Bancos terão de recolher 60% de suas posições em dólar ao BC para deter queda da moeda



O Banco Central anunciou nesta quinta-feira (6) uma medida que obriga as instituições financeiras a recolher à instituição, sob a forma de depósito compulsório, 60% sobre o valor da posição de câmbio vendida que exceder o menor dos seguintes valores: US$ 3 bilhões ou o patrimônio de referência do banco. A medida passará a ser aplicada em 4 de abril. 

Na avaliação de analistas, a posição vendida, ou seja, quando as instituições apostam na queda do dólar, pressiona a cotação da moeda para baixo. Quando a posição de câmbio é comprada, a expectativa é que o dólar se valorize. 

Desta forma, a autoridade monetária espera reduzir a especulação bancária, tida como principal causa da desvalorização da moeda americana e a valorização excessiva do real, o que prejudica as exportações brasileiras. O depósito obrigatório será de 60% do valor da posição de câmbio vendida que exceder US$ 3 bilhões ou o patrimônio do banco, disse o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes. 

Esse depósito compulsório, recursos que os bancos são obrigados a depositar no BC, será recolhido em espécie e não será remunerado. As instituições terão 90 dias para se adequar à nova regra. 

Segundo Aldo Mendes, as instituições financeiras poderão comprar US$ 6,8 bilhões, se não quiserem recolher recursos em espécie ao BC sem receber remuneração. Com o aumento da procura pela moeda, o dólar deve se valorizar. 

“A princípio [a medida] vai gerar alguma demanda por dólar, o que tende a fazer com que a cotação suba”, disse o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes. O diretor enfatizou que se trata apenas de uma tendência, já que o mercado é muito complexo.

 

Prudência contra volatilidade 

O recolhimento compulsório de dólares foi adotado pela Diretoria do Banco Central (BC) em caráter prudencial, para redimensionar a posição de câmbio vendida das instituições financeiras. O objetivo é aperfeiçoar os instrumentos de regulação existentes e contribuir para manter a estabilidade do Sistema Financeiro Nacional (SFN). 

Com a medida, o Banco Central visa também melhorar o funcionamento do mercado de câmbio à vista e reduzir as posições vendidas do sistema, que em dezembro de 2010 alcançaram o valor de US$ 16,8 bilhões, para US$ 10 bilhões. No final de 2009, a posição era bem menor: US$ 2,9 bilhões. Para reduzi-la, os bancos terão recorrer ao mercado para comprar dólares. 

Segundo o BC, atualmente 35 instituições estão com posição vendida e 55, com posição comprada. De acordo com o diretor, não há nenhuma instituição em situação preocupante. “A gente está olhando o sistema como um todo. Não existe nenhuma instituição que esteja puxando a média”, afirmou.

“O principal objetivo é de natureza prudencial. Não é bom que uma economia fique concentrada toda em um polo ou outro. A gente não consegue perceber qual será a taxa de câmbio futura”, acrescentou Mendes. 

De acordo com ele, a medida não tem “nenhum objetivo ligado à política monetária”. As instituições terão de dispor de reais para comprar o dólar, mas, como tem prazo para fazer isso, o efeito será diluído, marginal”, afirmou o diretor.

 

Fonte:
Agência Brasil
Banco Central



06/01/2011 19:39


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