Bernd considera o arrocho salarial a principal causa das dificuldades do IPE



O presidente em exercício da Assembléia Legislativa, deputado Mário Bernd (PMDB), disse hoje na abertura da Jornada Estadual em Defesa do Instituto de Previdência do Estado (IPE), que as propostas de viabilização do futuro da instituição devem levar em conta que “a razão da existência do IPE não é a sua contabilidade mas sim as pessoas que dele se beneficiam”. O ato, também chamado de “SOS IPE”, é promovido pela Federação dos Servidores do Estado (Fessergs), Sindicato Médico do Estado (Simers) e Federação das Associações dos Municípios (Famurs), e teve como objetivo permitir que as entidades de classe diretamente ligadas à problemática do IPE possam debater e sugerir alternativas para a recuperação da autarquia. Dizendo estar falando como deputado e servidor público e não como presidente da Assembléia, Mario Bernd disse do oportunismo do evento uma vez que, segundo ele, a questão do IPE vem sendo tratada quase que exclusivamente à nível de imprensa. “No começo da atual administração estadual foi dito que num prazo de 30 dias o Executivo encaminharia à esta Casa um projeto tratando da reformulação do IPE e até agora não nada foi enviado”, afirmou. Para Bernd, mais de um milhão de assegurados do Instituto não sabem ainda qual será o seu futuro em relação à assistência médica e à atendimento previdenciário. “Só sabem que o IPE é fundamental para as suas vidas”, complementou. Para o deputado peemedebista, uma das maiores causas das dificuldades financeira do Instituto é o arrocho salarial, uma vez que o forte de sua arrecadação tem origem no desconto efetuado nos contra-cheques dos servidores. Neste aspecto, Mario Bernd enfatizou que apesar deste arrocho perdurar por mais de três décadas, “nunca ele foi tão forte como agora”. Da mesma forma o deputado criticou os governos estaduais que deixaram de efetuar os repasses que o IPE tem direito, por lei, fato este que impetiu que os servidores recebessem o atendimento qualificado a que fazem júz. Concluindo seu pronunciamento, e dizendo-se agora investido do cargo de presidente em exercício, Bernd assegurou que o Poder Legislativo irá cumprir com suas obrigações constitucionais, ou seja, ouvir, debater, emendar e aprovar ou rejeitar os projetos visando o aprimoramento do IPE, que espera tenham a participação dos servidores estaduais e, “acima de tudo, propor alternativas”. Participaram da evento o presidente da Fessergs, Sérgio Arnoud, o presidente em exercício da Famurs, Júlio Cézar Panembecker, o presidente do Simers, Paulo Mendes, o presidente da Central Autônoma dos Trabalhadores, Paulo Cézar de Azevedo, do presidente da Federação das Associações dos Servidores Públicos do Estado, Paulo Olímpio, o presidente do Sindicato dos Funcionários Efetivos e Estáveis da Assembléia Legislativa (Sinfeeal), Flávio D’Alagnol, o presidente do IPE, Eliezer Pacheco, os deputados Bernardo de Souza (PSB) e Maria do Rosário (PT), bem como inúmeros servidores estaduais e lideranças sindicais, políticas e comunitárias.

11/08/2000


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