Artur da Távola lê carta em que FHC nega denúncias de José Sarney
O senador Artur da Távola (PSDB-RJ) leu em Plenário nesta terça-feira (26) carta em que o presidente Fernando Henrique Cardoso responde a "insinuações" feitas pelo senador José Sarney (PMDB-AP) em discurso na última semana. O presidente afirmou que, ao contrário do que Sarney disse, o falecido deputado Luis Eduardo Magalhães nunca participou de encontros relativos à obtenção de recursos para a campanha nem o viu recebendo dinheiro.
Na última semana Sarney fez discurso comentando a possível participação do governo federal nas investigações da empresa Lunus, de propriedade da pré-candidata à Presidência Roseana Sarney, e do marido dela, Jorge Murad. No discurso, Sarney afirmou que o ex-senador Antônio Carlos Magalhães contou que Luis Eduardo teria testemunhado, em 1994, o ex-senador Andrade Vieira entregar R$ 5 milhões para a campanha do então candidato Fernando Henrique Cardoso, que estaria presente na ocasião. Fernando Henrique destacou ainda na carta que o próprio Andrade Vieira negou o episódio.
Fernando Henrique afirmou também que nunca se beneficiou da Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista) durante o governo Franco Montoro no estado de São Paulo. O presidente explicou ter, na época, pedido ao então presidente José Sarney uma carta retificando "uma infâmia" publicada nos jornais: um político de São Paulo afirmou ter ouvido de Sarney que Fernando Henrique teria se beneficiado da Cosipa.
- O presidente Sarney não afirmaria tal disparate e não tive qualquer influência na designação da diretoria da Cosipa, e não me beneficiei de nenhum dos atos dessa diretoria - disse, destacando que processo movido contra a diretoria da instituição culminou com a absolvição dos indicados.
O presidente da República explicou ainda ter ficado muito feliz com a resposta apresentada por Távola a Sarney, logo após o discurso do ex-presidente, no sentido de mostrar "a absoluta isenção do governo nos episódios que antecederam a investigação na empresa Lunus e no seu envolvimento em ações posteriores". Fernando Henrique afirmou ter enviado a carta apenas para registrar respostas às insinuações, para que o silêncio não fosse interpretado como anuência. "A bem da verdade histórica", disse.
26/03/2002
Agência Senado
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