimento da violência.



17/03/2003

Agência Senado


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