Assembléia tem prazo até novembro para votar o orçamento de 2003









Assembléia tem prazo até novembro para votar o orçamento de 2003
O orçamento de 2003, que foi entregue no final da tarde da última sexta-feira pelo Executivo à Assembléia Legislativa, será publicado no Diário da Assembléia On-Line ammanhã. No mesmo dia, o Legislativo publicará editais nos jornais estaduais informando sobre a abertura de prazo para a apresentação de emendas.

Conforme o Regimento Interno, a partir da publicação do Orçamento, deputados e sociedade civil organizada tem 22 dias úteis para a apresentação de alterações ao projeto.

Todas as emendas devem ser dirigidas à Comissão de Finanças e Planejamento. Durante esse período a Assembléia realizará as audiências do fórum democrático em parceria com a Uvergs, Famurs e Coredes.

Encerrado esse prazo, a comissão terá outros 30 dias para examinar as emendas, apresentar e votar o parecer.

Depois de publicar em ordem do dia, o Orçamento será examinado em Plenário, sendo que a Assembléia tem até dia 30 de novembro para devolver a peça orçamentária ao governo do Estado.

Segundo os deputados Bernardo de Souza, líder da bancada do PPS e membro da Comissão de Finanças e
Planejamento, Berfran Rosado (PPS), presidente da Comissão de Fiscalização e Controle, e Cézar Busatto
(PPS), vice-presidente da CFC e também membro da Comissão de Finanças, a proposta orçamentária para 2003 terá resultado negativo de R$ 1,6 bilhão, sem levar em consideração os números de manutenção e das transferências aos municípios.

Para esses deputados de oposição, o pagamento de pessoal em 2003, ao contrário do divulgado (R$ 5,828 bilhões), ficará na marca dos R$ 6,9 bilhões, dada a previsão de reajustes o funcionalismo, que passarão a vigorar no segundo semestre deste ano e no próximo exercício. A diferença entre o valor projetado pelo Executivo e o real fica em R$ 1,1 bilhão negativo.

Pela análise da bancada do PPS, a projeção de déficit zero presente na proposta orçamentária do Executivo para 2003 vale-se de ocultamento nos números oficiais, pois o governo está subestimando o custeio de pessoal em R$ 1,1 bilhão e o pagamento da dívida em R$ 470 milhões. Os dados, apresentados ontem resultam de uma primeira análise feita pela assessoria de finanças da bancada, tomando como base as informações divulgadas na imprensa.

Segundo os deputados do PPS, o pagamento da dívida também acaba por auxiliar na deturpação dos números orçamentários. No orçamento do governo, R$ 780 milhões foram orçados para a dívida, mas apenas neste ano o custo ficará em R$ 1,127 bilhão. Para 2003, o total será de R$ 1,250 bilhão, segundo análise da assessoria de Finanças da bancada do PPS. Na proposta orçamentária, ficam faltando R$ 470 milhões para a rubrica. Quanto ao montante de investimentos previstos, a projeção de R$ 1,155 bilhão é menor do que a soma dos valores faltantes para pessoal (R$ 1,1 bilhão) e para pagamento da dívida (R$ 470 milhões), no total de R$ 1,570 bilhão.

Petista diz que proposta tem legitimidade popular
O dirigente estadual do PT Júlio Quadros afirmou, no entanto, diz que o Orçamento estadual tem legitimidade popular. Candidato a deputado estadual, Quadros disse que a proposta orçamentária do Estado tem o aval da população gaúcha porque foi construída com participação popular. "Tanto a proposta de Orçamento, como o Plano de Investimentos e Serviços são discutidos por milhares de pessoas em todas as regiões do Estado, nas assembléias regionais temáticas de desenvolvimento e pelos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes)". O dirigente petista afirma que, ao contrário do que a oposição divulgou, a proposta também tem legitimidade técnica, pois "o governador Olívio Dutra conseguiu recuperar de fato as finanças do Rio Grande do Sul".

