Arthur Virgílio: "Reforma administrativa do Senado tem de poupar e moralizar"



O senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, afirmou em discurso que a reforma administrativa a ser feita pelo Senado, a partir do estudo da Fundação Getúlio Vargas, tem de poupar, moralizar, tornar a máquina mais eficiente e "fechar as brechas por onde escorreu a possibilidade de corrupção". Disse que vai estudar profundamente os problemas administrativos do Senado e não aceitará que a reforma "seja um ouro de tolo".

Arthur Virgílio voltou a dizer que acredita nas boas intenções do presidente do Senado, José Sarney, mas quer investigações "sérias e profundas" sobre as denúncias de corrupção que envolvem ex-diretores do Senado. Defendeu que a Polícia Federal seja convocada a participar das investigações, ao lado da Polícia Legislativa.

O senador lembrou que em 1995 a Fundação Getúlio Vargas já fizera um estudo sobre os problemas administrativos do Senado, o que foi reforçado por documentos produzidos pela Consultoria Legislativa da Casa. Os trabalhos apontaram à época, conforme o senador, níveis hierárquicos em excesso, superposição de órgãos e funções, falta de planejamento, distorções salariais, improvisação e burocracia no processo decisório administrativo.

- O que se fez à época? Nada. A Fundação Getúlio Vargas não se eximiu de apontar falhas e indicar soluções. Só que o Senado permaneceu estático, nada fez, nada mudou, nada modernizou, nada reformou - reclamou o líder do PSDB.

Para ele, a adoção de medidas administrativas e uma investigação profunda das denúncias de corrupção de ex-diretores são "imprescindíveis e urgentes para recuperar o Senado". Observou ser um engano "supor que a opinião pública não está a par de tanta omissão, das falhas ou desídia" e que "o Brasil inteiro acompanha os desmandos que continuam ocorrendo no Senado".

O senador lamentou que tenha sido noticiado, "como se fosse ilegal", que a então senadora Heloísa Helena também usou o saldo de passagens do Senado para a viagem de um filho.

- Isso não está correto. Heloísa Helena é uma mulher honesta, digna. No passado, era possível usar essas passagens com terceiros. Agora, com a mudança feita pelo Senado, não é mais. A imprensa tem o dever de ser sóbria, de saber separar o joio do trigo. Não dá para confundir Heloísa Helena com o seu Zoghbi. Então, no Congresso ninguém presta?Se Ulysses Guimarães estivesse aqui também ficaria no pelourinho - afirmou Arthur Virgílio.

O senador afirmou ainda que fica irritado com o comportamento dos senadores, temerosos sobre o que a imprensa poderá divulgar sobre eles ou sobre passagens aéreas.

- Então, não se critica a imprensa? Eu critico. Ninguém é intangível, intocável - disse Arthur Virgílio.



12/05/2009

Agência Senado


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