Discursos de José Sarney e Artur da Távola repercutem no Senado
O senador José Eduardo Dutra (PT-SE) afirmou que o discurso do senador José Sarney (PMDB-AP) foi bem-sucedido quando analisado do ponto de vista político, mas faltaram explicações quanto às acusações que pesam contra a governadora do Maranhão, Roseana Sarney. "A defesa dela carece de argumentos jurídicos mais eficientes", ressaltou. Dutra aprovou a sugestão de Sarney de convidar observadores internacionais para fiscalizar o processo eleitoral. Embora não tenha demonstrado apoio explicito à idéia, o senador Amir Lando (PMDB-AP) afirmou que "o preço da democracia é a eterna vigilância".
O discurso do ex-presidente, avaliou o senador Jefferson Péres (PDT-AM), tinha o propósito de atingir a candidatura à Presidência do senador José Serra (PSDB-SP) e salvar a candidatura de Roseana. Para ele, no entanto, só o primeiro objetivo teria sido alcançado. O senador Romero Jucá (PSDB-RR), na mesma linha do discurso do senador Artur da Távola (PSDB-RJ), contestou as suspeitas que Sarney lançou sobre o fax que o presidente Fernando Henrique recebeu após a operação da Polícia Federal na empresa Lunus, de propriedade de Roseana.
O vice-líder do governo reiterou que o interesse do presidente era saber da legalidade da operação. "Não há nenhuma ação deliberada deste governo contra Roseana nem contra nenhum outro candidato à Presidência da Republica", completou Jucá.
"Sarney falou em nome do equilíbrio das instituições democráticas do país", declarou o senador José Agripino (PFL-RN). Ele optou por não comentar a hipótese de desistência de Roseana de sua candidatura à Presidência.
A ausência de Serra no Plenário foi sentida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), para quem é necessário que Serra se pronuncie. O senador Waldeck Ornélas (PFL-BA) classificou a defesa feita pelo senador Artur da Távola de "burocrática". Ele concordou com a afirmação de Sarney, de que "o governo de Fernando Henrique ressuscitou a polícia política".
20/03/2002
Agência Senado
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