Já o líder do governo, deputado Ivar Pavan (PT), explicou os dados nos quais está baseada a proposta e lembrou que "nos outros anos, o orçamento sempre entrava em debate em novembro e, neste ano, já na primeira semana está a oposição - a oposição não, os deputados do PPS - está muito preocupada com os recursos orçamentários, na estimativa do governo". Pavan disse que é preciso "entender melhor o que está escrito, como está o Orçamento. Vamos fazer um debate com calma porque temos prazo até 30 de novembro para toda essa discussão".


Bernardi vai viabilizar a pequena propriedade rural
O candidato do PPB ao governo do Estado, Celso Bernardi, aproveitou ontem sua viagem de retorno de São Borja para conversar com pequenos produtores rurais que vendem seus produtos em quiosques localizados às margens da BR-386. Bernardi disse que se vencer as eleições vai implantar programas de estímulo à agroindustrialização dos produtos produzidos nas pequenas propriedades. O objetivo, segundo ele, é o de proporcionar ao pequeno produtor o acesso a novas tecnologias e a linhas de crédito. Com isso, acredita que estará contribuindo para a solução do maior problema da pequena propriedade que é dar viabilidade a produção, aumentando a renda familiar. "Assim, não só estaremos tornando atraente a atividade rural mas também assegurando condições para que as famílias permaneçam no campo".

O candidato do PPB afirmou que as diversas "experiências caseiras" de industrialização dos produtos agropecuários do Rio Grande do Sul, tais como queijo, lingüiça, pães, doces, conservas, laticínios, massas, vinho, cachaça e outros, apresentam resultados satisfatórios a ponto de se tornarem referência nacional e até mesmo no exterior. É o que acontece, cita Bernardi como exemplo, com os doces de Pelotas e o chocolate da região das Hortênsias. "É preciso incentivar a ampliação dessas atividades e qualificar ainda mais as iniciativas existentes".

Para isso, garante que vai apoiar a ampliação das pesquisas técnicas e criar um programa de capacitação dos trabalhadores rurais, chamado "Ensinar a fazer". Nele, serão oferecidos aos estudantes que já terminaram o ensino médio e para os agricultores adultos, cursos especializados nas várias etapas de cada uma das cadeiras produtivas do setor agropecuário. Com relação à qualidade, Bernardi disse que governo e produtores deverão estimular e apoiar a implantação de um "selo de qualidade do produto colonial gaúcho".


Britto diz que eleitor definirá novo modelo
O candidato ao governo do Estado pela coligação O Rio Grande em 1º Lugar, Antônio Britto, disse ontem em palestra na reunião-almoço na Câmara da Indústria e Comércio (CIC) de Caxias do Sul, que nas próximas eleições, "não vamos eleger um governador, vamos definir um modelo de Estado. O próximo governo ou produz consensos ou vai produzir desastres. Temos que reverter o quadro de pouca oferta de investimentos e pouca demanda de emprego."

Ao receber de Gilmar Antônio Gianni, vice-presidente da CIC, um documento com contribuições da entidade para o desenvolvimento do Estado, Britto disse que "o PT deixa o maior rombo dos últimos tempos. Hoje, reorganizar o caixa do governo depende de uma reorganização política. Se depender de nós, vamos atravessar a rua e buscar o entendimento. Temos que criar condições políticas para isso".

Perguntado sobre como vê o Orçamento Participativo, Britto disse que ele "não é cumprido no Estado e está levando à desmobilização e ao esvaziamento intencional do papel de prefeitos e vereadores". Quando indagado sobre os pedágios, o candidato ironizou: "Pensei que o PT tivesse acabado com os pedágios, como prometeram. Muito pelo contrário. Agora tem a cobrança na ida e na volta. Isso acaba com a idéia de que os pedágios foram instalados como opção, quando eram uma necessidade". Ao ser questionado sobre se iria criar novos postos de pedágio, Britto foi claro: "Os que já estão in stalados vão continuar, mas não serão abertas novas praças, pois onde elas eram necessárias já foram implantadas".

