Artigo: Mil dias de promessas e frustrações



Em boa hora e de forma sensata, a militância do PT, aliada a burocracia oficial que ocupa todos os corredores do Palácio Piratini, decidiram por não fazer comemoração, no momento em que Olívio Dutra chega aos mil dias administrando o Estado. Mas a desistência da realização de festividades não tem outro motivo, senão o simples fato de que não há o que comemorar. Há mil dias o Rio Grande do Sul está sem projeto de desenvolvimento econômico ou social. As raras obras em andamento, especialmente no setor rodoviário, são fruto de financiamentos internacionais, repelidos pelo PT em seus discursos e garantidos por administrações anteriores. Até mesmo a poderosa equipe de marketing que engenhosamente elabora a mídia oficial, desta vez, se mostrou incompetente em sua principal especialidade: elaborar programas que tenham como objetivo, enganar a sociedade rio-grandense, a exemplo do que ocorre nas veiculações pagas com recursos públicos, intituladas Palavra de Gaúcho. São mil dias de frustrações para os gaúchos que continuam aguardando o cumprimento das mil promessas feitas pelo PT ainda nos palanques eleitorais e esquecidas pela administração pública. Definitivamente, não há o que comemorar. Nestes mil dias, o Governo petista conseguiu, de concreto, abrir um rombo diário de R$ 1 milhão no caixa único do Estado. Em mil dias, superou a marca dos R$ 1 bilhão. E, além de não ter um cronograma para repor este dinheiro do contribuinte, desrespeitando e menosprezando a inteligência de toda a sociedade gaúcha, argumenta que não tem a obrigação de devolver o dinheiro que teve sua finalidade desviada. Este é o PT, que há mil dias, faz suas próprias leis; o mesmo partido que frustrou a expectativa dos trabalhadores da Região Metropolitana de Porto Alegre, ao decidir, unilateralmente, mandar embora um megaempreendimento, a exemplo da unidade fabril da Ford, de Guaíba para Camaçari, na Bahia. Nos últimos dois anos, assistimos as insistentes tentativas do PT de aumentar a carga tributária dos gaúchos, o que se transformou no maior estelionato eleitoral da história do Rio Grande do Sul. Por esses e outros motivos, é que a militância e os cargos em comissão do Piratini não têm o que comemorar.

09/27/2001


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