Bancada do PDT busca o consenso









Bancada do PDT busca o consenso
A bancada do PDT na Assembléia Legislativa suspendeu a reunião de ontem porque os parlamentares querem decidir o substituto de Vieira da Cunha sem disputa. O deputado Giovani Cherini assumiu como interino, mas João Luiz Vargas disse que está à disposição. Porém, pretende assumir somente se o seu nome for escolhido por consenso. A eleição para a escolha do líder ocorrerá dia 20. Segundo Cherini, seria processo natural o vice-líder, no caso ele, assumir definitivamente o cargo. O deputado Adroaldo Loureiro se manifestou favorável à homologação de Cherini como líder. Mesma opinião tem Vieira, que afirmou ser solidário à permanência de Cherini no comando da bancada.


Bernardi promete investir na formação da criança
O candidato ao governo, Celso Bernardi, do PPB, disse ontem, em São Sebastião do Caí, que investirá na formação da criança, propiciando acesso à educação e à saúde. Afirmou que levantamentos feitos pela equipe técnica do PPB indicam que o Brasil é um dos países com menor tempo de escolaridade por aluno, apenas seis anos. Ressaltou que priorizará a saúde preventiva e não irá economizar recursos para o investimento nas duas áreas.


Dois acusados deixam o PMDB
Um vereador do PMDB de São Leopoldo pediu ontem desfiliação do partido. O mesmo deve ser solicitado hoje por outro de seus colegas. Ambos são acusados de receber propina para eleger a mesa diretora da Casa em 2000 e de superfaturar notas da Câmara. Com isso, o partido passará de seis, no início do ano, para dois vereadores. Três outros se desfiliaram por acusações de corrupção e a presidente do Legislativo se desligou para ficar neutra nas investigações. O presidente do diretório municipal do PMDB, Gilberto Milão, acha que isso não prejudicará a imagem do partido, alegando que os vereadores agiram por conta própria. Milão está preocupado com o apoio ao Executivo com a redução da bancada.


PTB vai formalizar hoje apoio ao PPS
O diretório estadual do PTB se reúne hoje, a partir das 14h, no hotel Everest, para oficializar o apoio à candidatura do PPS ao governo do Estado. As direções dos dois partidos se encontraram ontem, na sede estadual do PTB, e encaminharam a aproximação. Como o prazo para a formação de coligações se encerrou no final de junho, a aliança será extra-oficial. O presidente estadual do PTB, Claudio Manfroi, salientou que o partido irá integrar a coordenação da campanha e influenciar no programa de governo do PPS. 'Teremos participação efetiva como se coligados fôssemos', assegurou Manfroi. O PTB escolhe na reunião de hoje a comissão que irá detalhar a integração com a equipe de campanha.


Rigotto pretende criar no Estado central de projetos
Germano Rigotto, que concorre ao governo pelo PMDB, afirmou ontem, em reunião promovida pela Associação Gaúcha Municipalista e pela União dos Vereadores do Rio Grande do Sul, que criará central de projetos para preparar ações a serem adotadas. 'No governo de Pedro Simon, um órgão semelhante possibilitou que o Estado voltasse a obter fluxo de recursos federais que se materializou em obras importantes para o Estado', lembrou.


TSE altera confirmação do voto
A menos de dois meses do 1O turno das eleições, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiram ontem à noite modificar o programa da maioria das 335 mil urnas eletrônicas a serem utilizadas neste ano. Atenderam ao pedido de todos os partidos para que continuassem a ser aproveitados os votos parciais, quando, por exemplo, o eleitor digita os números dos representantes no Legislativo e abandona a cabine de votação antes de escolher os candidatos ao Executivo.

O TSE havia estabelecido em junho que os votos incompletos não seriam computados. Por serem os primeiros na ordem de votação, os candidatos ao Legislativo tinham ficado descontentes. Eles poderiam perder votos recebidos de eleitores que abandonassem a cabine antes de digitar o número do último candidato. Apesar de afirmar que a interrupção de votos não ocorre freqüentemente nas eleições, o TSE resolveu ceder aos apelos.
Nos 150 municípios onde haverá o teste da urna eletrônica com impressão neste ano, os votos incompletos não serão aproveitados. Nesses municípios votam 6% do eleitorado. Para ocorrer a impressão do voto, é necessário que antes o eleitor digite os números de todos os candidatos, vote em branco ou anule. Só após o processo de digitação dos algarismos ocorrerá a impressão. O eleitor conferirá por meio de visor se os números digitados correspondem aos algarismos impressos no voto que ficará na urna.


