Azeredo defende projeto sobre crimes cibernéticos



O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) defendeu nesta segunda-feira (4) o projeto de lei que tipifica os crimes cibernéticos, cometidos por meio da Internet, aprovado pelo Senado no último dia 9 de julho. O projeto teve origem na Câmara dos Deputados e como sofreu modificações no Senado, retorna àquela Casa para ser analisado novamente. Azeredo disse que o projeto busca dar mais segurança ao "bom usuário" de computador e cercear atividades criminosas como a pedofilia.

O senador lembrou que o projeto é fruto de um acordo internacional incentivado pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Convenção de Budapeste, gestado na Comunidade Européia e com adesão dos Estados Unidos, Austrália e África do Sul. Ele também assinalou que a proposta foi amplamente debatida nas duas Casas do Congresso Nacional. Na avaliação de Azeredo, o Brasil deu um passo significativo ao aderir àquela convenção e a aprovação do Senado.

Azeredo salientou que o projeto ataca crimes que têm crescido mais rapidamente que a própria tecnologia de informática. Para isso, o projeto modifica cinco leis brasileiras e tipifica 13 delitos, entre eles a difusão de vírus, a guarda de material com pornografia infantil, roubo de senhas, estelionato eletrônico, clonagem de cartões e celulares e racismo praticado por meio da Internet. O senador disse que não vê problema no fato de a CPI da Pedofilia também ter apresentado um projeto tratando do mesmo assunto.

- O Estatuto da Criança e do Adolescente já trata bem da pedofilia e da pornografia infantil. Faltava, entretanto, a questão ligada à posse de material pornográfico. Esse ponto foi introduzido e aprovado neste projeto. Depois veio a proposta da CPI da Pedofilia, que teve início aqui no Senado. São duas vertentes. Não há problema nenhum em caminharmos nessas duas alternativas. O que for aprovado primeiro, ótimo para o país, para a juventude e para as crianças brasileiras - esclareceu.

O senador também refutou as críticas ao projeto e classificou as iniciativas contrárias à aprovação da matéria como "interpretações fruto de paranóia". Ele disse que a questão de transferência de músicas via Internet já é tratada pela lei de pirataria e não pelo projeto que agora tramita na Câmara.

- O assunto é novo, polêmico, mas não dá para ficar com essa imaginação fértil e informações falsas. É fácil colocar uma interpretação equivocada na internet e levar as pessoas de roldão. Só há crime quando há dolo. O problema é de quem usa a Internet para fins criminosos. Será que as pessoas que são contra a lei querem que se continue o roubo de senhas e de obras alheias. A lei é apenas para criminosos e é fruto de uma ampla discussão. Uma regra mínima para defesa dos bons usuários - afirmou.



04/08/2008

Agência Senado


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