BERNARDO CABRAL DEFENDE AMAZÔNIA DAS ACUSAÇÕES DE POLUIÇÃO DO PLANETA



O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) alertou hoje (dia 11) para os riscos de se aceitar como verdade a difusão de notícias que atribuem às queimadas na Amazônia a responsabilidade pelapoluição atmosféricae pelo aumento da temperatura no mundo. A seu ver, a maior parte das restrições internacionais levantadas ao desenvolvimento da Amazônia não encontram respaldo na realidade e trazem implícita a intenção de manter "a região estática e intocável, condenada a mera contemplação e ao eterno subdesenvolvimento".

Cabral fez essas considerações a propósito do encerramento, em Manaus, da IV reunião anual dos participantes do PPG7 - Programa-Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais Brasileira, que recomendou ao governo brasileiro o aumento da fiscalização contra os desmatamentos e queimadas na região. Ele lembrou que o Brasil é responsável por apenas 6% da emissão de poluentes, enquanto os países pertencentes ao grupo dos sete mais ricos respondem por 30%.

- Nós brasileiros, sobretudo os amazonenses, não aceitamos o papel de vilões da atmosfera nem a responsabilidade pela poluição do planeta como querem nos impingir alguns ambientalistas parciais e desinformados, para não dizer mal intencionados - afirmou.

Bernardo Cabral considerou "curioso" o fato de os participantes daquele encontro terem condenado o plantio de soja na Amazônia, alegando ser uma das formas mais predatórias de destruição da floresta, e não terem feito referência à atividade extrativista da castanha. "Será que é porque esse alimento de alto teor alimentício vai todo para o mercado externo (EUA e União Européia) com ganhos irrisórios para o homem da Amazônia?", questionou.

Outra colocação do senador diz respeito às "declarações otimistas" dos participantes do PPG7 sobre o repasse de recursos aos estados amazônicos. Segundo afirmou, os países do Grupo dos Sete resistiram à liberação de mais recursos e questionaram a eficácia dos projetos financiados por eles, reclamando que os mesmos não funcionam com a eficiência desejada. "O nosso país continua com pouca credibilidade internacional em relação à proteção de suas florestas tropicais", lamentou.

- Nunca é demais lembrar que, para a reunião sobre o clima, a ser realizada no Japão em dezembro, as maiores resistências para a redução de emissão de poluentes vêm exatamente dos países do G7, principalmente dos Estados Unidos e do Japão - destacou.



11/11/1997

Agência Senado


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