PT muda estratégia e ataca Ciro
Publicações do partido apontam que candidato não conseguirá sustentar postura oposicionista

O PT abandonou ontem a neutralidade em relação ao candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes, e o transformou em alvo. O argumento dos ataques é parecido com o do tucano José Serra: a possível semelhança de Ciro com o ex-presidente Fernando Collor, afirmações desmentidas com o passar do tempo e a coleção de seis aliados considerados conservadores, entre eles o ex-senador Antônio Carlos Magalhães, candidato ao Senado pela Bahia.

O PT vinha mantendo a neutralidade para evitar desgastes políticos que pudessem afugentar possíveis aliados no 2O turno. Porém, desde que a posição do candidato do PPS se consolidou em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, a orientação do PT mudou. A edição de agosto do Periscópio, publicação eletrônica da Fundação Perseu Abramo, organização não-governamental ligada ao PT, apresenta estudo a respeito de Ciro e conclui que a sua força, baseada numa postura oposicionista, pode ser a sua perdição devido a aliados governistas.
O Informes, boletim da bancada do PT na Câmara dos Deputados, atacou ontem duramente o adversário de Luiz Inácio Lula da Silva. Intitulado 'Na mira as mentiras e as contradições de Ciro', o texto aponta que a candidatura do presidenciável da Frente Trabalhista tem sido caracterizada como retrato do vazio. Em seguida, enumera o que seriam as mentiras do candidato Ciro. A publicação destaca o Prêmio do Unicef para o Ceará, que o candidato disse ter conseguido, sendo depois 'obrigado a admitir' que Tasso Jereissati o recebeu.

Lula fez campanha ontem em Umuarama, Paraná. Disse que não está preocupado em se desligar da imagem de oposicionista ao aceitar reunião com Fernando Henrique Cardoso. 'Só um irresponsável não estaria disposto a discutir', disse.


Serra se irrita com convite de FHC
Encontro com os presidenciáveis é visto como falta de confiança do governo à sua candidatura

O candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, José Serra, confirmou ontem presença no encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso na segunda-feira. Amigos de Serra revelaram, porém, que o convite feito aos demais presidenciáveis o deixou profundamente irritado. Para ele, a ida dos adversários Ciro Gomes, do PPS, Anthony Garotinho, do PSB, e Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, a Brasília, indicaria falta de confiança no sucesso da sua candidatura. Mesmo sendo o candidato do governo, Serra foi o último a se manifestar sobre o convite de Fernando Henrique e chegou a avaliar a possibilidade de comentar sobre o seu descontentamento com o presidente.

O site oficial da campanha do PSDB não registra a insatisfação do candidato, afirmando que o interesse de Fernando Henrique é o futuro do país. O texto afirma que o encontro com os presidenciáveis é fundamental para garantir a segurança econômica, que permitirá a criação de mais oportunidades de trabalho para os brasileiros. Conforme seus assessores, Serra acredita que a reunião de segunda-feira não beneficiará n enhum candidato em particular.

A primeira-dama Ruth Cardoso agradeceu ontem, constrangida, o convite do presidenciável José Serra para comandar um ministério da área social caso ele vença a eleição. 'Foi muito simpático, mas é fora da época e do tempo considerar isso', afirmou. O convite foi feito na noite de segunda-feira, durante ato de campanha da militância feminina do PSDB no Clube Pinheiros, na zona Oeste de São Paulo. O evento no clube marcou a entrada oficial da primeira-dama na campanha de Serra. A participação, de acordo com ela, deverá ser discreta.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
9h30min: reunião com equipe do plano de governo. 15h30min: Bento Gonçalves.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
16h10min: Pelotas.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
16h: Santa Cruz do Sul.
22 Aroldo Medina (PL-PSD)
9h: Colégio Anchieta. 19h: Camaquã.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)
Sapucaia do Sul, Gravataí e Viamão.


