Berzoini é "ministro Dóris", diz Arthur Virgílio
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) lamentou em Plenário, nesta sexta-feira (7), a situação vivida por idosos maiores de 90 anos que tiveram seus benefícios previdenciários sustados na véspera. O senador citou diversas reportagens publicadas sobre o assunto na imprensa, especialmente nota da coluna de Anselmo Góis, publicada no jornal O Globo , em que o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, é apelidado de -ministro Dóris, mau igual à moça da novela Mulheres Apaixonadas -. A personagem era famosa por maltratar os próprios avós.
Arthur Virgílio afirmou que, se ele próprio fosse presidente da República, -já teríamos hoje um ministro da Previdência interino aguardando segunda-feira a posse de um novo titular-. Ele disse que demitiria um ministro como Berzoini, que classificou como -insensível, tecnocrata, que sem arrependimento, com arrogância, sequer apresentou pedido de perdão-.
O senador afirmou sentir muita mágoa e dor por ver que até os dirigentes do país não sabem observar o respeito que merecem os que ultrapassaram todas as dificuldades que a vida colocou à frente e chegaram aos 90 anos.
- O que está ficando na minha retina como perfil desta administração é um governo insensível ao social, que não guarnece a soberania nacional, não é capaz de implementar administração conseqüente nem deslanchar um processo de crescimento. Um governo que segura um orçamento já minguado, abre mão de poderes até de política social diante de exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI) e, ao mesmo tempo, reserva toda a sua quota de valentia, que ultrapassa os limites da mais vil prepotência, na hora de humilhar os velhinhos de mais de 90 anos. Isso em um país que tem tão poucos velhinhos de mais de 70 anos até pelo seu subdesenvolvimento de séculos - disse o senador.
Em aparte, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) afirmou que o governo deveria prestar explicações ao país sobre o acontecido com os idosos e lamentou a ausência de mais senadores do PT na sessão desta sexta-feira. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse que o ponto crucial do problema é saber se o ministro da Previdência Ricardo Berzoini ouviu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes da decisão ou não. -Se não ouviu Lula, não há outro caminho a não ser a demissão-, afirmou.
07/11/2003
Agência Senado
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