Assassinato do prefeito do PT causa comoção no país








Assassinato do prefeito do PT causa comoção no país
O corpo do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), que havia sido sequestrado na noite de sexta-feira (18), foi encontrado crivado de balas calibre 9 milímetros, domingooje, às 7h40, em Juquitiba, a 70 quilômetros de São Paulo. O cadáver estava caído no leito de uma estrada de terra batida, a 200 metros da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que liga São Paulo a Curitiba. O caseiro José Carlos de Souza, que toma conta de uma chácara localizada na estrada, deparou-se com o corpo quando ia para a cidade e ligou para a polícia. No local, os policiais apreendeeram oito cápsulas deflagradas. O cadáver só foi identificado como sendo o do prefeito de Santo André, com a chegada do agente funerário Iran Moraes Redua, que o conhecia.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou que o governo estadual pagará R$ 50 mil para quem fornecer informações que levem à prisão dos integrantes da quadrilha que assassinou o prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT). Alckmin disse que assinou um decreto regulamentando a chamada Lei da Recompensa, aprovada pela Assembléia Legislativa, que prevê pagamentos de R$ 5 mil a R$ 50 mil nesses casos. "Essa é uma guerra", disse o governador, ao destacar seu empenho na prisão dos autores do crime.
Alckmin anunciou que
além de providências estaduais, o governo paulista proporá uma série de medidas de caráter legal e administrativo ao governo federal para conter a escalada da violência. Ele disse que terá audiência com o presidente Fernando Henrique Cardoso, hoje, às 17 horas, no Palácio do Planalto, para apresentar as propostas.


PT marca prévia para 17 de março
Apesar da tensão estabelecida com o sequestro do prefeito Celso Daniel, de Santo André, na região metropolitana de São Paulo, o diretório do PT gaúcho reuniu-se por mais de 10 horas, no sábado, no Hotel Umbú, em Porto Alegre. Entre as decisões tomadas pelos petistas gaúchos a mais importante diz respeito a realização das prévias para a escolha dos pré-candidatos do partido ao governo do Estado.

Caso não haja consenso, ficou estipulado pelas lideranças petistas que os concorrentes deverão realizar as suas inscrições até o dia 15 de fevereiro. As prévias foram marcadas para o dia 17 de março.

O Governador Olívio Dutra esteve no local e defendeu a necessidade de unidade do partido. Segundo Olívio, "as forças devem ser guardadas para a disputa contra os adversários da oposição". O diretório regional petista criou uma comissão formada por 14 pessoas para discutir as diretrizes do plano de governo.

O Prefeito Tarso Genro garantiu que fará a sua inscrição como pré-candidato ao governo. Quanto à consulta feita pelo partido, através de pesquisa contratada junto ao Ibope, as informações são de que o resultado indicaria um melhor posicionamento do governador Olívio Dutra. Entretanto, ele teria uma rejeição maior do que o prefeito Tarso Genro. O resultado da pesquisa não foi autorizado pelo PT, pois infrigiria dispositivo da lei eleitoral, já que a consulta não foi comunicada préviamente, dentro dos prazos estabelecidos no calendário do TRE.


Fortunati vai a Rainha do Mar para se reunir com Pedro Simon
O vereador José Fortunati (PDT), permanece com uma forte agenda de contatos com lideranças e comunidades dos municípios do litoral e do interior, reforçando a sua condição de candidato do PDT ao governo do Estado. Neste final de semana esteve em Capão da Canoa, Xangrilá, Atlântida e em Rainha do Mar, onde manteve reunião com o senador Pedro Simon (PMDB).

Segundo Fortunati as caminhadas pelas praias estão surpeendendo positivamente, revelando o potencial da sua candidatura. Na visita ao senador Pedro Simon, foram discutidas possibilidades de alianças para o governo do Estado e a conjuntura política local e nacional.

