Bancada do PPS reafirma criticas à Proposta Orçamentária 2003



Para as receitas correntes chegarem aos números projetados pela Proposta Orçamentária 2003, a preços de julho, a economia teria de registrar no próximo ano um crescimento real (aumento do PIB) de 16,14%, percentual dificilmente verificado na conjuntura econômica atual. A discrepância entre o projetado pelo governo na peça orçamentária e a viabilidade de sua execução, além do ocultamento de resultado negativo na ordem de R$ 2,042 bilhões, são algumas das avaliações feitas pela bancada do PPS na Assembléia Legislativa, reunida na manhã de hoje (21/10).

O projeto do governo foi exaustivamente discutido e examinado no encontro, que contou com a participação do líder da bancada, Bernardo de Souza, o líder partidário, Paulo Odone, a vice-líder da bancada Iara Wortmann, o vice-líder partidário Cézar Busatto, e o presidente da Comissão de Fsicalização e Controle, Berfran Rosado. O assessor de Finanças Darcy Francisco Carvalho dos Santos apresentou estudo sobre a proposta, comparando os números projetados para 2003 com os efetivamente verificados até agosto deste ano e também com a peça orçamentária de 2002 aprovada pela Assembléia.

O governo, segundo o estudo, apresenta um orçamento no qual subestima as despesas de pessoal em R$ 1,1 bilhão e o pagamento da dívida em R$ 470 milhões. O pagamento de pessoal em 2003, ao contrário do divulgado (R$ 5,828 bilhões), ficará na marca dos R$ 6,9 bilhões, dada a previsão de reajustes do funcionalismo, a vigorar no segundo semestre deste ano. O argumento de que a portaria 163 da Secretaria de Tesouro Nacional transferiu custos de diárias e outras despesas para rubrica diferente da relativa a pessoal, é falho, pois a soma total destas despesas fica em torno de R$ 220 milhões. Também está previsto o ingresso de R$ 394 milhões relativos à Lei Kandir, que deixará de vigorar, a princípio, em dezembro deste ano.

Em relação às receitas correntes, o orçamento para 2003 projeta um crescimento de 20,26% no item transferência de Imposto de Renda, o que implicaria num significativo aumento das alíquotas de desconto na fonte, já que não está previsto reajuste nos salários. O ICMS, por sua vez, contribui com 11,75% a mais do que o arrecadado neste ano, percentual considerado difícil de ser alcançado, diante do comparativo entre o orçado e o efetivamente obtido até agosto com o imposto.

Outro ponto destacado foi em relação aos acertos promovidos na avaliação do Orçamento 2002, quando de sua tramitação. A bancada do PPS apontou na época que a peça orçamentária estava com receitas superestimadas em R$ 617 milhões. Efetivamente, a superstimação confirma-se em R$ 653 milhões, pois a receita de fato está menor do que a projetada pelo governo.



10/21/2002


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