O candidato do PPS iniciou a palestra elogiando o Juventude, time local que é líder do Campeonato Brasileiro, e declarou que queria dividir com os caxienses a notícia de que dois dos trigêmeos que ele e sua mulher, Luciana, esperam, são meninos. "O terceiro bebê ainda não sabemos se é menino ou menina", disse Britto.


Britto tem reunião com prefeitos trabalhistas
Britto conduziu também ontem na sede regional do PDT, em Porto Alegre, reunião de trabalho com os prefeitos e vice-prefeitos trabalhistas. Ao lado do presidente regional do PDT, Pedro Ruas, e do ex-governador Alceu Collares, o candidato pediu lealdade e trabalho aos dirigentes municipais nos últimos 20 dias da campanha eleitoral. A reunião durou apenas 60 minutos, foi objetiva e tratou das necessidades estruturais dos prefeitos nos municípios, que solicitaram maior objetividade e inserções propositivas no programa eleitoral, sugeriram o aproveitamento do dia 23 - número de Britto - com bandeiraços e panfletagem, lembraram que Alberto Pasqualini nasceu nesse dia e se colocaram a disposição para a campanha eleitoral.

O líder do PDT na Assembléia, deputado Giovani Cherini, e o deputado João Luiz Vargas, acompanharam a reunião, que contou com a presença do candidato ao Senado, João Bosco Vaz, do vereador Isaac Ainhorn, do ex-deputado Aldo Pinto, e do presidente do PPS, Nelson Proença.


Situação das finanças estaduais preocupa o candidato do PMDB
O candidato ao governo do Estado pela coligação União pelo Rio Grande, Germano Rigotto, reafirmou ontem a necessidade de uma grande articulação entre as forças políticas e sociais gaúchas para enfrentar a grave situação das finanças públicas no início do seu governo, a partir de 1º de janeiro. "As avaliações que estamos fazendo, desde o começo da campanha, mostram que existe um déficit público crescente e uma dívida de curto prazo bilionária, que serão trabalhados com seriedade para que se consiga realizar um processo de administração que garanta estabilidade ao governo", afirmou.

A questão financeira do Rio Grande foi um dos temas centrais de discussão nas palestras que o candidato realizou ontem, iniciadas por uma reunião-almoço com a União Empresarial. "O atual governo vem fazendo um esforço para mostrar números diferentes da realidade que nossos técnicos já detectaram nas contas estaduais, mas sabemos que, infelizmente, o que vem pela frente é bem mais difícil", sustentou, lembrando que está preparado para enfrentar as dificuldades iniciais. "Nosso programa será balizado por ações que vão proporcionar a retomada do crescimento e da arrecadação, reduzindo o impacto dos números negativos no momento de arrancada do nosso governo", sustentou.

Rigotto entende que está capacitado para comandar um grande debate entre os futuros governadores e a União, visando a permitir fôlego aos estados com a redução no índice de comprometimento com o pagamento dos serviços da dívida estadual. "Acredito que qualquer que seja o próximo governo federal terá a sensibilidade para encontrar uma forma que possibilite oxigenar as finanças estaduais, sem comprometer tanto a arrecadação e permitir que investimentos importantes e necessários sejam realizados pelos Estados", destacou. O candidato lembra que tem amplo conhecimento desse processo, uma vez que trabalhou como relator do projeto que determinou a federalização das dívidas estaduais. Rigotto também participou do encontro promovido pelo Sindicato dos Auditores Fiscais do RS (Sindaf), e do debate no Fórum do Sucesso, realizado pela Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre (AJE/POA).


José Serra sofre 3 derrotas no TSE
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, sofreu hoje três derrotas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidenciável do PSB, Anthony Garotinho, conseguiu o direito de responder a alegadas ofensas veiculadas no programa de rádio do tucano. O ministro Caputo Bastos concluiu que Serra acusou Garotinho de maquiar números das finanças públicas e da segurança do Estado do Rio de Janeiro.

