Serys cobra ação contra crime organizado
A partir de matéria publicada pela revista IstoÉ sobre ameaças de morte a juízes encarregados de investigar desmandos que ocorrem na polícia do Rio de Janeiro, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) conclamou o Ministério da Justiça, nesta sexta-feira (5), a não permitir que esses fatos continuem acontecendo impunemente. Ela defendeu o fortalecimento do programa de proteção às testemunhas, a necessidade de serem resguardadas as vidas dos juízes e a importância de medidas urgentes para o combate às várias formas de violência praticadas no país.
- Viver neste país está cada vez mais inseguro e todos se inquietam. E o desespero se fortalece quando vemos que o envolvimento dos agentes que atuam dentro das forças policiais, agentes que deveriam zelar pela nossa segurança e aparecem cada vez mais envolvidos com o crime, é uma realidade gritante - afirmou a senadora.
A matéria citada por Serys contém denúncia do preso Fabiano de Oliveira Costa de que o juiz Lafredo Lisboa, da 3ª Vara Criminal, responsável pelo caso do -propinoduto-, estaria ameaçado de morte por grupos de extermínio ajudados pelos empresários Alexandre Martins e Reinaldo Pitta. Segundo Fabiano, que testemunhou a tortura ao chinês Chan Kim Chang, em agosto, por presos do presídio Ary Franco, esses presos fariam parte de um dos grupos de extermínio que teriam prometido a cabeça do juiz como presente aos empresários, caso eles fossem condenados.
- A criminalidade atingiu efetivamente níveis de desassombro espantoso. E o grande espanto que se tem é que a estrutura policial se confunde com a estrutura do crime organizado - disse ainda Serys, afirmando que não se pode permitir que fique impune o assassinato do chinês Chan Kim Chang.
Serys disse também que o Senado não está omisso diante dessa realidade. Em apartes, manifestaram-se Romeu Tuma (PFL-SP) e Gerson Camata (PMDB-ES).
Em outro trecho de seu discurso, a senadora afirmou que a proposta de emenda à Constituição (PEC) paralela da reforma da Previdência contém alguns avanços que favorecem os trabalhadores, embora não seja o texto ideal. Serys disse que o Congresso deve fazer todo o esforço para aprovar a PEC, -sob pena de a gente ficar com mais esse débito junto aos trabalhadores-.
A senadora pediu a transcrição, nos Anais do Senado, da íntegra de seu pronunciamento sobre o Dia Mundial de Luta contra a Aids (1º de dezembro) e registrou projeto de lei de sua autoria que define os crimes resultantes de discriminação ao portador do vírus HIV ou ao doente de Aids.
05/12/2003
Agência Senado
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