Bancada do PT se retira para não compactuar com crime
A iniciativa representa um protesto à decisão da mesa diretora da CPI de distribuir degravações das fitas com declarações do ex-tesoureiro do PT, Jairo Carneiro, que, em depoimento prestado no dia 26 de junho, negou a veracidade das informações fornecidas aos jornalistas do jornal Diário Gaúcho. “Me retiro em protesto e conclamo meus companheiros de bancada a fazer o mesmo”, anunciou Ronaldo Zulke, representante do PT na comissão.
O líder da bancada do PT, Elvino Bohn Gass, considera que não há sentido divulgar denúncias, cujo autor já admitiu que são mentirosas. O petista argumenta que a fita foi obtida de forma ilegal, já que o ex-tesoureiro não sabia que a conversa que manteve com jornalistas estava sendo gravada. O fato só foi revelado, posteriormente, ao ex-tesoureiro. “Nossa bancada não vai compactuar com um a divulgação de calúnias, que é um crime. O presidente da CPI que assuma sozinho a responsabilidade por este ato”, argumentou.O petista afirma ainda que a gravação não tem qualquer importância para a conclusão dos trabalhos da CPI, servindo apenas de elemento para a “agitação política da direita”. “O próprio relator, ao se retirar da CPI, sob o pretexto de elaborar o relatório, demonstra isso”, argumenta.
O petista voltou a desafiar a oposição a assinar o requerimento para a instalação da CPI do Financiamento das Campanhas Eleitorais. “Queremos uma investigação ampla do financiamento das campanhas eleitorais de todas as siglas e não apenas do PT”, assinala.Bohn Gass afirma que há questões que devem ser esclarecidas e sobre os quais a oposição cala, como o fato dos beneficiários do Fundopem serem os principais contribuintes da campanha do ex-governador Antônio Britto.
11/10/2001
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