Em outra decisão, Caputo negou pedido de Serra para que fosse suspensa propaganda de Ciro Gomes. O tucano sentiu-se ofendido com o programa no qual ele aparece como se estivesse confirmando que estaria mentindo para a população ao dizer "prometer é muito fácil". Caputo rejeitou ainda outro pedido de Serra. O tucano questionava programa de Ciro, onde um grupo de jovens cantava rap enquanto eram apresentadas imagens do presidente Fernando Henrique Cardoso e de Serra fazendo considerações sobre a geração de empregos. Os advogados do candidato do PSDB argumentaram que os gestos feitos pelos jovens davam a entender que as palavras contidas nas mensagens eram mentiras.

Serra pediu ao TSE direito para responder as declarações de um ministro do Superior Tribunal Militar (STM) veiculadas no programa de Ciro. Ele teria dito que o tucano teria "entrado pobre e saído rico do cargo de secretário de Fazenda de São Paulo" e de "ser cruel, corrupto e prepotente no exercício do poder".

Caputo Bastos também negou pedido do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, para que fosse suspensa
parte do programa de Serra veiculado no último sábado, que teria distorcido propostas do petista para a geração de empregos. "Vi a fita e não vislumbrei, em juízo liminar, justificativa para suspensão do programa de que cogita a representação", afirmou Caputo Bastos.


Artigos

Um grande plano sobre a cidade
Adeli Sell

Sem a câmara na mão, acompanhe-nos num apanhado das coisas da cidade que nos afligem, de um lado, e coisas que nos envaidecem, de outro. É gratificante ver ressurgir da feiura a beleza do Forte Apache ali na Praça da Matriz, numa ousada operação do Ministério Público, que é dono do local. Mas é desolador ver ali perto um prédio do Exército caindo aos pedaços, na Duque de Caxias, do lado oposto da Assembléia. É inaceitável que as autoridades nada façam, apesar de saberem que é ilegal trocar dólares, fazer câmbio, ali na Borges de Medeiros em plena rua. Onde está a autoridade do Banco Central? Como aceitar que a prostituição prospere em pleno Mercado Público, no Centro, quando conquistamos a sua restauração? Foi festejada sua beleza por todos aqueles que aqui estiverem no Fórum Social Mundial. Vibramos sempre quando nos lembramos que temos uma Casa de Cultura Mário Quintana em restauração, um Santander Cultural, um Memorial, um Margs, um Chalé, uma Usina do Gasômetro, mas ficamos enlouquecidos de ver a dificuldade de estacionar, assistir a um espetáculo, por causa da extorsão dos flanelinhas. Como ficar insensível com os meninos e meninas de rua? Mas o que mais dói é que as autoridades não querem ver uma senhora gorda, que vende loló para a gurizada em pleno Centro. E pior do que isto é ver o Conselho Tutelar inerte, seus conselheiros ganhando mais de R$ 2 mil por mês, e as crianças vendendo flores na noite da Cidade Baixa.

Não queremos mais ver a venda de álcool para crianças e adolescentes na Orla do Guaíba e em particular em Ipanema. Queremos shoppings populares, com as coisas regularizadas como a gente vê em Curitiba. Mas a gente quer mais.


Colunistas

ADÃO OLIVEIRA

Pânico entre os tucanos
O pânico com a possibilidade da vitória do candidato da Coligação Lula Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, no primeiro turno da eleição presidencial passou as fronteiras da campanha do candidato da Grande Aliança, José Serra, e atingiu o Palácio do Planalto. Depois dos colaboradores de Serra, agora, são os interlocutores do presidente Fernando Henrique Cardoso que se confessam temerosos do efeito do chumbo trocado com o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes. "Esta troca de tiros que está causando a queda contínua de Ciro pode acabar arrastando Serra para o ralo", resume um interlocutor presidencial, sugerindo que o tucanato repense a estratégia da campanha.

