Obra de Athos Bulcão faz parte do Congresso



Athos Bulcão costumava dizer que não assinava sua obra porque a obra já era a sua assinatura e o observador o identificaria ao observá-la. A informação é da também artista plástica Tânia Toledo Tenório, servidora da Secretaria de Informação e Documentação do Senado, que ouviu este comentário o artista plástico em conversa com ele há alguns anos.

Quem conhece o trabalho de Athos Bulcão realmente o identifica com facilidade nas formas geométricas das paredes azulejadas e nos painéis em madeira também em formato geométrico. Athos Bulcão faleceu nesta quinta-feira (31) aos 90 anos de idade, vítima de parada cardíaca no hospital Sarah Kubitscheck, onde estava internado há dois anos.

O Congresso Nacional é um local privilegiado pela fartura de obras suas - 15 no total - espalhadas em diversos pontos estratégicos do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Em sua maioria as obras datam de 1960, ano de inauguração da capital federal, porém, sua última obra, de 2007, um painel de azulejos, localiza-se na Coordenação de Transportes do novo prédio do Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento (Cefor) da Câmara dos Deputados.

Um painel vermelho em madeira com figuras geométricas do artista plástico compõe uma parede divisória do Salão Nobre do Senado, onde são realizadas diversas solenidades de cunho cultural. Na seqüência, quem entra no Salão Negro pode observar a parede em mármore branco intercalada por desenhos retangulares em granito negro, também de sua autoria.

O artista, que veio para Brasília a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, assina juntamente com ele o painel de fundo da Mesa do Plenário da Câmara dos Deputados. Também na sala do cafezinho os parlamentares foram contemplados com um painel em madeira em azul, verde e amarelo, compondo figuras geométricas.

Senado e Câmara receberam paredes inteiras azulejadas em branco e azul que levam a "assinatura" do artista. A do Senado, em dois andares, compõe o jardim de inverno da sala da Presidência e se estende até a sala grande da Secretaria da Mesa. A da Câmara enfeita todo o hall do Salão Verde e recebeu o curioso nome de Ventania. Nesse mesmo local, há um painel em madeira laqueada verde, que forma uma parede divisória, por trás da qual fica a galeria de fotos dos ex-presidentes daquela Casa. O painel, com desenhos geométricos, possui vãos abertos, que tornam a obra ainda mais interessante.

Outro painel, da mesma cor e com função semelhante, compõe uma parede divisória no hall do anexo I da Câmara. Há ainda terceiro painel em madeira azul, com listra, sobre as quais também foram aplicados desenhos geométricos em uma lateral do Salão Negro.

O artista emprestou seu nome também ao prédio do Instituto do Legislativo Brasileiro (Interlegis), cuja parede de fundo azulejada ocupa dois andares toda em azulejo de fundo bege com desenhos em sem-círculo em cor vinho e mostarda.

No Senado, outra obra que chama a atenção dos visitantes são dois painéis vermelhos em madeira que ocupam as paredes laterais em frente à ala Senador Teotônio Vilela, que, por sua vez, abriga vários gabinetes de senadores. Um efeito de luz e sombra distingue as formas que o artista imprimiu às obras.

No posto médico da Câmara , a parede lateral azulejada em azul e branco mede 6.50m X 34m. Ela ocupa dois andares e ornamenta toda a área de circulação onde os pacientes aguardam atendimento.Um belo painel em mármore branco e granito preto com desenhos geométricos localiza-se na parede ao fundo da lanchonete do Anexo 3 da Câmara. De longe, tem-se a impressão de que o fundo negro do granito é vazado.



31/07/2008

Agência Senado


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