BENEDITA: CORTES NO ORÇAMENTO ATINGEM EM CHEIO A ÁREA SOCIAL
A senadora Benedita da Silva (PT-RJ) afirmou hoje (dia 8) que, embora o presidente da República insista em negar, os cortes efetuados no Orçamento atingiram em cheio a área social e mostram que o governo continua decretando a morte lenta e gradual de milhares de pessoas sob o argumento frio dos economistas de plantão.
- Os cortes existem e vão penalizar os mesmos de sempre: a população carente, os trabalhadores, o atendimento nas áreas de saúde e assistência social - ressaltou.
Benedita argumentou que dos R$ 8 bilhões cortados do Orçamento de 98 pelo governo federal, um total de R$ 3,2 bilhões provêm da área social, principalmente (R$ 2,8 bilhões) nas atividades dos ministérios da Saúde, Educação, Reforma Agrária e da Assistência e Previdência Social.
Após cobrar explicação sobre os cortes, a senadora informou que na área de saúde, dos 85 mil doentes infectados com Aids, cerca de 50%, ou mais de 40 mil, ficarão sem remédios que receberiam gratuitamente. Neste setor, observou, os cortes chegaram a 70% .
- Os únicos programas preservados no Orçamento são os do próprio governo, ou seja, o Brasil em Ação e o Comunidade Solidária. Em pleno ano eleitoral, o presidente não iria retirar de seu projeto de reeleição as suas "obras sociais" - frisou.
Para Benedita da Silva, a insensibilidade do governo para com a sociedade civil organizada resulta também num "tiro de misericórdia" contra os servidores públicos. Após lembrar que o funcionalismo, pelo quarto ano consecutivo, não terá reajuste salarial, a senadora disse que foram retirados do Orçamento R$ 2,2 bilhões que seriam aplicados em reajustes.
- É a velha política de colocar nos ombros dos servidores a conta da crise econômica por que passa o país - acentuou.
08/01/1998
Agência Senado
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