BERNARDO CABRAL FAZ ALERTA PELA PRESERVAÇÃO DA FAUNA SILVESTRE



O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) disse hoje (dia 4) que o Brasil - dotado de uma fauna silvestre de valor incalculável - só conseguiu garantir a preservação das tartarugas, mas continua submetido à pesca e caça predatórias e ao tráfico nacional e internacional de animais silvestres. Para ele, o legado natural do país representa um patrimônio de valor incalculável, de extensão e diversidade até hoje desconhecidas, que exige o comprometimento das autoridades públicas pela sua preservação, particularmente as da Amazônia.

Em relação à pesca e à caça predatórias, o senador afirmou ser incompreensível que o Ibama exerça sua ação fiscalizadora sobre amadores, deixando pescadores profissionais e traficantes de animais silvestres continuar agindo "em plena luz do dia e sem sofrer qualquer espécie de repressão ou fiscalização".

Cabral citou artigo de Gilberto Fernandes, publicado na revista Planeta Água, em que o médico amazonense relata ter sido alvo da ação fiscalizadora do Ibama pela prática de pesca amadora enquanto, na própria represa Balbina onde pescava, ocupantes de três acampamentos de pescadores profissionaisagiam sem qualquer repressão.

Quanto à caça, o senador salientou que a venda de animais e aves silvestres é crime inafiançável, conforme a legislação ambiental, mas os mercados públicos da Amazônia demonstram, de novo, omissão do Ibama. "As justificativas do pequeno número de fiscais, da deficiente estrutura do Ibama, das vastas dimensões do país, todas caem por terra quando a caça é cinicamente exposta à vista de todos, inclusive às câmaras de televisão. Será possível que todos enxergam, menos o Ibama? Basta comparecer aos mercados para autuar os vendedores e, ainda mais importante, identificar e rastrear os caçadores", observou.

Como exceção, Bernardo Cabral destacou o Centro Nacional de Quelônios da Amazônia (Cenaqua). Em dez anos a tartaruga foi retirada da condição de espécie em extinção e, graças à proteção às praias de desova, "foi possível autorizar a criação de tartarugas em cativeiro", abrindo uma frente de atividade econômica altamente rentável para a região, afirmou.

Os senadores Nabor Júnior (PMDB-AC) e Jefferson Péres (PSDB-AM) apoiaram a oportunidade do alerta feito por Cabral e disseram que o Ibama setem ocupado com o varejo da pesca e caça predatórias, descurando de reprimi-las no atacado.

04/07/1997

Agência Senado


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