Acompanharam o candidato pedetista, o secretário geral do PDT, Romildo Bolzan, o deputado federal Pompeo de Mattos, os deputados estaduais Giovani Cherini, Adroaldo Loureiro, Kalil Shebe e Ciro Simoni. Ainda participaram da caminhada os pré-candidatos ao Senado pelo PDT, Mathias Nagelstein e Sérgio Borja.
Na quarta-feira, dia 23, Fortunati estará em Passo Fundo, acompanhado pelo deputado federal, Airton Dipp, presidente regional do PDT gaúcho. Lá realiza um intenso roteiro de encontros na cidade e na região. Às 7 horas e 30 minutos da manhã de quarta-feira, Fortunati e Dipp participarão de um Café da Manhã com a imprensa, no Hotel San Silvestre. No próximo final de semana Fortunati estará em Imbé e Tramandaí, no sábado, e Arambaré, Tapes e São Lourenço, no domingo.

Sartori defende debate entre presidenciáveis
Líder da bancada do PMDB no Legislativo, o deputado José Ivo Sartori enfatizou a necessidade de debates por parte dos pretendentes a candidatura do PMDB. "A realização de prévias, dia 17 de março, sem que houvesse debate seria inócuo. Os debates devem servir para clarear dúvidas, linha programática e tipo de ação que o candidato pretende desenvolver" analisou Sartori.

Segundo o líder peemedebista, o PMDB tem que reencontrar seu conteúdo e "esta é uma ótima oportunidade". Conforme ele, o apoio do PMDB paulistano dá novo fôlego à campanha de Simon.
"Este é um bom momento para o Simon e para o PMDB gaúcho. O reforço dos paulistas dá um novo ritmo ao processo, oportunizando que novos desdobramentos ocorram. Além disso, o PMDB dá demonstração ao país de como funciona realmente um processo democrático de escolha de candidato a uma função tão importante como a de presidente da República", acrescentou José Ivo Sartori.

Foscarini acredita no candidato Simon
Com o forte apoio que recebeu do PMDB de São Paulo para sua candidatura à Presidência da República, o senador Pedro Simon deverá enfrentar novas dificuldades impostas pelo governador mineiro Itamar Franco, como propostas de aliança com o candidato de Fernando Henrique Cardoso, alerta o deputado Jair Foscarini. No entanto, ele acredita que isso fortalecerá ainda mais o nome de Simon no cenário nacional.

"No seu sonho de voltar à Presidência, Itamar avançou em compromissos locais que inviabilizam a possibilidade de buscar a reeleição como governador e isso o levará a atitudes surpreendentes, como é de seu estilo", disse o deputado. Foscarini lembra que as ações de Itamar com movimentos a favor de quem dizia serem seus inimigos, até agora, não surpreendem.

Para o parlamentar esses movimentos fortalecem o debate para as prévias partidárias e consolidará a posição de Pedro Simon como o melhor dos candidatos do PMDB. "Simon, com toda a experiência de governador, ministro e parlamentar, consagrado pela capacidade, pela ética e honestidade, é o candidato completo e na hora certa". Foscarini acredita que agora o seu nome começa a ganhar dimensão para vencer as eleições. "O Simon tem farinha no saco, tem biografia e compromisso com o desenvolvimento social do povo brasileiro" afirma Foscarini.


PPS gaúcho prepara sua estratégia de campanha
O diretório estadual do PPS realizou, no fim de semana, em Porto Alegre, a sua primeira reunião da nova gestão, presidida pelo deputado Nelson Proença. Estiveram lideranças do partido de todas as regiões do Estado, além do ex-governador Antônio Britto e parlamentares do PPS.

Em seis horas de debates, foi relatada a situação do partido em cada região, e definido que o PPS ainda não irá definir nenhuma candidatura ao governo. De acordo com lideranças gaúchas, a prioridade é estruturar o partido em todo o Estado e trabalhar com muito empenho para a candidatura de Ciro Gomes à presidência da República.

Nelson Proença destacou que a nominata para a majoritária gaúcha estará ligada às alianças que o PPS nacion al está construindo. O ex-governador Antônio Britto acredita que o quadro sucessório brasileiro deverá ficar confuso até os mêses de junho ou julho. "O PPS tem obrigação com o Brasil. O compromisso do PPS é eleger Ciro Gomes", afirmou Britto.

