Azeredo quer preservar as leis estaduais de incentivo à cultura



Ao discursar em homenagem ao centenário do nascimento do escritor mineiro, Pedro Nava, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) fez um apelo para a manutenção das leis estaduais de incentivo à cultura que o projeto de reforma tributária, em tramitação no Congresso Nacional, iria extinguir, apesar de seu valor total estar limitado a 0,3% da arrecadação anual do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Segundo Azeredo, as leis estaduais de cultura são democráticas e não podem ser extintas porque representam instrumentos de amparo para produção e exibição cultural, tais como livros, filmes, shows, espetáculos teatrais, pesquisas históricas, projetos de restauração e preservação da memória. Somente em Minas, durante seu governo, disse Azeredo, foram aplicados R$ 61 milhões.

Azeredo conclamou os artistas de todas as áreas no Brasil, especialmente aqueles que emprestaram suas imagens públicas na busca de votos para o PT, para se unirem num esforço de resistência na preservação das leis estaduais de incentivo à cultura que já existem em 13 estados e estão em fase de implantação em outros três.

O senador por Minas manifestou sua satisfação diante dos diversos eventos literários que estão programados no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, destinados a esmiuçar a impressionante obra literária de Pedro Nava, bem como a divulgar a rica biografia desse autor singular da língua portuguesa. Segundo Azeredo, Nava pode ser comparado ao escritor francês Marcel Proust.

- Ele contou sua fecunda vida desde a infância, recompôs a de seus pais, avós e ascendentes. Nas páginas de seus livros, pode-se fazer uma viagem de magia e encantamento do Rio de Janeiro para Minas e de lá para Maranhão e o Ceará - disse.

Azeredo explicou que, ao compor essas páginas de memórias, Nava ergueu um precioso mural da sociedade brasileira, desde o Primeiro Império, em que entram sociologia, psicologia, política, cultura, antropologia e folclore.

- Em sua busca do tempo perdido, na verdade, Pedro Nava encontrou a alma do povo brasileiro - concluiu.



07/07/2003

Agência Senado


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