O estopim que detonou a preocupação palaciana foram a denúncia de fraude na declaração de bens do candidato tucano a presidente à Justiça Eleitoral e a ameaça do procurador da República no Distrito Federal Luiz Francisco de Souza de incluir o nome de Serra num processo contra o ex-diretor do Banco do Brasil (BB) Ricardo Sérgio de Oliveira, entre outros. O candidato da Grande Aliança e a campanha protestaram contra a "atuação eleitoreira" de Souza em benefício do PT, partido ao qual ele foi filiado, mas ninguém deu sinais de mudança na estratégia da campanha.

"Vamos manter a mesma estratégia e bater na mesma tecla", resume o coordenador técnico da campanha tucana e prefeito de Vitória, Luiz Paulo Velozo Lucas (PSDB). A "tecla" a que se refere Lucas, na verdade, são duas: a ênfase absoluta no emprego, em debates sobre programa de governo, e na "falta de experiência" de Lula para dirigir um País complexo como o Brasil.

"A oposição que se notabilizou falseando acusações contra o governo e exagerando os problemas do País tem, neste período eleitoral, seu momento de glória", ironiza o coordenador técnico da campanha tucana. "Que o adversário desesperado entre na linha do ataque irresponsável e tente requentar acusações que já foram amplamente respondidas e esclarecidas eu até entendo, mas acho estranho que um procurador da República aja desta forma", completa o presidente nacional do PSDB, deputado José Aníbal (SP), candidato a senador, prometendo responder à altura. "Nem ele (Souza) nem eu temos o estatuto da imunidade. Somos responsáveis pelo que dizemos e fazemos."

Na mesma linha, o coordenador político da campanha tucana, deputado Pimenta da Veiga, disse que custa a acreditar que um procurador, "com nítidos vínculos partidários, vá propor ação judicial com tão clara motivação política a 15 dias da eleição". "Nem o PT nem o procurador conseguirão desfazer o evidente vínculo político-partidário que os une." Veiga também confessou-se "assombrado" com a possibilidade de alguém que nunca teve experiência administrativa venha a tê-la pela primeira vez logo no comando supremo do País. "Uma boa equipe não basta", afirmou, ao salientar que, muitas vezes, o presidente da República tem de tomar uma decisão com o que tem diante de si, posto à mesa.

"Ainda que esse presidente disponha de assessores e técnicos, terá de saber decidir o melhor caminho para o País, e isso exige conhecimento e experiência", afirmou. O coordenador político da campanha tucana lembrou que muitos candidatos podem ser bem ensaiados para responder às perguntas que lhe são postas mas que, no exercício da Presidência, não cabe ensaio. "É preciso ter experiência e vivência." Veiga disse que os eleitores devem se perguntar se "é certo iniciar a preparação de alguém na administração pública e entregar para esse alguém a Presidência da República para que ele aprenda a administrar". "Isso, realmente, me assombra", afirmou. "A administração pública, sobretudo a Presidência da República, não é estágio."


CARLOS BASTOS

Germano Rigotto é fenômeno na eleição
O candidato do PMDB ao governo do Estado, deputado Germano Rigotto, está se transformando no verdadeiro fenômeno desta eleição de 2002 no Rio Grande do Sul. Quando foi lançado candidato estava com índices insignificantes nas pesquisas de opinião, e no decorrer da campanha foi crescendo, crescendo e hoje já é a grande atração da disputa eleitoral. Tanto que esta tarde estará dando uma entrevista especial para a agência de notícias alemã Reuters, para explicar como conseguiu chegar à atual posição.

Analistas entendem que a disputa acirrada entre os candidatos Antônio Britto, do PPS, e Tarso Genro, do PT, fez muitos votos de peemedebistas e pepebistas, que já tinham optado pelo ex-governador já no primeiro turno, refluirem para os candidatos de seus partidos: Germano Rigotto e Celso Bernardi. Esta migração de votos reduziu a potencialidade de Britto no primeiro turno, e provocou uma legítima reacomodação por parte dos eleitores daqueles partidos.