Presidenciável critica ênfase no apoio de ACM
O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, dedicou boa parte da entrevista promovida pelo jornal Folha de Paulo ao embate direto com os entrevistadores. Diante das perguntas sobre sua reconciliação com o ex-senador Antônio Carlos Magalhães, do PFL, afirmou ser 'impressionante como, na média, a grande imprensa brasileira sempre foi muito sensível ao argumento da propaganda oficial'. Qualificou essa discussão como 'mesquinharia'.

Ciro voltou a questionar o comportamento da imprensa em relação às denúncias que revelaram supostas ligações do presidente do PTB e ex-coordenador de sua campanha, José Carlos Martinez. Ele disse que pediu para que Martinez se afastasse e pudesse se defender, com a garantia de que retornaria ao posto assim que provasse a sua inocência. 'O que mais eu poderia fazer?', questionou o candidato. Em seguida, disse achar estranho a imprensa não tocar no assunto enquanto o ex-coordenador da sua campanha integrava a base de sustentação do governo. Ciro fez questão de afirmar que Martinez recebeu a oferta de ministério do governo para retirar o apoio à sua candidatura.

O candidato também justificou o reatamento com Antônio Carlos Magalhães, dizendo que o seu enfrentamento no passado ocorreu porque discordou do socorro financeiro ao Banco Econômico e, como o ex-senador rompeu com o governo atual e passou para a oposição, houve condição para a reconciliação. Como as perguntas prosseguiram no mesmo assunto, Ciro reagiu. 'Escuta. Nós vamos passar o tempo todo discutindo essa mesquinharia?', perguntou.

O presidenciável disse ser vítima de versões. Também disse que negou que estudante da Universidade de Brasília perguntasse porque estava ferindo as regras. Disse que fora advertido pelo reitor e que não gosta de brigas. 'Só entro numa quando é inevitável', apontou. Ciro repetiu que não tem compromisso de cargos no governo 'nem com Roberto Freire nem com Leonel Brizola'. Quanto a ACM assumir posição, contemporizou: 'Não está alijado nem vai ter'.


Alunos pró-Collor brigam com os caras-pintadas
Estudantes ligados ao comitê do candidato ao governo de Alagoas Fernando Collor, do PRTB, entraram em confronto ontem com integrantes do Movimento dos Caras-Pintadas, no Centro Educacional Antônio Gomes de Barros, em Maceió. O motivo é que grupo ligado ao comitê de Collor panfleteava informativo com o mesmo nome e endereço do jornal do movimento. Alguns caras-pintadas chamaram a Polícia.


Câmara de NH ouve assessores
As duas CPIs instaladas na Câmara de Novo Hamburgo irão prosseguir. A primeira analisa a acusação de ex-assessor parlamentar de que seria obrigado por um vereador a dividir seu salário com dois assessores informais. Estes serão ouvidos hoje, às 16h, no plenarinho da Câmara Municipal. A outra CPI se refere à avaliação da conduta de parlamentar acusado de gastos excessivos, número excedente de assessores e uso indevido de material da Casa. O vereador denunciante desse caso falará amanhã, às 11h30min. O vereador Antônio Zacarias, do PPS, que havia pedido afastamento da presidência das CPIs, foi mantido na primeira. Para a segunda, assumiu Atalibio Foscarini, que não é filiado a nenhum partido.


Declarações de Ciro

Escuta telefônica:
'Grampos já acharam um monte, fora na cabeça da Patricia Pillar, que está careca.'

Saída de José Carlos Martinez:
'Eu, como a mulher do César, em Roma, não posso ser somente virtuoso, tenho de parecer virtuoso.'

Aliança com o PFL:
'O problema nunca foi a atuação do PFL dentro do governo.'
'Tive um enfrentamento com ACM quando o governo federal deu socorro aos bancos por meio do Proer. Foi um enfrentamento localizado. Ele é uma personalidade polêmica. A Bahia que resolva.'

Distribuição de cargos a aliados:
'O único compromisso que eu tenho é de mandar João Hermann para o Vaticano como embaixador. Naturalmente, para me livrar da presença dele.'

Lei de Responsabilidade Fiscal:
'Esse é o governo da maior irresponsabilidade fiscal da história do Brasil. Os bancos estão tendo um falso ganho. Antes eu tinha essa opinião meramente teórica; agora há a evidência na Argentina.'