Ficou definido, ainda na reunião, que em breve será dada posse aos dirigentes dos núcleos temáticos do partido e intensificado o trabalho do Instituto Júlio Teixeira, que é o centro de formulação política do PPS no Estado. O encontro tirou ainda uma moção de preocupação frente aos acontecimentos de violência contra representantes políticos, envolvendo o prefeito de Santo André, Celso Daniel. Os participantes consideraram este fato uma séria ameaça à democracia. A próxima reunião da Executiva Estadual ficou marcada para o dia quatro de fevereiro, em Porto Alegre.

PPB GAÚCHO COBRA DEFINIÇÃO DO PPB NACIONAL
O Presidente do PPB gaúcho, Celso Bernardi, encaminhou a Executiva Nacional do Partido um pedido para realização urgente de uma reunião com todos os Presidentes Estaduais do Partido Progressista Brasileiro com a finalidade de analisar o cenário político e definir a candidatura a Presidente da República. Para o PPB/RS é chegada a hora e a vez do PPB ter candidatura própria a Presidente da República.

Por outro lado, Bernardi, solicitou, ainda, que o programa e os comerciais do PPB, em rede Nacional, sejam ocupados, exclusivamente para abordagem de assuntos de interesse nacional e para destacar as propostas do PPB para o Brasil. "O PPB gaúcho não deseja ver o programa Nacional do Partido tratando de assuntos de interesse pessoal e de candidatura estadual como ocorreu em 2001 em relação ao Dr.Paulo Maluf", destacou o presidente do PPB gaúcho. Segundo ele, o para estes temas existem os programas estaduais.


Comércio eletrônico cresce no Brasil
O comércio eletrônico brasileiro está em franco crescimento. A categoria e-commerce foi destaque na internet em dezembro, com aumento de 114% no número de usuários sobre o mesmo mês do ano anterior. Pesquisa do Ibope eRatings.com revela que 2,5 milhões de usuários acessaram páginas de comércio na rede mundial de computadores no mês passado, contra 1,1 milhão em dezembro de 2000. De acordo com o Ibope, este foi o melhor dezembro da história da internet no Brasil.

A Americanas.com, um dos maiores portais de compra do País, tem na Região Sudeste seu melhor mercado, seguido pelo Sul. A empresa encerrou o ano com um volume de vendas três vezes maior que o de 2000, quando o faturamento chegou a R$ 25 milhões. A média diária de pedidos no final de ano superou 4 mil unidades. "Para 2002, queremos ter a Americanas.com como o principal destino de compras on line no País", afirma Beto Ribeiro, gerente de conteúdo.

O comércio eletrônico também assume um importante papel como importante instrumento de divulgação da marca e para consulta dos clientes. Há um ano e meio com o site no ar, as Lojas Colombo têm na internet um forte canal de aproximação com os clientes. "Muitos consumidores escolhem o produto no site e efetivam a compra nas lojas", diz Stelamaris Arenhardt, gerente de comunicação da rede. As compras feitas diretamente no canal virtual representam o equivalente ao faturamento de uma loja pequena.

A Colombo também investe forte no segmento de loja eletrônica. A primeira, inaugurada na semana passada em Porto Alegre, já indica resultados positivos. A consulta é feita em terminais de computador, que oferecem ao consumidor um banco de imagens com os produtos disponíveis e a garantia de entrega do produto no prazo máximo de 24 horas. "A visitação é muito boa, inclusive nos surpreendeu", destaca Stelamaris. Os planos, segundo ela, são de abrir mais cinco unidades nos mesmos padrões até o final do ano, mais uma na Capital e as outras em cidades gaúchas ainda em estudo.

A home page das Lojas Arno passou por uma reformulação em dezembro, depois de um ano e meio em funcionamento. A versão virtual integrada traz produtos nas linhas de utilidades domésticas, eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Atualmente, a empresa contabiliza mais de mil visitas por dia. "As vendas também crescem de forma gradativa", assinala Luciane Nicolini, gestora de marketing da Arno. A empresa, que tem atuação física restrita ao Rio Grande do Sul, ultrapassou as fronteiras por meio do site, e hoje já atende Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.

