Augusto Botelho aponta desequilíbrio nas contas externas e pede estímulo à exportação de produtos manufaturados




O senador Augusto Botelho (sem partido-RR) manifestou preocupação com as contas externas do país. Nesta quinta-feira (18), em Plenário, ele pediu apoio para os exportadores e afirmou que o Brasil já vive um processo de "desindustrialização" em decorrência do desequilíbrio causado pelo real sobrevalorizado. Ao mesmo tempo, apontou, aumenta o peso das commodities na balança comercial do país.

O senador mencionou matéria publicada pelo jornal Valor Econômico na terça-feira (16), segundo a qual um documento reservado do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior alerta para a influência da balança comercial no saldo negativo nas contas externas, o que torna o Brasil cada vez mais dependente de investimentos especulativos estrangeiros.

O texto do Valor, sublinhou Augusto Botelho, destaca que a busca de um saldo comercial mais alto deve ser feita com iniciativas de estímulo às exportações brasileiras, com medidas estruturantes como redução de tributos sobre exportadores, simplificação de procedimentos burocráticos e políticas de incentivo à desvalorização do real, o que efetivamente pode trazer ganhos para o Brasil.

- O governo deveria fixar um "nível mínimo" considerado aceitável para a relação entre o saldo comercial e exportações, e apoiar os exportadores - declarou Augusto Botelho, salientando que para eliminar a necessidade de cobrir as contas externas com investimentos em carteira do exterior seria preciso um superávit comercial muito maior do que o apresentado pelo país.

Ele observou que o país sofre, desde 2007, um processo de "reprimarização", que ficou evidente no primeiro semestre, quando a participação dos produtos manufaturados (máquinas, veículos, eletrodomésticos) no total das exportações foi de 40,5%, abaixo dos 43,4% da participação de produtos básicos - o que fez o Brasil retroceder ao patamar de 2008.

Enquanto o Brasil exporta cada vez mais commodities, continuou, o comércio de produtos manufaturados segue tendência inversa, e passou de um superávit de US$ 4 bilhões em 1992 para um déficit de US$ 9,8 bilhões em 2007 - valor que chegou a US$ 30,5 bilhões só no primeiro semestre de 2010.

- Confio que a equipe econômica do presidente Lula e da presidente eleita Dilma Rousseff está atenta a este alerta e buscará, com o apoio do Congresso Nacional, o melhor caminho para a economia brasileira - concluiu.



18/11/2010

Agência Senado


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