Aumento do risco Brasil:
'Essa é uma isca para os incautos, que o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva engoliu de inexperiente que é'.

Acordo com o FMI:
'Não deve ser comemorado. O rombo e o desastre já estavam feitos. O único lugar que havia dólares era o FMI. Por isso, não havia outro jeito.'

Mercado financeiro:
'Não quero ser presidente do Brasil domesticado. Isso é o ex-presidente argentino Fernando de la Rúa. Não aceito vender a alma para ser presidente.'

Drogas:
'Bom, eu fumo cigarro e bebo esporadicamente. No passado, hoje percebo, até já bebi cachaça demais da conta. Passei da idade, agora não. Vão dizer que sou cachaceiro. Eu acho que fui, será verdade.'


Lula e Serra sobem um ponto no Ibope
A pesquisa Ibope divulgada ontem apontou estabilidade na disputa à Presidência. Os candidatos do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e do PSDB, José Serra subiram um ponto percentual. Lula passou de 33% da semana passada para 34%. É seguido por Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, que manteve 27% das intenções de votos. Serra vem em terceiro lugar, passando de 11% para 12%. Anthony Garotinho, do PSB, permanece com 11%. No 2º turno, Ciro venceria Lula por 47% a 42%. O Ibope entrevistou 2 mil eleitores em 145 municípios de todo o país entre os dias 10 a 12 deste mês. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. A pesquisa anterior foi realizada na semana passada.


Maluf chama juros de pornográficos
O candidato do PPB ao governo de São Paulo, Paulo Maluf, chamou ontem de 'pornográficos' os juros cobrados pelo sistema financeiro. Perguntado sobre o crescimento de 114% da dívida da prefeitura paulistana durante sua gestão, ele rebateu: 'A dívida não aumentou. Os juros é que subiram'. Na tentativa de explicar a sua afirmação, Maluf comentou que a culpa é os juros que o governo tucano impõe no cheque especial, no cartão de crédito e a todos os que precisam de crédito. O candidato do PPB acrescentou que a dívida atual do governo de São Paulo subiu de R$ 13 bilhões para R$ 97 bilhões. Também garantiu que não tem contas no exterior e isso é utilizado porque está na liderança.


Pesquisa Ibope ao Senado aponta ACM com 57%
O candidato ao Senado Antônio Carlos Magalhães, do PFL, chegou a 57% das intenções de voto na pesquisa divulgada ontem pelo Ibope. No levantamento ao governo da Bahia, Paulo Souto, do PFL, aparece com 60%. Jacques Wagner, do PT, está com 6%. Antônio Eduardo, do PCO, obteve 4% e Prisco Viana, do PMDB, 2%. O Ibope ouviu mil eleitores em 59 municípios entre os dias 7 e 10 deste mês. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.


Quércia forma comitês pró-Lula
O candidato ao Senado Orestes Quércia, do PMDB, afirmou ontem que fará campanha para o presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. 'A decisão de estarmos ao lado de Lula está clara', disse. Ele afirmou que o perfil dessa aliança extra-oficial está praticamente definido na campanha em São Paulo. 'Não podemos apoiar Lula formalmente porque isso poderia criar problemas dentro do partido, mas eu voto em Lula, minha família também e os setores do PMDB que me apóiam vão constituir comitês suprapartidários a favor do candidato à Presidência', apontou.

Quércia admitiu que deverá ocorrer aproximação natural entre as campanhas dele e a do também candidato ao Senado Aloizio Mercadante, do PT, com vistas a garantir a eleição dos dois contra o adversário Romeu Tuma, do PFL. Para o ex-governador de São Paulo, a aproximação das candidaturas é apenas uma questão de tempo e assimilação. 'Há muita gente do PT que é contra mim, assim como há muitos do PMDB que não aceitam o PT. Porém, acredito que existem mais políticos favoráveis do que contra essa aliança nos dois partidos', afirmou. Quércia descartou a possibilidade de que essa frente informal contra o governo federal possa resultar em aproximação com os outros candidatos à Presidência que também pregam mudança na política econômica e retomada do crescimento. Nessa projeção, ele disse acreditar que as propostas do PT são as que oferecem mais credibilidade em comparação a Ciro Gomes, do PPS, e Anthony Garotinho, do PSB.


