Avança projeto que retira tributos de alimentos para dietas
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou projeto que tem por finalidade reduzir os custos de alimentos para dietas de ingestão controlada de açúcares ou com restrição de carboidratos, gorduras, proteínas e sódio. Para isso, a proposta (PLS 494/2013), de iniciativa do senador Waldemir Moka (PMDB-MS), reduz a zero as alíquotas de tributos federais incidentes sobre esses produtos.
Moka, atual presidente da comissão, observa que os alimentos para dietas especiais são normalmente onerosos, o que pode impedir sua aquisição por pessoas de baixa renda. Com a redução dos tributos, avalia o autor, será possível diminuir os preços, o que facilitará o acesso desses consumidores a dietas especiais, trazendo-lhes benefícios diretos à saúde, a partir de nutrição mais adequada.
A matéria foi relatada pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), que recomendou a aprovação. A proposta segue agora para decisão terminativa na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
De acordo com a relatora, muitas pessoas são hoje prejudicadas por não terem condições de adquirir alimentos adequados à sua prescrição dietética. Ela observou que a elevada carga tributária do país e a cobrança de tributos sobre produtos destinados a recuperar ou manter a saúde é uma “forma cruel de punir quem já padece de enfermidade”.
Lúcia Vânia citou dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) - realizada pelo IBGE entre os anos de 2008 e 2009 - segundo os quais 49% dos adultos brasileiros têm sobrepeso e 14,8% são obesos. Já inquérito executado pelo Ministério da Saúde em 2012, por meio de entrevistas a residentes das capitais brasileiras, apontou que 7,4% dos brasileiros adultos são diabéticos e 24,3%, hipertensos.
A medida abrange os seguintes tributos: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Contribuição para o PIS/Pasep – Importação e Cofins – Importação.
Adiamentos
Nesta quarta-feira, a comissão também aprovou projeto de lei que assegura aposentadoria especial para os pescadores (PLS 150/2013). Os demais itens da pauta foram adiados, entre eles um projeto (PLS 16/2008) do ex-senador Marconi Perillo (PSDB-GO), que corrige o valor das indenizações do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores (Dpvat) e destina parte dos recursos arrecadados a estados e municípios.
A relatora, senadora Ana Amélia (PP-RS), que recomenda a aprovação na forma de um substitutivo, solicitou a retirada de pauta para analisar sugestões do setor de seguros.
Um projeto do senador Paulo Bauer (PSDB-SC), que estabelece regras para assegurar a distribuição de parte dos lucros do FGTS para a conta dos trabalhadores, foi adiado para que antes da votação seja realizada audiência pública. O pedido foi feito senador Humberto Costa (PT-PE), que não vê vantagens na proposta (PLS 48/2012). A seu ver, a distribuição para o trabalhador seria de valor “ínfimo”, mas pode causar impacto muito negativo ao fundo.
Políticas públicas
A CAS ainda aprovou duas políticas públicas para serem acompanhadas mais de perto pelo colegiado ao longo do ano, dentro os diferentes temas relacionados às funções do colegiado: Financiamento do Sistema Único de Saúde e Política Nacional de Assistência Integral à Saúde da Mulher. As políticas foram escolhidos a partir de sugestões prévias dos integrantes da comissão, em atendimento a norma regimental que se aplica a todas as comissões temáticas.
02/04/2014
Agência Senado
Artigos Relacionados
Projeto Alimentos Biofortificados avança em 10 municípios piauiense
Brasil avança na produção mundial de alimentos
Anvisa limita uso de sibutramina em dietas para emagrecer
Para consultores, projeto da LDO retira poderes do Congresso
Projeto isenta de tributos veículos para transportes escolar
Avança projeto para fortalecer ensino técnico no país