Unidão investe para conquistar Capital
Os supermercados Unidão apostam na reestruturação do site para conquista de novos mercados. Serão destinados R$ 70 mil para a home page, de forma a torná-la mais ágil e oferecer aos clientes fotos dos produtos disponíveis. As vendas eletrônicas representam hoje cerca de 1% do total comercializado pela empresa, que atende de forma eletrônica as cidades de Novo Hamburgo, São Leopoldo, Portão, Estância Velha, Campo Bom, Sapucaia e Esteio.

A partir de março, o objetivo é atingir também a Capital. Com a entrada de Porto Alegre no sistema, o índice de participação nas vendas deve subir para 7%, informa André De Cesaro, gerente de e-commerce.

Mercado duplicará a cada ano até 2005
O entusiasmo pela internet entre a população brasileira não mostra sinais de abatimento. De acordo com o jornal britânico Financial Times, ainda há muita excitação no mercado on line em rápido crescimento na América Latina. "O tamanho do mercado de e-commerce duplicará a cada ano até 2005", afirmou Cid Torquato, diretor-executivo da recém-criada Camara-e.net, a Câmara Brasileira de e-commerce, ao jornal britânico. As transações de varejo on-line e business to business (B2B) cresceram cerca de 130%, de acordo com a IDC, consultoria de pesquisas dos EUA.

Menos de 20% dos internautas são compradores on-line efetivos, mas cada vez mais estão crescendo como consumidores, afirma André Sapoznik, diretor-gerente da e-bit, empresa de marketing on line que monitora o setor em parceria com a PwC, consultoria norte-americana. No ano passado, a satisfação dos consumidores melhorou de 80% para 85,2%, enquanto os gastos médios subiram em 50% para R$ 250,00 em dezembro, disse Sapoznik.


Sistema financeiro será reestruturado
A equipe econômica argentina prepara um programa de reestruturação do sistema financeiro, que deverá envolver a ajuda do governo aos bancos debilitados pela transformação para pesos das dívidas em dólares. O plano poderia seguir os mesmos passos do governo brasileiro, ao final de 1995. Mas promoveria também a fusão de bancos estatais e a conversão das franquias de bancos estrangeiros em sucursais de suas matrizes. As reformas são consideradas essenciais para a reativação da economia argentina e devem constar do plano que será apresentado ao final do mês ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

De acordo com informação publicada pelo jornal Clarín, o presidente do Banco Central do Brasil, Armínio Fraga, teria um novo encontro com o ministro argentino da Economia, Jorge Remes Lenicov, nesta semana em Buenos Aires. A equipe econômica ainda se reunirá mais uma vez com autoridades chilenas e mexicanas. O principal tópico será a definição do apoio financeiro necessário para a reestruturação do sistema bancário que, por sua vez, o governo deverá pedir aos organismos internacionais.

Apoiada na possível aprovação pela Câmara dos Deputados da nova Carta Orgânica do Banco Central, que transforma a instituição em garantidor de última instância dos depósitos bancários, técnicos do governo argentino deverão analisar em detalhes as alternativas adotadas pelo País. Foram elas o Programa de Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), que envolveu a ajuda do Banco Central brasileiro a seis bancos e gerou uma despesa de R$ 16,9 bilhões aos cofres da instituição até 2001, e o Proes, destinado ao saneamento dos bancos estaduais, que levou a União a emitir R$ 56 bilhões em títulos.
Os técnicos ainda trabalham em dois tópicos delicados. O primeiro seria a fusão de bancos estatais, de forma a unificar as operações de fomento ao desenvolvimento produtivo. O outro, o fim do sistema que permite aos empresários locais instalar uma espécie de franquia de bancos estrangeiros no país. A intenção seria iniciar uma negociação com um conjunto de instituições de outros países para que absorvam essas franquias e as transformem em sucursais. Com isso, as matrizes seriam obrigadas a garantir os depósitos de clientes.