Ricúpero defende proteção a mercado
O ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco Rubens Ricúpero concedeu entrevista ao site do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, mostrando-se favorável às suas idéias. Afirmou que o país não deve fazer concessão aos Estados Unidos sem que haja reciprocidade. 'Hoje, o único trunfo do Brasil é o tamanho do mercado. No dia em que aceitarmos, de mão beijada, que esse mercado não pode ser protegido, o que nos restará?', questionou. Embaixador e secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Ricúpero salientou que é preciso governo sério, competente e capaz de convencer o FMI de que a economia do Brasil deve crescer.


Quércia forma comitês pró-Lula
O candidato ao Senado Orestes Quércia, do PMDB, afirmou ontem que fará campanha para o presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. 'A decisão de estarmos ao lado de Lula está clara', disse. Ele afirmou que o perfil dessa aliança extra-oficial está praticamente definido na campanha em São Paulo. 'Não podemos apoiar Lula formalmente porque isso poderia criar problemas dentro do partido, mas eu voto em Lula, minha família também e os setores do PMDB que me apóiam vão constituir comitês suprapartidários a favor do candidato à Presidência', apontou.

Quércia admitiu que deverá ocorrer aproximação natural entre as campanhas dele e a do também candidato ao Senado Aloizio Mercadante, do PT, com vistas a garantir a eleição dos dois contra o adversário Romeu Tuma, do PFL. Para o ex-governador de São Paulo, a aproximação das candidaturas é apenas uma questão de tempo e assimilação. 'Há muita gente do PT que é contra mim, assim como há muitos do PMDB que não aceitam o PT. Porém, acredito que existem mais políticos favoráveis do que contra essa aliança nos dois partidos', afirmou. Quércia descartou a possibilidade de que essa frente informal contra o governo federal possa resultar em aproximação com os outros candidatos à Presidência que também pregam mudança na política econômica e retomada do crescimento. Nessa projeção, ele disse acreditar que as propostas do PT são as que oferecem mais credibilidade em comparação a Ciro Gomes, do PPS, e Anthony Garotinho, do PSB.


Ricúpero defende proteção a mercado
O ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco Rubens Ricúpero concedeu entrevista ao site do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, mostrando-se favorável às suas idéias. Afirmou que o país não deve fazer concessão aos Estados Unidos sem que haja reciprocidade. 'Hoje, o único trunfo do Brasil é o tamanho do mercado. No dia em que aceitarmos, de mão beijada, que esse mercado não pode ser protegido, o que nos restará?', questionou. Embaixador e secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Ricúpero salientou que é preciso governo sério, competente e capaz de convencer o FMI de que a economia do Brasil deve crescer.


Socialista desiste durante entrevista
A entrevista ao vivo pela televisão com o candidato do PSB ao governo de Goiás, Valdivino Borges, transformou-se ontem em comédia política. Depois de 15 minutos respondendo a perguntas sobre suas metas de governo, o candidato renunciou à candidatura. 'Tenho de comunicar a decisão inédita do PSB. Renuncio à minha candidatura em favor do governador Marconi Perillo, do PSDB', afirmou Borges, que aproveitou ainda para dizer que vai trabalhar por Anthony Garotinho à Presidência. No início da entrevista, o candidato havia admitido que era 'laranja' e que o seu lançamento serviria apenas para dar palanque a Garotinho. Depois, disse que deixou a disputa por falta de dinheiro.


Tarso prega estímulo ao desenvolvimento local
Tarso Genro, candidato do PT ao governo, disse ontem que a idéia básica do seu programa é estimular e fortalecer o desenvolvimento socioeconômico local para que o intercâmbio comercial ocorra em bases sólidas e democráticas. Ele participou de ato promovido, em Porto Alegre, pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e pela União Nacional dos Estudantes, em protesto à mercantilização do ensino e às prerrogativas de criação da Alca.


Artigos

Enganos da reforma
Paulo de Argollo Mendes

Em artigo publicado ontem neste jornal, a secretária de Saúde do Estado, Maria Luiza Jaeger, comemora os 10 anos da lei da reforma psiquiátrica do Rio Grande do Sul. Legal e legítima a reforma psiquiátrica pode até ser, mas é, no mínimo, questionável a maneira pela qual está sendo conduzida em nosso Estado.

