Assentados entregam 220 toneladas de alimentos
Famílias de oito assentamentos da região metropolitana de Porto Alegre realizam, nesta semana, a distribuição de aproximadamente 220 toneladas de hortaliças, verduras e frutas a entidades assistenciais do município de Eldorado do Sul. Os produtos da reforma agrária – entregues através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – devem beneficiar em torno de 2,8 mil pessoas da zona urbana.
O contrato de R$ 383,3 mil entre as instituições e a Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap) foi assinado nesta terça-feira (8). Estão previstas entregas mensais no decorrer de um ano, sendo que alguns tipos de hortaliças serão distribuídos quinzenalmente.
A operação foi dividida em duas propostas: em uma delas, cuja entrega deste mês ocorreu nesta quarta-feira (9), 54 agricultores convencionais vão produzir 158 toneladas de produtos. Os alimentos serão distribuídos a cinco entidades assistenciais, as quais atendem 1.952 pessoas. O volume comercializado será de R$ 259 mil.
Outro grupo, de 26 famílias assentadas, está produzindo exclusivamente de forma orgânica, o que aumenta em 30% o preço pago a cada item. O contrato de R$ 124.306,00 com o centro comunitário dos moradores do bairro centro novo vai disponibilizar 61,1 toneladas de produtos certificados para 914 pessoas assistidas pelo Centro. A primeira entrega está prevista para o dia 23 de outubro.
A lista inclui abóbora, alface, arroz, batata-doce, chicória, espinafre, berinjela, milho-verde, aipim, pimentão, tomate, rúcula, radite, tempero verde e frutas como melancia, caqui, laranja e morango.
Alimentos Saudáveis
O agricultor Daniel Audidert, do assentamento estadual Integração Gaúcha (de Eldorado do Sul), entregou alface, tempero verde e couve. Ele destaca que o PAA oportuniza o acesso a alimentos mais saudáveis também a população carente. “A gente se sente valorizado em saber que está repassando saúde e um produto de qualidade também para estas pessoas. Sem contar que temos relação direta com elas através do PAA”, acrescenta o agricultor.
Audidert optou pela produção orgânica há 18 anos, desde que chegou no assentamento, em função de sua história de vida. “Eu venho de uma região que o uso de agrotóxico era comum e sofri muito com isso. Então eu trabalho em harmonia com a natureza para manter a saúde e multiplicar a biodiversidade do planeta”.
A certificação dos produtos, segundo Audidert, além de agregar valor, aumenta a auto-estima da família, pois contribui para alimentação saudável da sociedade. “O cultivo orgânico é um processo mais lento, porém mais satisfatório para o nosso bem-estar social”, afirma. O assentado comercializa também na Loja da Reforma Agrária e através do programa de alimentação escolar.
Fonte:
10/10/2013 16:10
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