Artigo: Repúdio ao terror, conclamação à Paz



A fraqueza fundamental da violência é que ela é uma espiral que se afunda cada vez mais, gerando a mesma coisa que procura destruir. Martin Luther King Jr. A humanidade sofre profundamente pela seqüência de atentados terroristas que atingiram milhares de cidadãos norte-americanos nesta terça-feira. No sofrimento não há bandeira que possa nos separar. Somos todos família humana buscando alguma luz para superar a barbárie Jamais poderíamos imaginar que a nação do “destino manifesto”, única superpotência mundial, pudesse ser atingida em seus centros financeiro, político e militar: o Pentágono, o Capitólio (Parlamento) e o World Trade Center (com seus dois arranha-céus de 110 andares). Inimigo interno ou externo? Realmente não importa. Repudiamos e condenamos o terrorismo promovido por quem quer que seja. Estes atentados, como qualquer ato terrorista, são em si mesmos atos de covardia, pois atingem civis de modo implacável, sem avisar. Crianças, adolescentes, jovens e idosos, todos são alvos do inesperado. Neste aspecto, a prática do terrorismo é ainda pior do que a da guerra, onde papéis estão claramente definidos e os movimentos são previsíveis. Diz-se que os Estados Unidos são um império e, de fato, assumiu atribuições imperiais ao longo da segunda metade do século XX. Atuando nos 5 continentes, intervém em conflitos milenares (como o israelense-palestino), mas também criou terroristas dentro e fora de seu território. Em 1995, em Oklahoma City, um prédio do governo americano veio abaixo após a explosão de uma bomba que vitimou inclusive filhos e filhas de servidores públicos. Naquele momento muitos se apressaram em atribuir a grupos fundamentalistas islâmicos a suspeita pelo atentado, contudo, os autores eram cidadãos norte-americanos. Os Estados Unidos também alimentaram a ascensão de Ossama Bin Laden, o qual é hoje objeto de ódio e temor sem precedentes. De fato, a violência é uma espiral que se afunda... Hoje, a humanidade não sabe se terá futuro. Os acontecimentos impõem uma reação mundial pela paz e não a reação bélica dos EUA. Essa Paz pressupõe o respeito às diferenças, o reconhecimento dos direitos dos povos e das obrigações dos seus governos e exige a redução das desigualdades econômicas entre as nações. Neste contexto, o Brasil deve ocupar um lugar de destaque, fazendo valer os princípios expressos no art. 4° da Constituição Federal, entre os quais: independência nacional, prevalência dos direitos humanos, autodeterminação dos povos, não-intervenção, igualdade entre os Estados, defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, repúdio ao terrorismo e ao racismo, cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. Maria do Rosário é deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores, 2ª vice-presidente da ALERGS. Deputada membro das comissões de Direitos Humanos, de Educação e do Mercosul da Assembléia Legislativa gaúcha e Relatora da Subcomissão dos direitos das crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social no RS.

09/12/2001


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