Bernardo de Souza quer investigação sobre saques no Caixa Único



O líder do Partido Popular Socialista (PPS), deputado Bernardo de Souza, está propondo o exame da gestão dos recursos do Sistema Integrado de Caixa Único (Siac) por subcomissão mista, composta por parlamentares das Comissões de Finanças e Planejamento e de Fiscalização e Controle. O requerimento está na pauta de votação das comissões e deve ser apreciado ainda nesta semana. O uso dos recursos do Caixa Único tem sido motivo de pronunciamentos do deputado, em razão do debate sobre o projeto de lei que instituiu o Sistema de Gerenciamento dos Depósitos Judiciais, aprovado na semana passada pela Assembléia Legislativa. O tema, entretanto, estava presente em questionamentos dirigidos pelo parlamentar ao Governo, através de pedido de informação, não respondido ao parlamentar. Apresentado inicialmente em março de 2000, foi reiterado em agosto e setembro do ano passado e em fevereiro deste ano. No documento, Bernardo de Souza solicita, conforme prerrogativas do Poder Legislativo, dados sobre os valores sacados, o destino dado aos recursos e o planejamento de reposição e recomposição do Siac. O deputado contabiliza em mais de R$ 1 bilhão (R$ 1.174.828.202,30) o valor sacado do Sistema de Caixa Único. As regras legais do Siac impedem o uso dos recursos em finalidades que não sejam as específicas de cada montante financeiro. Estudo de sua assessoria aponta saque de verbas oriundas do salário-educação (R$ 245 milhões), do Fundopimes (R$ 115 milhões), da Agência de Desenvolvimento (ex-Caixa Econômica Estadual- R$ 183 milhões), e da Usina de Candiota (R$ 155milhões), entre outras fontes de custeio. Segundo projeções da assessoria de Finanças da bancada do PPS, o governo do Estado levaria cerca de cinco anos se tivesse de repor o valor sacado do Siac com base apenas na arrecadação do ICMS, por exemplo, pois de cada R$ 100,00 arrecadado, sobram apenas R$ 20,00, descontados os repasses definidos pela Constituição como obrigatórios. Esta estimativa tem como base o valor do crescimento anual do imposto de circulação de mercadorias, que está em torno de R$ 1 bilhão. "Esta operação abala a credibilidade do governo, pois são recursos vinculados, com finalidade própria. Não se está dizendo que a destinação não é nobre, mas que há regras legais para o uso do dinheiro público", avaliou Bernardo de Souza.

08/21/2001


Artigos Relacionados


Comissão lança publicação sobre os saques no Caixa Único

Caixa Único: saques chegam a R$ 1,5 bilhão

Arno Augustin diz que saques do caixa único são legais

Augustin nega irregularidades nos saques do Caixa Único

Subcomissão do Caixa Único vai investigar saques efetuados pelo governo

Augustin confirma a Bernardo depoimento na Subcomissão do Caixa Único