O governo trabalha contra o relógio para montar esse programa, que seria mais profundo que a versão imaginada originalmente e com a qual pretende obter o aval do FMI. A disposição de levar adiante esse conjunto de mudanças está associada a sua própria continuidade. Uma vez eliminados esses entraves no sistema financeiro, o governo poderia liberar os depósitos presos desde o início de dezembro. Portanto, veria-se livre do principal foco de instabilidade social os protestos que se multiplicam a cada dia em diferentes pontos do país. Ao mesmo tempo em que trabalha essas reformas no sistema financeiro, o Ministério da Economia deverá avançar ainda mais a pesificação das operações em dólares. Técnicos da área econômica estão convencidos de que essa seria uma saída necessária para a normalização do sistema, em curto ou médio prazo. Em princípio, daria mais oxigênio ao setor produtivo, que está parado por falta de linhas de crédito, de regras confiáveis de financiamento, além dos recursos insuficientes na rede bancária.

Para tanto, o Banco Central deverá promover uma emissão gradual de pesos, assim que for aprovada a nova Carta Orgânica da instituição pela Câmara dos Deputados. A dificuldade da equipe econômica será definir o montante exato da emissão, de forma a impedir a escalada inflacionária. O governo ainda trabalha na conclusão do projeto fiscal, que estará consolidado no Orçamento de 2002. O projeto deverá ser encaminhado nesta semana ao Congresso e prevê um déficit fiscal de 2,7 bilhões de pesos.

País abandonará completamente o dólar
O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, reconheceu neste final de semana que sua principal promessa de governo não poderá ser cumprida. Não há dólares suficientes para que os mais de US$ 40 bilhões em depósitos congelados sejam devolvidos em moeda americana, em um cronograma que se estenderia até 2005. A confissão de Duhalde é a indicação de que o plano sustentável que a equipe econômica prepara para apresentar à comunidade internacional passará pela pesificação total do sistema financeiro.

Com isso, o dólar deverá ser definitivamente eliminado como moeda de transações correntes, poupança e investimentos no país. Duhalde também reafirmou a prioridade de desativar a bomba social do país, onde 14 milhões de pessoas vivem na pobreza. "Creio que vamos fazê-lo (devolver os depósitos na moeda em que foram feitos) mantendo o valor aquisitivo, não em moeda, porque não há (disponível)", afirmou Duhalde. De acordo com ele, o que se tem que manter é o poder de compra do dinheiro que as pessoas depositaram.

Duhalde não deixou claro, no entanto, de que forma seria feita a conversão dos depósitos, nem qual seria o critério usado para transformar as dívidas em dólares para pesos, isto é, se seria usada a cotação oficial de 1,40 peso por dólar ou a do mercado livre. O presidente argentino voltou a afirmar que o câmbio único flutuante virá no segundo semestre. "Num primeiro momento, chegamos a considerar a livre flutuação, mas, devido aos acontecimentos, pareceu-nos mais prudente a maneira como começamos (o câmbio duplo). Ao longo do segundo semestre podemos tomar medidas nesse sentido (livre flutuação)", declarou.

O Banco Central da República Argentina (BCRA) informou que as novas regras do corralito serão divulgadas na amanhã. "Se adotássemos o dólar flutuante logo de saída, na melhor das hipóteses teríamos um dólar a dois pesos, depois a cinco (pesos), depois a quatro (pesos)", argumentou o vice-ministro da Economia, Jorge Todesca, a respeito do câmbio único.

Mostrando sua disposição em retomar as negociações com o FMI, Duhalde disse que, sem descuidar dos sócios do Mercosul e especialmente do Brasil, não há como negar que os Estados Unidos devem ser o principal aliado da Argentina. "Ninguém duvida da importância que representa para nosso país ter muito boas relações com os EUA, porque é quem pode influir mais para que os organismos internacionais nos dêem uma mão", assinalou.

Reafirmando a prioridade social de seu governo, Duhalde disse que o corralito, o impopular congelamento das contas bancárias, é uma bomba-relógio, mas que a bomba social é muito mais dramática, pois tem a ver com o direito à vida, à saúde, à moradia.

Proer ainda tem rombo de R$ 8 bilhões
O lançamento de um programa de salvação dos bancos na Argentina reacende o debate sobre esse modelo na América Latina. No Brasil, o Proer - Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional -, com o qual o governo evitou a quebra de bancos em 1996, ainda é uma conta em aberto. Se fosse encerrado hoje, as seis instituições socorridas deixariam uma dívida de R$ 8 bilhões.

