Athos Bulcão é enterrado em Brasília



O artista plástico Athos Bulcão foi enterrado na tarde desta sexta-feira (1º), na Ala dos Pioneiros do Cemitério Campo da Esperança. O velório ocorreu no Salão Branco do Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, onde houve a realização de uma missa de corpo presente e a execução de um trecho de sua ópera preferida, Carmem, de Georges Bizet. De lá, o corpo seguiu em cortejo pela Via W3 Sul.

Da cerimônia participaram os sobrinhos Jaime Bulcão, 49 anos, e Maria Antonieta Bulcão, 54 anos, além do presidente da Fundação Athos Bulcão, Orlando Taurisano, do ex-senador e atual vice-governador da capital, Paulo Octavio, do deputado Tadeu Filippelli e do senador Adelmir Santana (DEM-DF). Após a missa, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda presenciou o fechamento do caixão e anunciou a doação, pelo governo, do terreno para a construção da sede da Fundação Athos Bulcão. Segundo o governador, o local não será apenas para exposição das obras do artista e sim um lugar para o ensino da arte.

O senador Adelmir Santana, em declaração à Agência Senado, afirmou que a obra de Athos Bulcão "deu luz" a Brasília, cidade que tem projeto urbanístico de Lúcio Costa e, arquitetônico, de Oscar Niemeyer. O senador acrescentou que Athos Bulcão era "um homem de vida ilibada, muito simples, de poucas palavras e muita ação".

- É uma perda lamentável. A cidade fica menor porque fica desprovida da inteligência ímpar de um homem simples e voltado para as coisas boas. Estamos todos em prejuízo com a perda de Athos Bulcão - disse.

O ex-senador Paulo Octávio afirmou que esta geração de brasilienses é privilegiada por ter convivido com os heróis que construíram a cidade, como Bulcão. O ministro do Supremo Tribunal de Justiça, Gilmar Mendes, também esteve no velório.

Parkinson

Athos Bulcão faleceu na quinta-feira (31), às 9h25, no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, onde se submetia a tratamento em razão do mal de Parkinson. Nascido no Rio de Janeiro, Bulcão se mudou para Brasília quando a cidade estava ainda em construção, em 1958, a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, a quem conheceu por meio do paisagista Burle Marx.

As obras de Athos Bulcão estão presentes em vários espaços públicos da cidade: Congresso Nacional, Parque da Cidade, Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, Teatro Nacional, Palácio do Itamaraty, Universidade de Brasília (UnB), e várias escolas públicas da capital, entre outros. Existem mais de 200 obras na integração da arte à arquitetura espalhadas pela cidade, formando um grande museu a céu aberto.

01/08/2008

Agência Senado


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