Ataque eleva preço do petróleo
- Ataque eleva preço do petróleo
- Um ataque aéreo dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha contra o Iraque provocou ontem temor de que a guerra contra Saddam Hussein estivesse começando. O bombardeio aconteceu na noite de quinta-feira e, segundo o jornal britânico "The Daily Telegraph", foi a maior das investidas regulares contra o sistema de defesa antiaérea iraquiano desde 1998.
Conforme o diário, 100 aviões foram usados na operação. Washington levou horas para desmentir a publicação, informando que não se tratava de ação de tal porte. Ainda assim, os americanos usaram mais de 20 caças e lançaram bombas contra um centro de controle militar.
O Iraque afirma que a instalação atingida está fora da Zona de Exclusão Aérea, atacada regulamente pelos EUA. O local é considerado estratégico para a defesa iraquiana. (...) (pág. 1, A7 e A9)
- Irritados com os sucessivos direitos de resposta concedidos pelo Tribunal Superior Eleitoral em favor de José Serra, contra Ciro Gomes, aliados do candidato da Frente Trabalhista emitiram dura nota. Assinada por João Hermann, líder do PPS na Câmara e um dos coordenadores da campanha da coligação, afirma que "o TSE transformou-se num fórum decisivo para a campanha", mas não estaria sendo "imparcial".
O texto lembra que o presidente do TSE, ministro Nelson Jobim, "dividiu apartamento com o senador José Serra quando separou-se da primeira mulher" e que "a atual mulher de Jobim é funcionária do Governo Fernando Henrique". Cita ainda que o ministro Caputo Bastos, autor da maioria das concessões de direitos de resposta, "foi advogado de Fernando Henrique na campanha de 1998".
Para o corregedor do TSE, ministro Sálvio de Figueiredo, "as divergências são comuns porque o Direito não é matemática". E lembrou que em nenhuma das ações apresentadas pela Frente Trabalhista houve decisão por unanimidade. Jobim considerou as críticas "lamentáveis" e pediu respeito às instituições.
Também ontem, o candidato a vice na chapa de Ciro Gomes, Paulo Pereira da Silva, ex-presidente da Força Sindical, chamou a controladora-geral da União, Anadyr Rodrigues, de "mal-amada e amarga". Reagia à recomendação da ministra de que as contas da central sindical - citada na investigação sobre uso do dinheiro do FAT - não fossem aprovadas. (pág. 1 e A3)
- A produção industrial seguiu estagnada em julho, segundo pesquisa do IBGE divulgada ontem. Em relação ao mês anterior, o crescimento é zero. Na comparação com o mesmo mês de 2001, a expansão ficou em 3,3%, mas neste período do ano passado o País vivia os efeitos do racionamento de energia.
De acordo com Sílvio Sales, chefe do Departamento de Indústria do instituto, a tendência é de queda. Dados da Confederação Nacional da Indústria mostram que o emprego no setor caiu pelo décimo mês consecutivo. O número de vagas recuou 0,35% em relação ao ano passado. Comparando-se os números de junho, a ocupação ficou praticamente estável. (pág. 1 e A14)
- As sete frentes de oposição do Distrito Federal se uniram ontem para impetrar representação junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) solicitando punição à falsificação de urnas em Brasília. O procurador regional eleitoral, Antônio Carneiro Sobrinho, vê indícios de envolvimento de políticos com a fraude. A lista de suspeitos inclui o candidato à reeleição no DF, Joaquim Roriz (PMDB), e o candidato do Governo à Presidência, José Serra (PSDB). (...) (pág. 2)
Colunistas
COISAS DA POLÍTICA - Dora Kramer
O candidato a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes, Paulo Pereira da Silva, resistiu o quanto pôde, mas ontem revelou-se, por inteiro, integrante dessa espécie de subcategoria do sexo masculino. Para ele, a corregedora-geral da União, Anadyr de Mendonça Rodrigues, é uma mulher "mal-amada e amarga". (...)
O defeito da corregedora, no critério do candidato, pelo visto está no fato de ser mulher e não recuar mesmo diante do socorro que o oponente tentou buscar no gabinete da Presidência da República. Quando mesmo? No último dia 2 de agosto, conforme registro de agenda passível de verificação.
Imagine o leitor se a corregedora resolvesse responder nos mesmos termos. Como de doce não poderia chamar seu interlocutor, sob pena de agredir os fatos, no máximo poderia considerá-lo um aprendiz do Bem-amado.
Aquele perfeito resumo que Dias Gomes fez do Brasil atrasado e do homem caricato, na figura de Odorico Paraguassu. (pág. 2)
(Boechat) - O número de mortes de menores de 18 anos provocadas por armas de fogo no estado do Rio é maior do que em algumas regiões do mundo onde há guerra.
No conflito entre Israel e Palestina, por exemplo, entre dezembro de 1987 e novembro de 2001, morreram 467 menores. No estado do Rio, 3.937 crianças e jovens tombaram a bala no mesmo período.
O dado será divulgado segunda-feira, no Rio, pelo Instituto Superior de Estudos da Religião, no seminário "Crianças afetadas pela violência armada".
As pesquisas para governador e senador nos principais estados - feitas pelo mesmo Ibope na mesma época, incluindo a pergunta sobre o voto para a Presidência - indicam que o petista cresceu de 31% para 32% em São Paulo, de 27% para 31% no Rio, e de 37% para 41% em Minas Gerais. (pág. C2 )
(Informe JB - Gustavo Krieger) - Foram os três candidatos de oposição que derrubaram o debate do SBT. Não aceitaram duas regras colocadas na última hora por Silvio Santos. Ele queria proibir críticas ao Governo Fernando Henrique e ao passado político dos candidatos. Lula, Ciro e Garotinho acharam que a receita parecia boa demais para o tucano José Serra e preferiram deixar o debate de lado.
Se der certo, a dobradinha vai possibilitar que medicamentos cuja produção foi iniciada em Cuba poderão ser finalizados no Brasil. E vice-versa. (pág. 6)
Editorial
AFRONTA DO CRIME
A falência do sistema penitenciário no estado do Rio acaba de ser proclamada pelo procurador-geral de Justiça José Muiños Piñero, ao reconhecer a existência de um insuportável "estado paralelo", do especial desagrado das autoridades estaduais, com base em gravações telefônicas autorizadas pela Justiça no complexo penitenciário de Bangu. (...)
O limite foi ultrapassado com a afronta do crime organizado, que continua a funcionar como estado de fato dentro do estado de direito. O crime estabelecido tem as mãos livres para operar e julgar os comparsas, e o poder público está limitado pela lei, sem a qual perde autoridade moral e se equipara ao crime. (...) (pág. 12)
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09/07/2002
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