A agressividade dos programas, tanto do petista Tarso Genro como do ex-governador Antônio Britto, quebraram a tendência do eleitorado oposicionista já se utilizar do voto útil no primeiro turno. E a postura de Germano Rigotto, seguindo o exemplo de Lula na sucessão presidencial, pairando acima do bem e do mal, acabou colhendo maiores dividendos, angariando simpatias no tipo de público que se rebela contra campanhas agressivas.

Mas há outros fatores contribuindo para o crescimento da candidatura de Germano Rigotto, como a existência de fortes nominatas de seu partido, o PMDB, tanto para a Câmara de Deputados como à Assembléia Legislativa. Para a Câmara Federal, além dos atuais deputados surgem nomes de peso como Eliseu Padilha, ex-ministro dos Transportes, Ibsen Pinheiro, ex-presidente da Câmara dos Deputados, e José Ivo Sartori, que é o herdeiro natural do eleitorado de Rigotto em Caxias do Sul.

Para deputado estadual, além dos atuais integrantes da bancada, há os nomes dos ex-prefeitos de Osório, Alceu Moreira, de Vacaria, Marcos Palombini, de Canoas, Hugo Lagrana, e do filho do falecido ex-prefeito de Rio Grande, Wilson Branco, Janir, além do ex-deputado federal Nelson Hartler, e da esposa do deputado Sartori, Maria Helena. E dois nomes consagrados como candidatos ao Senado, como o peemedebista Odacir Klein e do tucano Vicente Bogo, sem falar na penetração em Porto Alegre e na região metropolitana do candidato a vice, Antônio Hohlfeld, do PSDB.

Acrescente-se a isso uma campanha em rádio e televisão com participação de publicitários. Não há só marqueteiros políticos na elaboração dos programas. Sente-se ali a criatividade dos publicitários. Basta exemplificar com o desenho infantil de uma borboleta e a corrida de três carros numa figura para acabar com a polarização, com os veículos que representam Tarso e Britto saindo da pista, ficando somente o de Rigotto.

E a bem bolada citação de municípios gaúchos como Progresso, Harmonia, Formigueiro, Esperança do Sul, Alta Feliz e Bom Princípio.

Última
O candidato ao governo pelo PPS, Antônio Britto, afirmou na inauguração do comité pela candidatura do presidente regional pedetista Pedro Ruas, em Novo Hamburgo, que "o Rio Grande do Sul é como o PDT, provou o gostinho do PT, e não gostou". Britto sustentou que ele e o partido de Leonel Brizola tem uma coisa em comum, o de colocar o interesse público acima de tudo.


FERNANDO ALBRECHT

O show de Jorge
O show de Jorge Benjor no Araújo Vianna, na sexta, registrou grande público de gente jovem, mas não só. Lá estava também este cidadão de 66 anos, fã do cantor desde o início. Se considerarmos o tempo que o então Jorge Ben está entre os mais populares cantores brasileiros, o nosso homem tinha menos de 30 anos na época.

Uma das coisas que marcou o show foi a Esquadrilha da Fumaça, que compareceu em peso. Tinha que se abrir caminho à tapa para varar a fumaça da canabis. E também torcer para não ter o carro guinchado, como aconteceu com dezenas de pessoas que estacionaram em cima da calçada.

As alegrias de Biedermann

O presidente do conselho de administração da Pólo RS, Anton Karl Biedermann, festeja duas conquistas. A primeira veio da empresa alemã PolySacks International, que se instala em Taquara onde gerará 400 empregos. A outra foi ser considerado um dos 10 melhores nadadores do mundo da sua categoria pela Federação Internacional de Natação Amadora (Fina), com sede na Suíça. Convém lembrar que Biedermann tem 78 ano s.


Problemas da cidade

Quem estaciona nas imediações do Colégio Americano corre o altíssimo risco de voltar ao carro e verificar que ele foi arrombado e o toca CD tomou chá de sumiço. Como não existe estacionamento por lá, é um flagelo. São cinco ou seis aparelhos roubados por dia. E a história é a mesma de sempre: todos sabem quem é mas temem represálias. Enquanto isso, os jornais seguem publicando anúncios de pessoas que compram só a frente ou vendem só os fundos dos toca CD.

