Arthur Virgílio vê escalada autoritária orquestrada pelo governo federal



O senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, denunciou da tribuna, nesta quarta-feira (11), a escalada autoritária que considera haver em curso no país.  Para o senador, o governo federal aparenta, com inúmeros atos, ter um plano organizado para se manter no poder. Ele conclamou os senadores para atuarem na defesa da democracia e lutarem para impedir que cresçam forças contrárias a esse sistema.
- Espero que meu discurso seja um delírio. Mas estou temendo que estejamos vivendo a escalada autoritária de um governo que demonstra cada vez mais descompromisso com a democracia – disse ele. O líder do PSDB vê indícios na direção autoritária nas recentes propostas de criação de conselhos específicos para regular a atuação do setor de audiovisual e dos profissionais de imprensa. Ao comentar afirmação atribuída ao Secretário de Comunicação e de Gestão Estratégica, Luiz Gushiken, que teria defendido a necessidade de ressalvas para a liberdade, Arthur Virgílio argumentou que a “liberdade deve ser geral e irrestrita” e que a única ressalva possível é dar aos ofendidos o direito de acionar o Judiciário para registrarem as suas queixas. Outro ato na direção autoritária, ressaltou o líder do PSDB, seria a implantação de uma “máquina de propaganda” no Palácio do Planalto para condenar o que os integrantes do governo classificam como “denuncismo, fazendo com que o denunciado vire vítima e denunciante se torne denuncista”.  E um outro ponto, acrescentou o senador, é a recente quebra de sigilos de empresas de comunicação e de executivos do sistema financeiro, que teria sido solicitada pelo relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPI do Banestado, deputado José Mentor (PT-SP). Nesse caso, o senador vê uma tentativa de se armazenar dados para depois usar como forma de pressionar figuras que podem ter influência nas decisões dos rumos do país. Na opinião do líder do PSDB, não havia nada CPI que justificasse a quebra desses sigilos. Para Arthur Virgílio, a nomeação de petistas para diferentes áreas da administração pública faz parte também da escalada autoritária e do plano de poder do governo federal, uma vez que os indicados contribuem com o “dízimo” para a manutenção e o crescimento do PT. - Vejo a tentativa de se criar um clima para que não se denuncie a corrupção no país. Todo esse quadro me dá a impressão de que, embora com projeto de governo incompleto, o PT tem um projeto de poder muito bem elaborado, com começo, meio e fim e que passa pela sufocação de liberdades, pelo aparelhamento do Estado brasileiro e pela lavagem cerebral, para tentar conformar a todos a um pensamento único. Tudo contra o qual sempre lutamos em toda a nossa vida - afirmou.

11/08/2004

Agência Senado


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