Somos o único estado brasileiro a ter uma legislação que proíbe a criação e a ampliação de hospitais psiquiátricos. É possível construir ou ampliar hospitais para cardiopatas, como o Instituto de Cardiologia, ou para outras patologias orgânicas, como o Santa Rita ou o Banco de Olhos. Mas, para as doenças psiquiátricas, a lei da reforma, atrasada, preconceituosa e retrógrada, proíbe, discriminando assim esses enfermos. Resultado: falta de vagas, pacientes desassistidos, dor, sofrimento e morte. Durante uma visita ao PAM 3, no início deste ano, o Simers constatou que 80 pacientes aguardavam internação. O fato foi registrado na 5a Delegacia de Polícia e a ocorrência foi enviada ao Ministério Público. Apesar da dolorosa carência de leitos, o gestor público acaba com mais 30 leitos do Hospital Psiquiátrico São Pedro para construir no local uma escola para crianças. E o desmonte já começou.

Com uma população de 10 milhões de habitantes, o estado gaúcho dispõe de 2.147 leitos psiquiátricos e internou, no período de janeiro de 2001 a julho de 2002, 26.609 pacientes com transtornos mentais e comportamentais, segundo dados do Ministério da Saúde. O Paraná, com uma população de 9,5 milhões de habitantes, dispõe de 4.973 leitos e internou, no mesmo período, 54.464 pacientes. Será que somente os demais estados têm doentes mentais? A verdade é que os pacientes psiquiátricos no Rio Grande do Sul não estão indo para os hospitais, estão nas ruas; qualquer um pode topar com vários deles. Há aqueles que estão em abrigos improvisados, passando ne cessidades e sem tratamento, vivendo em locais aonde a vigilância sanitária estadual não chega e onde a maioria dos cidadãos nem sabe que existem. É essa a reforma psiquiátrica cidadã? É preciso mais do que teorias para tratar do doente mental, é preciso vontade política e ética. Como afirmou a secretária da Saúde, 'muitas outras histórias precisam ser reescritas'...


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

INVESTIDA
1) Tarso Genro aguarda prefeitos do PDT, ao meio-dia de hoje, no City Hotel de Porto Alegre, para almoço cujo prato de resistência será o pedido de apoio à sua candidatura. Sereno Chaise passou a tarde de ontem ao telefone convidando. Vão comparecer os convictos de que é inviável a coligação proposta por Leonel Brizola; os indecisos para quem se torna necessário ouvir os argumentos do PT e alguns que farão as vezes de espiões. Logo depois do encontro, correrão para relatar sobre as presenças ao comando estadual.

2) Ainda à mesa: o senador Roberto Requião garantiu ontem à noite, durante jantar em Curitiba, que oito deputados estaduais do PMDB apóiam Luiz Inácio Lula da Silva, que está em roteiro de campanha pelo Paraná.

RESPOSTA: SILÊNCIO
Os deputados estaduais se sentiram ofendidos, porém não gastaram o verbo, durante a sessão plenária de ontem, para discursar sobre a afronta de ovos e pedras jogados contra o Palácio Farroupilha.

ESTÁ GRAVADO
Fotógrafos e cinegrafistas abasteceram-se de imagens sobre agressão de jovens ao Legislativo, o poder desarmado. Será munição para campanha eleitoral. Coragem dos poucos seguranças evitou pior.

MAIORIA INDECISA
O levantamento do Centro de Pesquisa Correio do Povo, realizado semana passada no Estado, revelou que 59,7% dos entrevistados ainda não têm preferência entre os que concorrem à Câmara dos Deputados. No final da 1a quinzena de julho, eram 65,5%. Para Assembléia Legislativa, são 57,5% de eleitores indecisos. Eram 64,2%. Apesar da pequena queda no índice, há muito para os candidatos conquistarem.

ALINHAVANDO
O presidente regional do PPS, deputado federal Nelson Proença, passou tarde de ontem na residência do presidente em exercício do PDT, Pedro Ruas. Como velhos amigos, trataram do programa comum entre os dois partidos ao governo do Estado. Brizola acompanhou pelo telefone.

SEM MAQUIAGEM
O jornal New York Times reconheceu ontem: as auditorias no Brasil são honestas. Não seguem o modelo dos EUA, onde se especializaram em maquiagem de balanços.

