AUTORIZADOS EMPRÉSTIMOS DE 7,7 MILHÕES DE EUROS JUNTO A BANCO ALEMÃO



O Senado aprovou nesta terça-feira (dia 11) duas resoluções autorizando o governo brasileiro a contratar empréstimos de 4,6 milhões de euros e de 3,1 milhões de euros, junto ao Kreditanstalt für Wiederaufbau - KFW. Os dois empréstimos serão feitos no âmbito do Programa de Modernização e Consolidação da Infra-estrutura Acadêmica das Instituições Federais de Ensino Superior e Hospitais Universitários. A matéria agora vai a promulgação.Relator da matéria na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o senador Luiz Otávio (PPB-PA) defendeu a autorização de endividamento, dizendo que obedecem às exigências definidas na Constituição federal e na Resolução 96/98 do Senado. Também disse que os limites de endividamento da União estão cumpridos, conforme dados apresentados pela Secretaria do Tesouro Nacional. A senadora Heloísa Helena (PT-AL) observou que a votação se dava no momento em que uma comissão da Casa discute se é legítimo liberar 25% dos leitos hospitalares públicos para os pacientes que têm planos de saúde. Manifestando-se contra, ela argumentou: "não abro mão de um leito, de um lençol, de um vidro de remédio do setor público, porque milhões nesse país passam por humilhações para ter acesso a um hospital".O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) reconheceu a carência de recursos para financiar as ações de saúde e argumentou que, se os hospitais universitários puderem atender pacientes vinculados a planos de saúde, será possível a mobilização de recursos adicionais para que esses hospitais aumentem a capacidade de atender aos pacientes do SUS. Com o mesmo entendimento, o senador Pedro Piva (PSDB-SP) disse que se não houvesse pacientes pagantes no Incor não haveria recursos para o atendimento dos que não podem pagar. Ele explicou que essse modelo de gestão - 25% dos leitos para os pacientes que podem pagar e 75% para os que não podem pagar - foi adotado por alguns hospitais universitários, entre eles o Incor, com elogios em todo o mundo. Com esse dinheiro, afirmou, o Incor consegue ser um hospital de pesquisa e um dos cinco melhores hospitais do mundo. O senador Tião Viana (PT-AC) considerou esse novo modelo de gestão hospitalar uma tentativa de transformar a medicina pública em medicina privada. Ele considerou um equívoco o cirurgião Adib Jatene defender a privatização de leitos públicos dentro dos hospitais universitários. "A porta dos pobres já tem sido bem estreita na hora da aflição e da doença", afirmou.

11/04/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


CAE APROVA EMPRÉSTIMOS DE 3,2 MILHÕES DE EUROS PARA HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS

BNDES recebe 500 milhões de euros de banco europeu para investir em projetos de energias renováveis

BRASIL VAI CONTRATAR MAIS US$ 30,3 MILHÕES JUNTO AO BANCO MUNDIAL

Banco do Povo Paulista supera R$ 200 milhões em empréstimos

Ceará e Pernambuco são autorizados a contrair empréstimos

Autorizados empréstimos para Prefeitura de São Paulo