Augusto pede políticas públicas para saúde ocular



O senador Augusto Botelho (PDT-RR) lembrou a comemoração, nesta sexta-feira (7), do Dia da Saúde Ocular e do Dia do Oftalmologista e defendeu a necessidade de políticas públicas que tenham continuidade para alterar o quadro brasileiro nessa área. Para o senador, a situação exige muito mais do que campanhas públicas que se esgotam no tempo.

- Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam existir no país cerca de cinco milhões de cegos, dos quais aproximadamente 80% poderiam ter sido submetidos a tratamento preventivo se houvesse políticas públicas adequadas - alertou o senador.

A OMS adverte ainda, segundo Augusto Botelho, que se o país não adotar rígidas medidas de prevenção o número de casos de cegueira poderá atingir a cifra de 17 milhões nos próximos 20 anos.

Augusto Botelho considera que o foco das políticas públicas de saúde deve se direcionar para as regiões mais pobres e para as classes sociais menos favorecidas, em que se encontram os mais elevados índices de cegueira e enfermidades da área de oftalmologia, segundo assinalou. Ele defendeu ações preventivas especialmente centradas nas crianças, para evitar que ocorram cegueiras ou outros problemas de visão passíveis de tratamento, evitando, desse modo, elevados custos sociais, psicológicos e econômicos.

A falta de informação das famílias mais carentes e de muitos professores dos primeiros anos escolares, ponderou Augusto Botelho, é tema que precisa ser enfrentado com determinação para prevenir a perda de capacidade visual de muitas crianças e jovens.

- Precisamos de atenção especial e de preparo específico dos professores, principalmente nos primeiros anos de escolaridade, para identificar os primeiros sintomas de incapacidade visual - afirmou.

Nos casos em que a ação preventiva não é mais possível, observou o senador por Roraima, o tratamento corretivo deve ser imediatamente realizado para facilitar o acesso de deficientes visuais ao mercado de trabalho. A atuação do Conselho Brasileiro de Oftalmologia nessa linha, com a participação em diversas campanhas sociais, lembrou Augusto Botelho, tem contribuído para empregar pessoas com grave deficiência visual. Doenças como catarata, retinopatia diabética, baixa visão e glaucoma têm sido tratadas nos programas e ações desenvolvidos pela entidade, informou o senador.

Mesmo contando com o trabalho desprendido de grande número de oftalmologistas, membros do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Augusto Botelho disse considerar que o Brasil está muito distante de índices razoáveis de atendimento à população, o que resulta, como argumentou, em demanda reprimida em termos de serviços dessa área da medicina.



07/05/2004

Agência Senado


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