TODO CUIDADO
A promulgação ontem da lei que acaba com os pardais não elimina por enquanto as multas nem a lei, porque o Executivo anunciou que recorrerá ao Judiciário para evitar a vigência. Quer dizer, não dá para sair dirigindo sem os cuidados que o Código de Trânsito recomenda.

VEM AÍ
O candidato José Serra chegará 2a-feira à noite a Porto Alegre e do aeroporto vai seguir direto para encontro reservado com empresários. A agenda oficial de campanha só começará na 3º-feira pela manhã.

ANISTIA
Está na fila para ser votado em plenário o projeto de lei que anistia funcionários públicos estaduais demitidos. Julgam-se vítimas de perseguição política. O autor, deputado Jair Foscarini, pediu regime de urgência. Pela pressão, não tomará poeira em alguma mesa ou armário.

QUEREM VOLTAR
A Comissão de Serviços Públicos da Assembléia ouvirá, dia 20, os 400 servidores contratados pelo Estado que combateram a dengue e foram dispensados. Alegam que deveriam prosseguir, pois a tarefa de inspeção de casas apenas havia se iniciado.

APARTES
Mais uma tarde quente na Câmara Municipal: LDO deverá ser votada.

Ex-deputado José Otávio Germano entre agraciados com a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho.

Preço do gás este ano subiu 35% no mercado externo; no Brasil, 47%. Não há consumidor que agüente.

Brasileiros enfrentam constrangimentos ao chegarem a Londres, mesmo com passaporte e dinheiro.

Presidente FHC irá ao Uruguai dia 20. Oferecerá o ombro para um choro ou verterão lágrimas conjuntamente.

Em Rivera, Uruguai, começam a aparecer primeiras propagandas de campanha das eleições brasileiras.

Dilema do PT é bater ou não bater em Garotinho. Olha as punições do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Deu no jornal: 'Serra diz que treino é treino, jogo é jogo'. Até agora, pesquisas mostram bola fora.

Outra no jornal: Lula admitiria renegociar as dívidas de alguns estados. Amigos, amigos; negócios à parte.


Editorial

A REDUÇÃO DO RISCO ELEITORAL

Com o propósito de acalmar o mercado financeiro, que continua nervoso, provocando oscilações nas Bolsas de Valores e dificultando a queda do dólar, apesar de todas as medidas adotadas, como as constantes intervenções do Banco Central no câmbio, o presidente Fernando Henrique convidou os principais candidatos a sua sucessão para encontros com cada um deles, para discussão em torno do acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional com o Brasil. É de se esperar que o encontro do chefe do governo com os candidatos à Presidência possa determinar, pelo que representa em termos de transição civilizada de governo, considerável redução do chamado risco eleitoral, que está sendo considerado como um dos fatores a justificar temores de parte dos grandes investidores internacionais quanto à política que o futuro presidente venha a adotar.

Para os candidatos de oposição, uma troca de opiniões com o presidente sobre a realidade da economia do país nenhum prejuízo poderia acarretar para as campanhas que desenvolvem Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes e Anthony Garotinho. Para o candidato do governo, José Serra, no que diz respeito à concordância com os termos do acordo, o encontro serviria apenas para ratificar sua posição sobre a matéria. Contudo, a atenção do presidente Fernando Henrique com os candidatos de oposição, não fora a importância de acalmar a crise do mercado financeiro, poderia ser interpretada, pelos analistas mais apressados, como um reconhecimento da irreversibilidade da polarização entre Lula e Ciro, com prejuízos para a candidatura de Serra.

O que está em jogo, contudo, é a importância de uma demonstração cabal, de parte de todos os candidatos, de que saberão, se eleitos, respeitar os compromissos assumidos pelo Brasil no plano internacional, como igualmente sujeitarão suas políticas econômicas às normas que regulam a responsabilidade fiscal, bem como, no caso do acordo com o FMI, assumir os compromissos previstos no contrato, dos quais o mais importante é manter o superávit das contas públicas em 3,75% do Produto Interno Bruto pelos próximos dois anos. Se tudo isso resultar muito claro do encontro dos candidatos com o presidente Fernando Henrique, o risco eleitoral perderá - pelo menos é o que se espera - a expressão atual.


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08/14/2002


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