Alvaro Dias alerta para risco de escalada autoritária em novo governo




O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) manifestou preocupação em Plenário, nesta segunda-feira (30), com a possibilidade de uma escalada autoritária como a que se veria atualmente na Venezuela e com o aumento da corrupção no país, caso vença a candidatura governista nas eleições de outubro.

A preocupação, relatou o senador, surgiu por conta de discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Pernambuco no último final de semana. Lula manifestou a intenção de criar, ao deixar o governo, um "organismo muito forte" para evitar o sofrimento que, segundo ele, teve com a oposição no Congresso Nacional.

- Que organismo é esse a ser organizado para evitar que o novo presidente sofra o que ele sofreu? A vocação autoritária do presidente resplandece no final do seu mandato. Armou um estado policial que realiza espionagem criminosa para alvejar adversários. Diante dos últimos acontecimentos perversos há o prenúncio de eventual futuro ainda mais difícil para o Brasil - advertiu Alvaro Dias.

O parlamentar referia-se às notícias de que não houve quebra do sigilo fiscal somente do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, mas de um total de cinco pessoas ligadas ao partido. A suposição, segundo o parlamentar, é de que tenha sido montada uma "central de dossiês" a partir do comitê de campanha da candidata do PT e ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff.

- Desde 2002, foram vários dossiês utilizados, dando margem ao surgimento dos conhecidos aloprados que ficaram impunes, crimes praticados durante a campanha, em nome de um projeto vitorioso que prenunciam um futuro de crimes. Aqueles que praticam crime para chegar ao poder crimes praticarão para nele se manter. A sociedade brasileira precisa estar desperta - ponderou.

Alvaro Dias se disse preocupado em observar que setores da sociedade que deveriam protestar contra atos que significam uma afronta aos direitos individuais garantidos constitucionalmente estão sendo vistos com indiferença. 

Críticas ao governo Lula

Em seu discurso, o senador reportou-se a comparações feitas pelo jornalista Reinaldo Azevedo, da revista Veja, que apontou incoerências do governo Lula ao investir em projetos assistencialistas como o Bolsa Família. Azevedo observou que quando estava na oposição Lula criticou o programa Bolsa Escola e outros implantados pelo governo Fernando Henrique Cardoso, taxando-os de assistencialistas. Posteriormente esses programas foram absorvidos e reunidos no Bolsa Família.

Já o professor de Harvard Ricardo Hausmann, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, disse que Lula, apesar do capital político, não foi capaz de fazer "reformas significativas como as de FHC". Alvaro Dias comentou que, segundo o professor, o próximo presidente não terá a mesma sorte de Lula, de ter tido um "ótimo antecessor" como Fernando Henrique.

Alvaro Dias mencionou ainda que o professor - diretor do Centro para o Desenvolvimento Internacional da Universidade Harvard e renomado especialista em desenvolvimento econômico - afirmou em artigo de 2008 que a política de expansão fiscal alavancada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) é insustentável, com "efeito desastroso" para a economia.

Outro problema identificado pelo economista, no relato de Alvaro Dias, foi o Brasil viver em "um mundo de fantasia". "Só porque o Brasil teve por um trimestre uma taxa de crescimento acima de 7%, o Brasil agora é a nova China e o Lula é um gênio das finanças", disse o economista.



30/08/2010

Agência Senado


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