Ataídes Oliveira atribui reportagem contra ele a denúncias que fez sobre o Sistema S



O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) contestou reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no último dia 2. De acordo com a reportagem, intitulada “Senador aliado de Cachoeira é poupado”, o parlamentar “foi beneficiário de R$ 6,3 milhões repassados por empresas ligadas a Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, segundo apuração da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigou as relações do contraventor com políticos”.

O senador disse que já explicou à CPI a origem dos recursos, que se referem à venda de um imóvel ao empresário Marcelo Limírio. O senador pediu a transcrição, nos Anais do Senado, da escritura de compra e venda do referido imóvel, assim como de extratos bancários que forneceu à Mesa . Afirmou ter entregado à CPI a mesma documentação.

- Estou estarrecido, porque respeito o trabalho da imprensa, mas lamento a atitude deste grande jornal – afirmou o parlamentar, acrescentando que o periódico terá de comprovar em juízo o que afirmou.

O parlamentar disse que a matéria foi motivada pelas denúncias que tem apresentado da tribuna contra entidades do Sistema S – como se convencionou chamar o conjunto de entidades ligadas a diversas confederações, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

- Uma matéria encomendada não irá ferir a honra de um homem sério. Os gestores do Sistema S fizeram uma verdadeira varredura em minha vida pessoal e profissional e a única coisa que encontraram foi uma ex-amizade.  – afirmou, referindo-se aos laços que diz não mais manter com Carlos Augusto Ramos.

O parlamentar disse que suas denúncias são embasadas em auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU). Essas auditorias, segundo ele, constataram falta de transparência, arrecadação direta de tributos e outras irregularidades. As organizações do Sistema S, acrescentou, recebem cerca de R$ 1 bilhão de recursos públicos por ano e não são fiscalizadas por nenhum órgão, além de não prestarem conta, o que contraria o previsto no artigo 70 da Constituição.

Ataídes Oliveira afirmou que todos os requerimentos que apresentou, solicitando informações ou pedidos de auditorias pelo TCU sobre entidades do Sistema S, seja no Plenário ou na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), foram negados. Lembrou também não ter conseguido as assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI sobre o assunto.

- Não tenho dúvida que o Sistema S é um dos maiores esquemas de corrupção neste país, conforme foi detectado nos acórdãos de auditoria – afirmou o parlamentar.

Ataídes de Oliveira citou exemplos do que seria, para ele, gastos do dinheiro público sem controle: a construção, sem licitação, de dez prédios em Brasília pela Confederação Nacional do Comércio, a um custo de R$ 700 milhões; e a escolha da empresa Diedro Construções para a construção de 80% das obras do Serviço Social do Transporte (Sest) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), vinculadas à CNT.



07/05/2013

Agência Senado


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