A conta considera que, em dezembro de 2001, os seis bancos deviam R$ 12,8 bilhões ao Proer e R$ 14,2 bilhões às reservas bancárias (conta usada para o pagamento dos últimos compromissos como a compensação de cheques). Ou seja, R$ 27 bilhões. Os ativos desses bancos que estão com o governo somam R$ 20 bilhões. Resultado: faltam R$ 7 bilhões. Esse número sobe para R$ 8 bilhões com o rombo do Bamerindus, que apesar de ter acertado suas contas com o Proer, ainda tem uma dívida de R$ 1 bilhão com as reservas.

Este seria o custo para encerrar agora as liquidações dos bancos Nacional, Econômico, Bamerindus, Mercantil, Crefisul e Banorte. O desembolso original do Proer foi de R$ 16,9 bilhões. No México, o socorro aos bancos consumiu US$ 65 bilhões em 1995. A Argentina estima em US$ 20 bilhões as perdas das instituições com a mudança cambial, enquanto a agência de classificação de risco Moody's sugere um aporte de US$ 54 bilhões.

"Algum dia o custo do Proer irá para o Orçamento. Foi o mal menor. Para muitos críticos, ficou a marca do salvamento de banqueiros", disse o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP), relator da CPI do Proer na Câmara. Analistas de mercado estimam que o custo final do Proer poderá chegar a 1% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 12 bilhões, se o valor a ser pago pelos bancos se estender por alguns anos. A liquidação do Econômico pode ser a primeira a acabar, pois o BC quer vender títulos cambiais que estão em mãos do governo.


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Que o alerta ative o carvão
Victor Faccioni

A manchete de alerta, que saiu recentemente na imprensa, sobre "Abastecimento de energia da Região Sul emite sinais de alerta", é preocupante, inclusive considerando a existência de usinas a carvão aqui no Estado, pré-prontas, só faltando concluí-las, como a Jacuí I e Candiota III. Parece que nem mesmo as dificuldades do setor energético conseguiram demover o Governo e sua Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, para incluir nas prioridades possíveis e indiscutíveis o setor energético do carvão. Tal visão talvez seja responsável também pela não aprovação, ainda, na Câmara dos Deputados, do Substitutivo do deputado Alleluia, que prevê tratamento de apoio às térmicas a carvão, a exemplo do que foi dado às térmicas a gás, este importado e sua conversibilidade em dólares, com todo o custo inerente. Interessante também a entrevista com o físico, engenheiro e escritor baiano, José Walter Bautista Vidal, na qual afirma que o Brasil pode ser "potência energética mundial". Mas, para isto, tem que aproveitar todo o seu potencial, e aí lembro que, na Região Sul, o carvão não pode ser esquecido. Nesta hora de novas crises, que o terrorismo internacional detonou nos Estados Unidos, cresce também a importância estratégica das fontes energéticas próprias de cada país. E temos aqui, no Sul, reservas de carvão energético, que independe da importação. De recente encontro, em Florianópolis, entre o ministro Pedro Parente, presidente da Câmara de Gestão da Crise de Energia, e os secretários de Energia do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, reproduziram-se, na imprensa, declarações das autoridades do setor sobre a importância das usinas térmicas a carvão. Mas, de prático, nada, ou muito pouco, ainda.

Em todas as referências à crise energética nacional e aos caminhos para sair dela, no entanto, se destacam as grandes vantagens do gás natural, encontrado em abundância, especialmente em países latino-americanos, como a Bolívia e a Argentina, principais supridores de gás ao Brasil. Mas, pergunto, se o gás natural, com tantas propriedades, é saudado como grande solução para tirar o País da crise energética, por que não empregar, igualmente, alternativa que é totalmente nossa, cujas jazidas estão aqui, com o Rio Grande e Santa Catarina possuindo a quase totalidade das reservas nacionais? Trata-se do carvão, que já teve reconhecimento do governo federal, através de decreto assinado por FHC, em 31 de março de 2000, instituindo "O Programa de Incentivo à Utilização do Carvão Mineral do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul". Mas, tal decreto não foi ainda regulamentado no que tange ao carvão, embora o tenha sido para o gás. E o Programa Prioritário Termelétrico (PPT) prevê apenas a construção ou ampliação de duas usinas a carvão no RS: Seival, em Candiota, e Candiota III, respectivamente de 500 e 350 megawatts. E por que não outras mais? Afinal, Ano Novo sempre reacende esperanças.