O Velho Charrua...

Loureiro da Silva, O Charrua , do jornalista Celito De Grandi, é um belo livro sobre aquele que é considerado um dos maiores ou o maior prefeito que a Capital já teve, Loureiro da Silva - de 1937 a 1943 e de 1960 a 1963. Será lançado dia 1º de outubro às 19h no Birra e Pasta, no Praia de Belas. O Plano Diretor é dele e as quatro perimetrais foram previstas neste projeto, sem falar que foi ele quem abriu a as avenidas Salgado Filho, Farrapos e Jerônimo de Ornellas.

...e suas histórias

As grandes radiais, como ele chamava, já previam o recuo dos prédios. Outra preocupação de Loureiro foi com o saneamento. O jornalista Carlos Bastos lembra que, durante a campanha de 1959, Loureiro, ele e o falecido jornalista Carlos Raphael Guimaraens conversavam na Rua da Praia sobre o problema dos esgotos na Capital. "Os canos são desse tamanhinho", dizia Loureiro mostrando com os dedos o calibre, "se não aumentarmos 10 vezes o tamanho da bitola, Porto Alegre vai sofrer um m...moto
", criando um neologismo para o eventual transbordamento dos esgotos.

Lula lá...

Na entrevista para a Folha eletrônica, o dirigente nacional do MST, João Pedro Stédile, se disse perplexo com as posições de Lula. "Evidentemente que não é um discurso de defesa de um programa de esquerda", disse, criticando ainda a aproximação do PT com Orestes Quércia e José Sarney. "Toda nossa militância social, tanto do MST, como dos demais movimentos da Via Campesina, está
engajada na campanha de Lula".

...e MST lá

Stédile já havia dito que "se Lula ganhar as eleições não estarei na posse porque estarei ocupando todas as terras do Brasil". Em todo o caso, Stédile pode ter certeza de que Lula tem adaptado seu discurso às platéias.

Na terça-feira da semana passada em Caruaru, Pernambuco, Lula prometeu revolucionar o campo e deixou claro que não irá reprimir o MST. Qual Lula fala a verdade, o de Caruaru ou o dos programas de TV?

Festa e festa

Gramado começa a enfrentar os meses de temperatura amena com eventos de temperatura máxima. O primeiro Festival de Vinhos Nacionais e Gastronomia do País começa quinta-feira e vai até 20 de outubro na Rua Coberta. Como não só de vinho vive o homem, a degustação será acompanhada por um prato montado pelos expositores. O festival é promoção da Secretaria Municipal de Turismo/Wines from Brazil/Convention Bureau/Sindicato de Gastronomia.

Por falar em Gramado...

...está em instalação uma lombada eletrônica na RS-235 no sentido Gramado-Canela, próximo a Saccaro Móveis, beneficiando os alunos da escola Presidente Vargas, localizada no bairro, uma antiga reivindicação dos moradores da área. Ela estará funcionando em um prazo máximo de quinze dias e substituirá a lombada em frente ao shopping Bela Vista.

A senadora alagoana

Notável senadora pelo PT, a alagoana Heloísa Helena chega hoje às 13h em Porto Alegre. Vai visitar também Pelotas e Novo Hamburgo. A parlamentar decidiu recuar da disputa ao governo do seu estado por não concordar com a coligação que a direção do partido fez nas Alagoas. Entre outros compromissos, almoçará no Acampamento Nativista do Parque da Harmonia. Não vá alguém brincar em serviço porque ele é de faca na bota.

Secretário Luiz Marques, da Cultura, coordena mesa da campanha Lula sobre políticas culturais dia 21 em BH.

San Marino Fiat/Sintapa dá desconto de 12% nos carros 0 Km para taxistas da Capital.

Presidente da ANP, Sebastião Rego Barros, abre dia 27 o VI Encontro Nacional de Revendedores de Combustíveis.

Colégio Sevigné fechou parceria com o STB Student Travel Bureau, emissor no Brasil da Carteira Mundial de Estudante.

Mãe de Deus/Associação Brasileira de Psicanálise lançam hoje às 19h30min no Novotel o projeto Freud: Reeleituras.


Editorial

SUPERÁVIT COMERCIAL É UMA BOA HERANÇA DO ATUAL GOVERNO

Os US$ 931 milhões de superávit na balança comercial na primeira quinzena de setembro, US$ 6,312 bilhões no ano, trazem esperança às contas externas do País. O saldo está chegando no melhor momento, dadas as incertezas que pairam sobre as finanças globalizadas. O medo a qualquer tipo de risco, os escândalos contábeis nos EUA, a recessão no Japão e a possibilidade da guerra EUA/Iraque têm postergado investimentos e aplicações em países em desenvolvimento, caso do Brasil. Os candidatos a presidente repetem obviedades, no assunto exportações/importações. Todos querem melhorar a situação do Brasil, ao vender e comprar bastante no exterior, sobrando dólares para honrar os compromissos. A livre flutuação do câmbio tem sido fundamental para os números da balança, ao lado da equalização, ou juros subsidiados, para os negócios, compatibilizando as taxas praticadas internamente com aquelas dos mercados internacionais. Os resultados da balança comercial em julho, agosto e, certamente, em setembro explicam o sucesso da política que vem sendo aplicada. Nos dois meses, o saldo comercial somou US$ 2,772 bilhões, valor US$ 166 milhões maior do que a soma dos seis meses anteriores. O melhor é que o resultado advém do aumento das exportações, ao mesmo tempo que as importações cresceram também, mesmo com a alta do dólar. Caso a tendência confirme-se nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, há quem aposte, com muito otimismo, que o superávit da balança poderá chegar a US$ 10 bilhões.

Este valor está previsto para o final de 2003, logo seria uma formidável herança positiva do atual governo, em meio a tantas críticas à área financeira e econômica de Brasília por parte dos candidatos, inclusive daquele apoiado pelo Palácio do Planalto. O importante é apostar que o excelente resultado dos meses de julho e agosto não tenha sido devido a fatores conjunturais ou transitórios, especialmente à retração da economia internamente ou a desvalorização do real. No entanto, a disparada do dólar fez com que um vigoroso processo de substituição das importações fosse executado por muitas empresas, ajudando a promover este saldo tão alvissareiro. Esta última possibilidade garante a continuidade dos superávits, conforme os citados US$ 931 milhões nas duas primeiras semanas de setembro. Armínio Fraga e Pedro Malan dizem que a exposição da indústria nacional à concorrência com produtos estrangeiros importados obrigou a um processo de agregação tecnológica moderna, maior produtividade, produtos com alta qualidade e melhores condições de competitividade com outros países, o que agora está aparecendo no resultado da balança comercial, mês a mês. Portanto, depois de sete anos de abertura das fronteiras aos produtos do exterior e de mais de três anos de flutuação cambial, existe redução nas importações e aumento nas vendas externas. Sem dúvida, e nisso os principais candidatos a presidente concordam, este é o caminho mais seguro e correto para o Brasil acabar com a dependência de capitais estrangeiros para fechar sua conta corrente todos os anos, ficando vulnerável aos solavancos dos Estados Unidos, do Japão, do bom humor dos europeus, além de bater às portas do FMI periodicamente, desde 1998. A prova de que há uma reversão nas importações é que passamos de compradores a vendedores de telefones celulares, combatendo o megadéficit de US$ 8 bilhões no nicho dos eletroeletrônicos. Em julho, as exportações brasileiras bateram recorde, passando a marca histórica de US$ 6 bilhões, com quantidade embarcada também recorde, mais 48% em relação a julho de 2001. Então, podemos vislumbrar uma substancial melhora nas contas do País, apesar do cenário externo.


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09/17/2002


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