Ex-presidente da Frente Parlamentar do Carvão


Editorial

INDÚSTRIA QUÍMICA E O ESFORÇO EXPORTADOR BRASILEIRO

O potencial exportador da indústria química nacional é muito bom. Nos últimos 20 anos, apenas três setores vêm crescendo a taxas sempre superiores às das vendas das mercadorias nacionais para o estrangeiro, entre eles está o químico. Em 1998, respondia por 9,5% do comércio internacional de mercadorias e vem se expandindo na base de 9% ao ano. Por isso, as vendas externas da indústria química brasileira podem crescer 12% ao ano, percentual que se verificou nas exportações de quatro economias que obtiveram expressivo desempenho a partir de 1980, ou seja, China, Coréia do Sul, Taiwan e México. Exatamente em 1980, o Brasil exportava mais do que qualquer um desses países, sendo que hoje vende apenas entre um terço e um quarto de qualquer um deles. Dados comprovam que o Brasil pode manter exportações químicas na base de US$ 16 bilhões, a partir de 2010, quadruplicando os atuais níveis. Para tanto, também terá de multiplicar por quatro os investimentos no setor, além de eficaz reforma tributária para desonerar os investimentos e a produção, reivindicação folclórica do empresariado nacional. O efeito multiplicador da indústria química é formidável, está presente nos automóveis, tecidos, aviões e, praticamente, em todos os produtos manufaturados, na forma de tintas, plásticos, borrachas, tecidos sintéticos e mesmo em produtos agrícolas ou agroindustriais que dependem de defensivos, fertilizantes ou embalagens plásticas. No primeiro semestre de 2001, no entanto, as importações de produtos químicos aumentaram quase 7%, enquanto o valor das exportações caiu 3,23%, sendo que o déficit da balança comercial dos produtos químicos, também no primeiro semestre, foi de US$ 3,2 bilhões, quase 14% maior do que em igual período de 2000.

Como a Alca e o acordo com a União Européia estão chegando, vê-se da importância do Brasil manter uma política coerente e de longo prazo para a sua indústria química. Com a Alca e a UE, haverá a eliminação das alíquotas do Imposto de Importação, tornando a concorrência dinâmica, às vezes feroz e sem trégua. Outro problema que deve ser equacionado o mais breve possível é a pendenga, que dura dois anos, entre a Petrobras e as centrais petroquímicas, sobre o preço da nafta, que é a principal matéria-prima para a fabricação de resinas plásticas no Brasil, consumo anual de 10 milhões de toneladas. A abertura do mercado para a importação de derivados do petróleo, a partir deste mês de janeiro, mudará o cenário econômico do setor, pois a Petrobras não tem mais o monopólio das compras externas. De R$ 361,00 em janeiro de 2000, o preço da tonelada da nafta pulou para R$ 517,00, no início de 2001. Ora, a Petrobras vende tudo na base da cotação do dólar para as indústrias nacionais, mesmo que somente 30% da nafta sejam importados. O déficit da indústria petroquímica, em termos de balança comercial, atingiu US$ 6,6 bilhões, uma demasia. Mas, há bons acordos em vista, como o da Copesul, que poderá investir US$ 100 milhões para ajudar a ampliar a Refinaria Alberto Pasqualini a aumentar sua capacidade de produção de nafta em Canoas. No entanto, em princípio, a Refap está ampliando a capacidade de produzir combustíveis, e não derivados petroquímicos, aplicando incríveis US$ 650 milhões. Como o Brasil consome pouco produtos plásticos, algo como 23 quilos per capita contra 111 dos EUA, dá para acreditar em um grande desenvolvimento do setor. Até 2006, o Brasil terá mais dois pólos petroquímicos, um no Rio de Janeiro, o Rio Polímeros, em Duque de Caxias, e outro em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, aproveitando o gasoduto Bolívia/Brasil, com a nafta sendo extraída do gás natural. É o progresso.


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01/21/2002


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